MEMBROS DA OCUPAÇÃO JARDIM DA UNIÃO REALIZAM PROTESTO NA AVENIDA PAULISTA
Num dia de protestos contra os desmandos das Empreiteiras e a especulação imobiliária, organizados por diversos movimentos sociais, famílias da Ocupação Jardim da União realizarão um ato em frente à sede da construtora HE Engenharia, que venceu a licitação para realização de uma obra no terreno que ocupam no Jd. Varginha – Extremo Sul de São Paulo.
O Povo Unido e Organizado Não Precisa de Empreiteiras
A chamada “política habitacional” está sob o controle de um pequeno grupo de grandes empreiteiras, ou seja, é pautada pela busca desenfreada por lucros.
Quando se trata da construção de habitações populares, o resultado não poderia ser diferente: em geral são usados os piores terrenos, onde são criadas verdadeiras favelas verticalizadas, com apartamentos minúsculos, construídos com materiais de pior qualidade, utilizando mão de obra precarizada e até mesmo trabalho escravo. Assim, os interesses das empreiteiras entram em conflito direto com os interesses da população trabalhadora, tantas vezes despejada e expulsa para regiões mais afastadas e sem infraestrutura, por governos submissos aos desmandos da especulação imobiliária.
Os despejos em massa e a explosão dos preços da terra e dos aluguéis no extremo sul de São Paulo esteve na origem de uma onda de ocupações no distrito do Grajaú, em meados de 2013.
Em resposta às ocupações, foi prometida a construção de milhares de moradias populares, porém, para tanto, a Prefeitura irá entregar gratuitamente os terrenos públicos às empreiteiras, por meio do Fundo de Arrendamento Residencial, e promete um enorme adensamento populacional, o que produzirá problemas gravíssimos em uma região extremamente precária em termos de equipamentos públicos, sistema de transporte etc. Além disso, ninguém sabe quem irá habitar essas moradias. Onde está a lista dos futuros moradores? E onde estão os projetos dessas moradias? Onde está a chamada “participação popular” nesses projetos?
Por outro lado, um governo que se diz representante dos trabalhadores, promete disponibilizar aos movimentos sociais em nossa região apenas um terreno, para a construção de 300 moradias. Cabe lembrar que o Grajaú é o distrito mais populoso da cidade de São Paulo, que abriga quase um milhão de pessoas, e onde a questão habitacional é gravíssima.
Não abriremos mão da autogestão dos projetos habitacionais, e exigimos que os governos municipal e estadual disponibilizem terras públicas para que a população organizada construa suas moradias, garantindo sua qualidade, bem como a criação de equipamentos públicos e a preservação ambiental.
Rede de Comunidades do Extremo Sul