Casa Viva: Cinemorfes – A Febre do Rato

Febre do Rato (2011)
Drama
110 minutos
Portugês (Brasil), leg. inglês
Realizador: Cláudio Assis

Se queres um filme que apenas confirme e reproduza a tua visão de mundo, Febre do Rato não é para ti. Se estás disposto a ver um filme, em que 70% do que é dito nele é subversivo e abstracto, sob a forma de poesia, sem ser chato, então puxa de uma cadeira e aprecia.

Febre do rato é uma expressão típica do Recife que designa alguém que está fora de controle, que está ”danado”. Febre do Rato (2012) pode ser definido nesta expressão, o filme é um descontrole total da ordem vigente, o caos dos bons costumes dito pela hipocrisia, a poesia dos puros de espírito que não foram contaminados pela a falta de originalidade e empatia, um filme que tem a mais bela e imaculada filosofia anárquica como um estilo de vida.

A anarquia é liberdade, é o direito de errar usado na sua mais alta performance, é o pensamento em colectividade com o objectivo de se criar um mundo perfeito para todos, sem diferenças e com muito amor, é a mais pura e perfeita utopia, por isso ela é perigosa e por isso o seu conceito é deturpado.

Zizo (brilhantemente interpretado por Irandhir Santos) é o editor, curador, produtor, patrocinador e escritor do jornal político anarquista que ele chama de ”Febre do Rato”. Zizo é um poeta que é o porta-voz dos que são marginalizados pela sociedade e pelo governo, um rebelde inconformado com todo este sistema que nutre poucos e oprime a muitos, e com todo o conformismo dos injustiçados e subjugados que não se organizam e se rebelam.

Ele criou um mundo onde a sua religião é o seu sarcasmo perante o sistema, o mangue e as favelas são sua igreja e ele é o profeta do apocalipse.

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