O Movimento Paraisópolis Exige Respeito é contra a implantação da Base da Polícia Militar no centro da comunidade de Paraisópolis.

O governo Estadual de São Paulo, com o intuito de implantar uma Base de Polícia Militar no Centro de Paraisópolis quer expulsar 10 famílias do local e 23 comércios locais.

As famílias vem sendo ameaçadas desde julho por policiais militares e tem resistido de forma corajosa e exemplar, com o aumento da pressão e das ameaças, vem se organizando para resistir a esta situação.

A justificativa do Governo a esta implantação são os roubos que vem ocorrendo na Rua Dr. Flavio Americo Ma ( Ladeiras no Morumbi) .

No entanto, o local onde querem implantar a base Rua Ernest Renan 1311 é bem distante da Ladeira, o que impediria qualquer “suposta” ação para reprimir os referidos assaltos.

O terreno é localizado em uma região onde transitam muitas crianças de jovens, assim qualquer problema que implique em algum enfrentamento armado implicaria em danos imensuráveis para a comunidade.:vizinho da EMEF Paulo Freire( uma escola super bem conceituada pelo critério do MEC), seguido pela primeira UBS da comunidade. O Campo do Palmeirinha, única área de lazer da comunidade, como a Biblioteca Escola Crescimento Educação Infantil. (única da Região do Morumbi).

Paraisópolis é uma comunidade de mais de 90 mil habitantes, que vivem intensamente o lugar em que vivem. As ruas estão constantemente repletas de jovens, adolescente, crianças no ir e vir das escolas; de mulheres e homens lutando pela sobrevivência. As suas ruas estreitas, os carros e pedestres competem pela ocupação destes espaços. Não se escuta estórias de tiroteios, abuso ou brigas constantes, os únicos momentos que estas situações eram constantes foram nas acimas referidas.

Se existe um problema de segurança pública, em um local específico, ele deve ser analisado, pesquisado e solucionado a partir dos resultados da averiguação do problema.

Temos acompanhado de perto algumas ações da Polícia Militar em Paraisópolis que demonstram que a convivência diária desta corporação com a população não tem de forma alguma protegido a comunidade , ao contrário são experiências de humilhações constantes, invasões de casas, roubos e até de danos físicos . ( caso exemplar foi a perda do olho de uma jovem ocasionada por tiros de borracha). A Operação Saturação ( 2009) é um exemplo desta ocupação da polícia militar, que permanece vivo nos discursos de toda a população de Paraisópolis, a maioria dos moradores tem uma história para relatar ( descasos, abuso, roubo, invasão de casas). O caso do Bonde dos Carecas, que aterrorizava dos moradores e impedia o funcionamento de qualquer comércio depois do toque de recolher é outra situação que demonstra a barbárie que implica esta relação.

Estas situações acima relatadas foram enfrentadas com a força e a solidariedade de alguns moradores que venceram o medo e puderam fazer ecoar pelo mundo o que se passava no cotidiano desta comunidade.

Estamos cansados de respostas aleatórias para resoluções de problemas específicos. A Implantação da base da polícia militar dentro de Paraisópolis, não responde a resolução do problema levantado, ao contrário, produz , provoca inúmeros outros problemas.

Experiências nacionais, demonstram o que implica nesta ocupação da policia militar dentro das comunidade. No Complexo do Alemão, a implantação das UPPs, tem ocasionado, mortes de moradores ( senhora, senhores, crianças e jovens), vítimas de bala perdida. Em 2014, foram 11 mortos e 21 feridos.

NÃO QUEREMOS ISSO PARA A NOSSA COMUNIDADE

Nós no Movimento Paraisópolis Exige Respeito, somos contra a criminalização da população empobrecida por uma sociedade já tão desigual e injusta. Somos contra a militarização das relações interpessoais da comunidade. Somos contra o despejo de 10 famílias e 23 comerciantes. Somos contra colocar em risco dezenas de crianças, adolescentes de jovens, mulheres e homens, que circundam o lugar escolhido para a implantação da base da polícia militar.

Movimento Paraisópolis Exige Respe

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