As provocações começaram cedo, com empurrões, gritos e xingamentos. Quando nos recusamos a baixar a cabeça e a espremer nossa marcha, os policiais agrediram e tentaram prender um dos manifestantes, além de usarem spray de pimenta contra outros. Por Rede Extremo Sul
Começamos em Santo Amaro, passamos pelo terminal de ônibus, subimos a Adolfo Pinheiro, entregamos uma carta à juíza que irá decidir em breve sobre a concessão ou não de uma liminar de reintegração de posse contra nossa comunidade, mas aí, pela primeira vez, um protesto nosso foi alvo de violência policial.
As provocações começaram cedo, com empurrões, gritos e xingamentos. Quando nos recusamos a baixar a cabeça e a espremer nossa marcha, os policiais agrediram e tentaram prender um dos manifestantes, além de usarem spray de pimenta contra outros. Porém, a nossa união e solidariedade fez os policiais recuarem e desistirem das agressões (não sem antes terem roubado uma câmera de vídeo nossa).
Como a covardia deles não tem limites, algum tempo depois, quando um companheiro nosso deixava a marcha, sozinho, para ir trabalhar, ele foi agredido e preso, sob a alegação mentirosa de desacato e resistência à prisão. Em resposta a isso, mudamos nossos planos e fomos todos juntos ao 11o DP, para onde ele foi levado, e lá ficamos até a sua soltura.
Depois disso, tomamos o rumo da Marginal Pinheiros, passamos pela Globo e encerramos na Estação Berrini.
Em nosso trajeto original, passaríamos em outros órgãos públicos, exigindo melhorias na infraestrutura de nossa ocupação, em relação ao fornecimento de água, luz, e ao saneamento básico. Fica para a próxima luta, que não irá tardar. E fica aí também o recado: a violência do Estado não nos fará recuar, muito pelo contrário. Assim como ocorreu nos 5 despejos que sofremos, a cada golpe aumentamos nossa organização e a nossa força. Nóis é pouco, mas é zica! Todo Poder ao Povo!