Três brasileiros se encontraram em Barcelona. Um deles oriundo do Capão Redondo, “quebrada” de São Paulo. Corintiano roxo, fez o curso superior financiado pelo ProUni e se mandou para a Irlanda atrás de trabalho. Estava ali de férias. O carioca era botafoguense, legítimo representante do asfalto e já estava há mais de um ano rodando a Europa. Nos convidou para conhecermos sua casa em Búzios e, sem constrangimento, falava da sua vida boa. Eu, o terceiro, rubro-negro baiano, estava dando uma pausa nos estudos e me perguntava quando na história desse país segregado esse encontro seria possível. Na maior parte da noite conversamos sobre futebol, obviamente. Pois o espanto maior veio depois de meses: nas redes sociais vi o carioca defendendo o governo, o paulista atacando-o pela direita, eu pela esquerda. Por Zeca Riben