Decolou negro e aterrissou árabe. E sem falar uma única palavra da sua nova identidade, descobriu-se rebaixado no campeonato das opressões. Certo dia, já na pele de novo mouro, fazia compras em um supermercado de um bairro multicultural quando percebeu-se seguido por um segurança de ascendência africana: “Algum problema?”, perguntou educadamente como manda a etiqueta local. E a resposta foi imediata: “ah, sim, você deveria pegar os produtos bio (forte acento no ‘o’), sem agrotóxico”. Axélino
Xtudo: ao mesmo tempo – NOW!
Segurança polivalente afrodescendente resiliente pró-ativo multi(a)culturalizado & ecocorreto (com acento circunflexo no segundo ‘o’) – with(out?) peste emocional.
IMANÊNCIA
Não degolou o negro; não vivisseccionou o árabe. Redskin nascido na (ex-)RDA, desterritorializou-se num DEVIR caosmicotranshistórico – refavelizou-se no Rio de Janeiro.
Muito branco, foi alcunhado Scheißepapier[sic] porque encarava qualquer merda; sempre com um sorriso amargo…
De susto, de bala ou vício queria seguir ou morrer vivendo.
E foi como no no final do filme: cercado pelos meganhas, ele (Butch Cassidy with/out the Sundance Kid?) saiu da boca de fumo, com um bufoso em cada mão. E disparou até morrer.
Seu grito de guerra, o último e derradeiro, foi: SCHEISSEPAPIER!