Entre muitos comentários que suscitou o artigo recente do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, passou batido que em sua primeira audiência com a presidência da república ele levava a tiracolo um gestor da McKinsey. Ou, o que é mais provável, o contrário. Segundo Haddad, Marcos Cruz deixou a maior empresa de consultoria do mundo para “organizar as contas” da prefeitura. Isso para sugerir que era o MPL, nos protestos de 2013, a ser manipulado por conspirações internacionais. Passa Palavra
O flagrante delito é muito bom. Mas possui um erro. No artigo que a Haddad escreveu ele não diz que o MPL foi manipulado por conspirações internacionais. Ele coloca o MPL como estopim de junho. No segundo momento de junho que haveria “gente por trás”, de fora.
A observação do Haddad é que o MPL deu o start para a derrubada de Dilma ao criar uma forma de mobilizacao que foi adotada pela direita depois.
Até hoje falta uma verdadeira análise sobre o que havia no MPL que atraiu os coxinhas. Foi captar gente nas redes sociais sem trabalho de campo duradouro? Foi o apartidarismo? Foi a identidade estética? Foi o predominante perfil branco e classe média universitária? Foi certo antipetismo?
Por que os coxinhas se identificaram com o MPL-SP e por que acharam que aquela luta era deles?
BENEFÍCIO DA DÚVIDA
Digamos que Haddad não esteja mentindo, o que é menos provável…
Por que um (marcruz sei lá que nome tenha) “gestor da McKinsey […] deixou a maior empresa de consultoria do mundo para ‘organizar as contas’ da prefeitura”?
Teria sido por:
ab) desapego;
bb) apego… a um mundo sem dinheiro.
Sonoplastia de gargalhadas e pano rápido!