Temos uma profissão antiga e gostamos do que fazemos, servimos pessoas durante o dia e durante a noite, ficamos por no mínimo oito horas do nosso dia em pé, correndo de um lado para o outro.
Somos garçons e garçonetes, trabalhamos em restaurantes e bares de Goiânia e regiões metropolitanas, estamos em contato direto com outros trabalhadores como cozinheiras e barmens.
Assim como muitas outras profissões estamos sendo prejudicados pelo descaso e pelo abuso de empregadores, cooperativas, empresas e pelo Estado, claro.
Aqueles que têm carteira assinada recebem o piso de 4,94 por hora trabalhada, o repasse dos 10% nem sempre (quase nunca) é repassado de fato para o trabalhador, e é na verdade ‘canalisado’ para o patrão.
Temos jornadas de trabalho irregulares, estamos sempre à mercê das necessidades de nossos empregadores, estamos sempre fazendo hora extra que nem sempre (às vezes nunca) ela é repassada como se deveria.
Há estabelecimentos na capital que nem ao menos se paga a hora extra, muito menos se acrescenta o adicional noturno.
Há em muitos locais desvios de função de garçom, onde ele se torna também segurança, faxineiro, entregador, entre outros.
Quando não temos carteira assinada, todo acordo é feito com o patrão diretamente e nunca é para o melhor do empregado.
De acordo com a lei nossa função que tem a carga horária de oito horas, deveria pois ter uma hora de intervalo e em muitos estabelecimentos esse intervalo é reduzido a apenas o momento de se alimentar, e em muitos locais não é oferecido nem mesmo a alimentação do trabalhador (que é obrigatório por lei).
Não podemos nos esquecer dos freelancer que estão mais ainda submetidos a regras inventadas pelo patrão, além da insegurança de se permanecer ou não em determinado local de trabalho, sem grandes direitos trabalhistas.
Chegou a hora de descruzarmos os braços, abrirmos nossa boca e dizer NÃO! Não aceitamos condições precárias de trabalho, não aceitamos patrões nos desrespeitar, nos humilhar, não aceitamos um direito a menos!
Queremos trabalhar dignamente e ser respeitados e respeitadas, queremos trabalhar com bons salários, com 10%, hora extra e adicional noturno! Dê a nós o que é nosso ou arrancaremos à força. Não nos calaremos pois juntos podemos muito, sozinhos só sofreremos represálias. Chegou nossa hora, vamos à luta para conquistar aquilo que nos pertence.