Organizadas pelo movimento Luta Popular, os sem teto reivindicam moradia e defendem uma Greve Geral contra os ataques aos direitos do povo pobre e trabalhador.
Desde as 22h dessa sexta-feira (16/2), centenas de famílias organizadas pelo movimento Luta Popular – filiado à CSP Conlutas – ocuparam um terreno na divisa de São Paulo e Cajamar/Polvilho. A polícia está a caminho e há risco de conflito.
A ocupação está localizada na Chácara Maria Trindade/Vila Jaraguá, ao lado
da Rodovia Anhanguera, e conta com o apoio da Ocupação Esperança (também organizada pelo Luta Popular e que está lutando por regularização fundiária na cidade vizinha de Osasco).
Essa luta por moradia acontece em meio a um contexto de crise econômica, altos números de desemprego e uma forte agenda dos governos para retirar direitos de trabalhadoras/es, o que afeta especialmente a população mais pobre. Por conta dos altos custos de vida, aluguéis impossíveis de pagar com baixos salários e informalidade no emprego, milhares de famílias sofrem com o problema habitacional, enquanto o Poder Público não oferece qualquer política efetiva.
“A ocupação é parte da defesa da construção de uma greve geral que pare o Brasil e possa impor mudanças radicais em nosso país”, afirma o movimento Luta Popular, para quem é preciso “organizar os de baixo para derrubar os de cima, que estão apenas interessados em defender os privilégios de uma minoria de empresários, banqueiros, especuladores e latifundiários”.
A região onde acontece a Ocupação é conhecida como “terra dos Abdalla”, o mesmo bilionário dono da fábrica Portland, palco de uma das maiores greves de São Paulo nos anos 1960. Organizada pelos “queixadas”, trabalhadores da antiga Cimento Portland Perus, que cruzaram os braços por 99 dias e cujo movimento durou sete anos.
“Enquanto muitos eram superexplorados trabalhando até a exaustão e sem receber salários dignos para abastecer de cimento e construir a maior metrópole da América Latina, alguns magnatas lucraram muito e hoje seguem concentrando terras que estão vazias, sem função social alguma, fazendo com que hoje exista gente sem casa, que luta pra sobreviver mas nunca consegue acessar uma moradia digna” diz Irene Maestro, militante do movimento.
Para a CSP Conlutas, é necessário organizar e unir todas as formas de luta para barrar a reforma da previdência, contra a retirada de direitos e defender firmemente o direito à moradia digna, rumo à construção de uma greve geral.
MAIS INFORMAÇÕES:
Contatos:
Irene – 982696929
Avanílson – 986048404
Sobre a família Abdalla.