É tradição brasileira e todo final de ano se repete, já que sempre é preciso se reunir com os familiares e como glutões alucinados devem comer e beber o quanto puderem. E neste ciclo infeliz, também sempre se repetem as mesmas infames piadas que envolvem posicionamentos políticos e culturais em geral, tudo resolvido de forma cordata mas sem se perder o espírito de competição e rivalidade que envolve este tipo de ambiente. Todavia, algo inusitado ocorreu este ano, já que nosso personagem resolveu fazer a própria barba às vésperas da obrigação familiar. Não é que isso fosse novidade em sua vida, pois ao menos uma vez ao ano realiza este ritual a fim banhar o queixo com radiação solar de modo a igualar a tonalidade da pele desta parte com o do restante da face. Ocorre que os familiares ao se depararem com aquela cara lisa logo saíram com suas fanfarronices “Lá vem ele, que se rendeu ao capital”, “temos aqui um novo homem, um belo capitalista selvagem”. À parte da duvidosa suposição que envolve identificar pelos faciais e posicionamento político, tudo aquilo continuava imerso naquele ambiente de disputa e acuado, nosso personagem responde: “capitalista selvagem… bom, já que sou um fodido e não tenho capital nenhum, só me restou mesmo a selvageria”. Risinhos nervosos, a cordialidade foi mantida, mas a piadinha acabou por ali. Passa Palavra

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