[Goiânia] Depois de reitor pegar Covid, trabalhadores da UFG reivindicam testagem em massa

Por Trabalhadores da UFG em luta

Nós, trabalhadores organizados das Instituições Federais de Ensino Superior Públicas de Goiás, diante dos últimos fatos ocorridos no Prédio da Reitoria da UFG, afirmamos o seguinte:

O diagnóstico de COVID-19 do próprio reitor da instituição e de alguns gestores coloca em evidência a precariedade do enfrentamento da pandemia por parte da universidade no seu tratamento interno de seus trabalhadores. Não houve testagem ou rastreamento dos contatos realizados por esses gestores infectados, nem uma política clara baseada em cuidado coletivo para os trabalhadores do prédio. Isso nos coloca a todos em perigo, coisa que não iremos mais tolerar.

Estamos nos cuidando, mas acreditamos que a instituição que retém mais informação e uma posição institucional acima de nós tem mais responsabilidade e deve ter um papel ativo na orientação, organização, preparação e realização de um efetivo cuidado, prevenção e enfrentamento da pandemia. Diante disso, solicitamos que o SINT-IFES GO leve as seguintes demandas para a gestão da Universidade Federal de Goiás e para a gestão dos Institutos Federais:

1) Que haja uma política séria e imediata de testagem e rastreamento dos contatos dos que estão comprovadamente correndo risco de infecção mais imediato: testagem em massa os trabalhadores do Hospital das Clínicas, testagem dos trabalhadores que tiveram contato com chefias e colegas infectados, rastreamento desses contatos (com a organização de pessoas com função de rastreador-referência) para garantir que tenhamos segurança e tranqüilidade no trato dessas situações de espaços de trabalho infectados. De todos, independente do vínculo, uma vez que a doença não discrimina por estatuto jurídico e sim por compartilhamento do mesmo espaço.

2) Que haja uma política com curto prazo para testagem em massa de todos os trabalhadores realizando trabalho presencial, independente do vínculo, em nossas instituições. Que se organize uma política de formação e apontamento de rastreadores-referência para cada número determinado de trabalhadores, que cada setor de trabalhadores saiba a quem recorrer e pedir ajuda em que caso de suspeitar infecção e querer rastrear seus contatos. Os trabalhadores da UFG, IFG e IFGoiano devem ter recursos para darem o exemplo pro restante da sociedade de como se enfrenta a pandemia, uma vez que nossas instituições tem mais informação e insumos que a maior parte das outras.

3) Que se crie uma política de médio prazo (não se deve discutir reabertura sem um prazo imediato para essa política) de testagem periódica e rastreamento de contatos para TODOS OS TRABALHADORES DAS INSTITUIÇÕES, independente do vínculo, de forma a garantirmos que seja de fato possível, discutido e haja clareza em que tipo de segurança está sendo pensada para os trabalhadores da UFG. Cada setor de trabalhadores deve ter seu rastreador de referência e sua periodicidade para testes enquanto perdurar a pandemia.