Por Trabalhadores do CAPSij da Vila Maria

Nós, trabalhadores e trabalhadoras do CAPSij da Vila Maria, elaboramos esta carta para expressar nossa indignação frente à
demissão da gerente de nosso serviço, ocorrida de forma arbitrária, desrespeitosa e violenta na data de hoje, 25/07/23, pela Organização Social (OS) SPDM Afiliadas.

A demissão ocorreu durante a reunião de equipe, quando a gerente foi convocada a retirar-se da unidade imediatamente, sem possibilidade de diálogo e acolhimento mútuo.

Posteriormente, fomos informados que a demissão ocorreu por uma “reestruturação administrativa para conter gastos na SPDM” (sic). Tal justificativa não condiz com a realidade, visto que outra pessoa assumirá o cargo em breve.

A gestora demitida trabalhou na rede assistencial da Vila Maria/Vila Guilherme por mais de 10 anos, tanto na assistência quanto na coordenação de projetos, tinha um trabalho atuante em defesa do SUS e das políticas públicas. Apresentava uma gestão humanizada, eficiente e participativa, cumprindo os objetivos estabelecidos pela Secretaria Municipal de Saúde doMunicípio de São Paulo, através do contrato de gestão da OS.

Temos conhecimento de que outras demissões ocorreram e seguirão ocorrendo sob essa mesma justificativa que, aparentemente, não leva em consideração a competência e trajetória profissional de seus trabalhadores.

Diante dos fatos, nos sentimos extremamente desrespeitados e desmotivados, pois tais demissões reforçam o clima de instabilidade e precarização que marca nosso cotidiano enquanto contratados de OS.

O desligamento abrupto de profissionais que contribuíam com os processos de cuidado põe diretamente em risco um trabalho árduo e dedicado de articulação e de assistência à população do território, o que não condiz de forma alguma com os princípios e diretrizes da política de saúde que defendemos.

São Paulo, 25 de julho de 2023

1 COMENTÁRIO

  1. Essa é a lógica mercantilista das empresas, que sob a classificação vazia de “organização social”, focam apenas em meta e lucro. São empresas que, ao perceber, trabalhadores/as terceirizados/as que pautam seu trabalho na defesa dos princípios do SUS e, neste caso, na Política Nacional de Saúde Mental, são eliminados do quadro. Para estas empresas, quanto menos SUS, menos regulação, atendimento resolutivo e mais drenagem de dinheiro público. Só isso importa.
    Portanto, Fora OSS

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