Por M.h.
Algumas pessoas nascem
com sangue d’água, outras pessoas
nascem com sangue de fogo
(não se misturam)
Mas quando conheci você…
Ah…
Eu nem sabia que você era água,
mas me abraçou de uma
forma tão devastadora, que meu
fogo se acendeu mais.
— nós borbulhamos.
*
“Eu te esperaria por 50 anos”
Ele disse olhando nos meus olhos,
mas só se passaram 2 meses, e a
espera chegou ao fim.
Você quebrou a promessa, disse
que acha difícil esperar.
— que tipo de homem de
palavra você é?
*
Você se casa por
amor, até não amar
mais, e as brigas
se inundarem
inundarem
inundarem…
Você tem filhos
por amor, até os
proporcionar traumas
traumas
traumas…
— as discussões perto da criança.
*
Pensei que te conhecia,
você me mostrou o seu lado
pelo qual eu me apaixonei, mas
em instantes (5 minutos) conheci
quem você realmente é, quem
você me escondia.
— quem é você?
*
Amar você me “bloqueou”
os sentimentos, mas quando
eu passo por você, tudo
volta à tona.
— não sei mais amar,
mas não sei aprender a
te esquecer.
*
Sempre li sobre gritos
silenciosos, mas para mim, (sobre mim),
os meus olhos são meu ponto
mais emotivo, como quando te vi me
dar as costas, as lágrimas diziam
mais alto do que qualquer grito
que meu silêncio poderia dar.
*
Um poeta pode escrever
sobre tábua de pedra, com seu
sangue escorrendo de amor,
pode escrever em ataduras que
cobrem sua alma das feridas,
pode escrever o verso mais
lindo e doloroso que já fora
feito, e mesmo assim, você
não sentir nada.
— você nunca o amou.
*
Coração de fogo, podia
ter te machucado, e mesmo assim
você ultrapassou-o, e em prova do seu
amor, me deixou um colar prateado,
porque sabia que eu não gostava de
dourado, mas mesmo assim se foi,
a única coisa que sobrou foi o colar.
— não se partiu.
*
Me perguntar se eu
te amo é o mesmo que
duvidar se tem sangue correndo
pelas minhas veias…
— eu escrevo sobre você.
*
Quando aceitam meu
barril de amor que transborda,
logo enjoam, eu derramo demais.
— não sei sentir pouco.
*
As palavras e escrita
sempre foram minhas melhores amigas,
mas às vezes a gente briga,
porque eu odeio sentir demais.
— esse é o preço da arte?
*
Não entendia que o
amor é doloroso e vem com
manchas que ficam na alma.
— não sei amar (ser amada) corretamente.
*
“Nem tudo que reluz é ouro”.
Ele me enviou essa mensagem
e eu ignorei, eu tinha apenas 12 anos
para sentir raiva, mas senti.
Nunca entendi sua frase mas agora aprendi.
— logo depois não pude mais sentir
raiva, porque você estava morto.
*
Pai,
não joguei uma rosa no
seu caixão, porque essa rosa
devia ser para você, não para
as larvas se alimentarem.
— devia ter comido terra junto com você.
*
Você precisava do meu
abraço, me pediu um abraço,
mas
a
morte
te
abraçou
primeiro.
— desculpe.
*
Eu não gostava da
minha aparência, até
me dizerem que era
igualzinha a você.
— eu sou o ser humano mais lindo da terra.
*
Nasci enfezada porque
já sabia que a poesia
perfurava meu pescoço e
plantava lírios ali.
— nunca foi escrito que ser poeta era bom.
*
Quando eu morrer
arranque minhas unhas
e as pinte com minha
cor favorita, depois as
pendure.
— minha essência é maior que a morte.
*
Você me amou a
12h de distância, e
disse:
“como você consegue
ficar mais linda a
cada dia?”
— eu sabia que você não era um mentiroso.
*
Eu escrevo para gritar
por amor, “mas porque são
tristes?” Porque nunca
houve um final feliz.
— final feliz é para princesas.
*
Te olhar nos olhos
é como contar meus últimos
momentos de vida, dói.
— é fatal.
As obras que ilustram os poemas são da autoria de Edward Hopper (1882-1967)
Caso alguém me pedisse um sinônimo de arte, eu mostraria essas poesias
A quintessência de romance, misto a alegria, aceitação e predominante a melancolia fazem dessa uma obra uma das mais lindas que eu ja li, obrigado, M.H.
Eu nunca duvidei do seu potencial
ao autor,
obrigado por escrever.