A Associação de Moradores e o Comitê em Defesa da Favela do Moinho e pela Liberdade das Pessoas Presas inauguram, no dia 13 de dezembro, às 13hs, o Centro de Memória e Resistência da Favela do Moinho.
No último ano, o território do Moinho, última favela do centro expandido de São Paulo, foi centralizado também pela disputa ideológica e eleitoral do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) contra Luíz Inácio Lula da Silva (PT). Vizinho do local onde Tarcísio planeja transferir a sede do governo por meio da Parceria Público Privada (PPP), o Moinho foi um dos alvos do ataque espoliativo que vai demolir uma série de quarteirões e desalojar centenas de famílias. Ainda em 2024, foi anunciada a construção de uma estação da CPTM e de um parque. O projeto poderia perfeitamente abrigar unidades habitacionais para os moradores que construíram suas casas há décadas na comunidade, mas Tarcísio optou por inflamar uma narrativa que criminaliza e estigmatiza as famílias do Moinho, vendendo a destruição da favela como um projeto de combate ao crime organizado — que, como sabemos, controla diferentes regiões de São Paulo, algumas delas à prova de demolição, como o centro financeiro da Faria Lima. O Governo Federal, por sua vez, aceitou dar a concessão de uso do terreno ao Governo Estadual, sem antes ouvir o que pensavam os moradores do Moinho.
Em maio de 2025, em mais uma luta histórica, a comunidade conquistou um acordo de moradia subsidiada integralmente com recursos estaduais e federais para todos os que seriam expulsos do Moinho. Entretanto, desde então, o governo Tarcísio vem desrespeitando uma série de pontos deste acordo, violando o direito e a dignidade dos moradores e expondo-os à convivência com entulhos e riscos causados pelas demolições diárias, enquanto seu destino ainda é incerto.
Em meio às ruínas e às tantas violações que obrigam moradores a deixarem o Moinho às pressas, o Centro de Memória e Resistência da Favela do Moinho se propõe a testemunhar e registrar e apoiar a resistência da Comunidade do Moinho que enfrentou coletivamente incêndios, muros, balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo, violações, repressões e planos especulativos de diferentes gestões, erguendo suas casas, trajetórias e sonhos entre os trilhos do trem.
O evento de inauguração do Centro de Memória terá início às 13h e será realizado no Campinho de Futebol do Moinho.
Você está convidada(o) a se juntar à comunidade pela memória das lutas passadas e pela força das lutas que vêm. Moinho vive e viverá sempre!


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