Mesmo depois de dez anos governando, ainda há no PT quem não consiga se conformar com a existência (e crescimento) de movimentos populares que não estão debaixo do braço de seu partido, e dispostos a enfrentar também as políticas de suas gestões. Esse estranhamento por vezes produz pérolas bastante curiosas, tal qual um recente artigo da CartaCapital. Com o sugestivo título “MPL mira em Haddad e alivia para Alckmin”, o jornalista tenta mapear o trajeto de cada manifestação para provar, arriscando uma estatística, supostos interesses políticos do movimento que se afirma independente. Aproveitamos para sugerir aos editores da revista outros títulos interessantes: “Haddad mira MPL e alivia para Alckmin”, “CartaCapital alivia para Haddad e mira MPL”, “Haddad e Alckmin aliviam para empresários e miram nos trabalhadores”. Passa Palavra
Seguem outras sugestões de título:
Carta Capital alivia para os fatos e mira em si própria;
Carta Capital mira em MPL e atinge a si própria;
Carta Capital pode mirar porque já não atinge mais ninguém.
A Carta Capital não está sozinha — os meios de comunicação favoráveis ao governo do estado também tem todo interesse em fazer com que o movimento contra o aumento vira algo “contra o Haddad, evitando o Alckmin”.
Que o diga a última matéria publicada pelo Estadão:
“Para evitar pressão dos movimentos que querem que seja pautada a questão da água, MPL se desloca para a periferia”.
http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,para-evitar-questao-da-agua-mpl-vai-a-periferia-imp-,1629183
O isolamento dos movimentos autônomos interessa a todo tipo de governante, não importa o partido.