Sinto a humanidade aprisionada, em movimento alguns poucos pedaços em guerra contra o estado das coisas. Por Paulo Albuquerque.
Depois do brilho da última estrela e o fim da noite, resta-nos o peso das ruas. Espero saber de teu corpo tudo o que há de mais humano em ti e nas multidões que excedem nas ruas.
Agora que o tempo põe-nos a passada sei que é estranha a dúvida, mas me pergunto, há algo de humano que inda resta deste mundo?
Os cacos que recebi de herança da velha ordem parecem repetir seus propósitos sem ao menos se reconhecer. Carrego-me, meu coração e mente ao vento das pessoas. A perambular sinto-me não mais como reserva, apenas obsoleto a este mundo em ruínas.
Não, não resta brilho na última estrela, somos muitos a perambular pelas ruas, é só o que digo, são poucos a me ouvir. Pouca também é a paciência, pesa as ruas e são poucas também as palavras. Sinto a humanidade aprisionada, em movimento alguns poucos pedaços em guerra contra o estado das coisas.
Sem consciência de si mesmo movimenta-se o pouco de humano que resiste ao estado de barbárie. As cicatrizes espalhadas por toda parte são narrativas do nosso passado. Canto neste bloco o tudo que tenho, apesar de tudo sei que vale a pena.
O que fazer de fato não tenho resposta, o que não fazer parece-me mais próximo. Confio mesmo é nos camaradas do lado de fora, sem ilusão, não me importa não quero reinventá-las.
Sei pouco do mundo, mas o suficiente para dizer, não quero que as coisas falem por mim.
As fotografias que ilustram o artigo e o destaque são de Rui Palha.
Mais cacos somam-se a este júbilo, ficará o peso menor nas costas, agora que compartilhado por mais carcaças teimosas? Muitas fraquezas fazem uma força? Ah, as novas pirâmides do Egito. Ah, quando na terra assentarmos os jardins suspensos da babilônia! Ah, quando os melhores dias serão hoje e hoje e hoje…
ONTOLOGIA APOLOGÉTICA ou HEURÍSTICA SEM ERÍSTICA
… recorrência: iteração no eterno retorno da mesmice: tempo lógico identitário: subsunção causal-finalista do devir (fluxo processo alterização) ao ser: homologação do instituinte no&pelo instituído como fantasmagoria cosmo-histórica…