Braços-fechados

Nota sobre a Operação Braços Fechados

Coletivo Autônomo dos Trabalhadores Sociais (publicada originalmente em 29/04/2015 aqui):

Hoje estivemos na Cracolândia em meio a opressão e repressão que o povo de rua sofreu durante praticamente o dia todo. É bom dizermos como tudo começou:

Representantes de Haddad e Suplicy comparecem na região para pedir as pessoas que não aceitaram as propostas verticalistas do programa da região, para retirarem suas malocas e seus carrinhos, pois não poderiam mais ficar no local. Oferecendo mais uma vez os famosos albergues.

Próximo as 13 hs um policial a paisana entra no meio do fluxo para tirar fotos das pessoas, só poderia ser no propósito de posteriormente prende-las, mas ai o povo da Cracolândia não aceitou esta ação de um civil no meio do fluxo fotografando a galera. Começa a confusão e nisso o policial saca uma arma e atira contra duas pessoas de rua, uma acertada na perna e outra no pescoço.

Após dar os tiros o policial corre para uma base da PM, o povo do fluxo vai atrás dele exigindo a prisão do mesmo. Nisso eles colocam o Policial na viatura e o retiram do local, segundo eles para conduzi-lo a uma delegacia. Os feridos foram parar na Santa Casa, uma pessoa do coletivo foi até o local para acompanhar os feridos (até as 21 hs estavam sem risco de vida segundo o hospital).

Logo após estes incidentes a GCM, PM e Coordenador do programa (braços abertos) não cumpriram a palavra dada ao povo de rua que retirariam a tropa do local, mas começaram uma nova repressão com bombas contra o povo que no mínimo queria um espaço para guardar seus pertences.

A repressão continuou até aproximadamente as 20 hs, o povo como pode resistiu, até entrando na tenda do Braços abertos, espaço que não queria abrir suas portas para acolher o povo e seus pertences e que somente depois de insistência foi que as portas foram abertas pelo povo e as pessoas conseguiram entrar.

Povo de rua e pessoas do coletivo ficaram feridas nesta ação e vale salientar que a noite na visita do Suplicy após a repressão o povo deixou claro que não quer a visita de secretários e prefeito no local, pois depois da visita destes de manhã a tarde a repressão correu solta.

Não há alternativas humanas na região e mais uma vez a repressão contra o povo de rua da Cracolândia foi usada pelo Prefeito em parceria com o Governo do Estado.

Não nos calaremos e continuaremos resistindo diante desta covardia e mais uma vez entendemos que esta gestão, a qual complexificou a GCM (tornando-a mais armada e violenta) trabalha para os ricos e violenta mais uma vez os mais pobres da cidade. O prefeito que ironicamente dá aula de Direito a Cidade é o mesmo que constrói uma cidade para alguns.

CATSO

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“Baltimore é aqui”

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