– Meu irmão, a Glória assim como a Paixão nos convida a pular no abismo… É uma tentação gostosa porque cegos pulamos e acreditamos que os anjos irão nos aparar e nos sustentar nos braços… o que acontece então? Nada! E isso é o pior… Por testemunha ocular Douglas Rodrigues Barros

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A morte do cisne

O amor é pássaro rebelde
que ninguém pode aprisionar.

(Carmen, Bizet)

teotonio1Sol suspenso girando estremecia o horizonte com a evaporação causada na folha de milho amarelada. O ônibus cruzava a estrada levantando poeira que fazia os olhos de Teotônio brilharem alegres por contemplar o deserto. Quanta estrada. Deserto horripilante que inspira a morte, em todo trecho não abunda nenhum sentimento generoso em harmonia com o bom ou belo. Caminhões Bitrem invadem o asfalto quente. Teotônio estava certo… há deserto no Brasil; deserto de milho e cana!

O filho do Homem fez o que fazem todos os famintos por justiça: agarrou-se como um doente em fase terminal à Alexandra e pediu para descerem ali no meio do nada. Nada que, diga-se de passagem, gera bilhões ou trilhões, deixando para trás somente um barro sem vida e uma terra morta. Alexandra passeou ao lado de Teotônio por todas as estradas do deserto, nos dias bonitos arrumou o que comer e o acompanhou quando este começou a se aproximar de um assentamento de trabalhadores. Há de se compreender com certa agilidade como esses personagens tão esfarrapados deviam despertar o interesse e a curiosidade de um messias desvalido, quando se souber que perderam toda a sua terra; muitos sucumbiram. Entre os líderes dessa marcha de esfomeados havia Emiliano Cruz, que se tornou, logo depois, ferrenho defensor dos valores “democráticos” embutidos na liberação de recursos ao agronegócio, e agora é por demais conhecido para que seja necessário pintar sua pessoa ou explicar seu caráter. Depois vinha Armando Pereira, esse cristão profundo, esse líder natural que remexe todas as consciências, julga-as, interpreta-as e as coloca de acordo com a implosão dos fins e meios; sempre grande em espírito, se guia pela boa-fé. Esse matuto de raízes profundas, esse sábio de além escola ou universidade seria assassinado poucos anos depois de Teotônio partir. Os valores sublimes do acampamento, porém, eram representados por Martha Oliveira, uma das mais fortes humanidades do mundo. Sem as desgraças das misérias a que a condenava uma natureza distante de qualquer naturalidade, Martha, sobre quem, aliás, nada se saberia não fosse sua presença de espírito contaminar Teotônio, poderia ter continuado uma transformação social profunda; tinha o olhar nobre e a cor da natureza, mas o amor não apenas machucava seu coração: o amor lhe atirava todas as desgraças de uma sociedade embasada nas loucuras patriarcais de Abraão. Carolina Maria de Jesus talvez a descrevesse com muito mais beleza em seu quarto de despejo. Por último, Rodrigo Bastos, aquele que seria um dos maiores escritores do nosso tempo não fosse o sopro da morte causado por um beijo apaixonado; um crítico despreocupado com os enlaces acadêmicos, que só levava a público suas produções mais vulgares e guardava no porão de suas ideias e para as mesas do bar as cenas mais picantes e belas; que só tinha feito doutorado para ter, entre um tempo e outro, como escrever suas obras e cair no ócio logo depois. Preguiçoso e adepto da preguiça, se viu obrigado a considerar, por sua profunda capacidade de observação, as coisas pelo avesso e assim ria das besteiras do mundo. Foi exatamente esta paixão por apaixonar-se que o levou à morte – retomarei sua triste história daqui a pouco, antes vamos ao assentamento.

Essas pessoas compunham o lugar onde Teotônio e Alexandra haviam se enfiado em peregrinação no deserto e, pela diferença entre si, sabe-se das discrepâncias de noções. Todos conversavam, no entanto, sem brigar. E apesar das vaidades de uns, levavam o diálogo como regra interna do coletivo. Comunicavam uns aos outros as necessidades e se consultavam com as saídas e entradas dos processos burocratizados da lei.

Os mais humildes no assentamento, entretanto, tinham o espírito suave e tolerante da predisposição à ajuda mútua. Sentiam-se doçuras infinitas e estranhas aos que na cidade não possuem o dom do olhar, a familiaridade do comum se desenvolvia e não excluía a consciência do valor de cada um, isso possibilitava a estima sincera pelo outro; em suma, cada um se sentia livre para ser benfeitor e beneficiado. As conversas encantadoras e simples, sem aquela arrogância pedante característica dos nossos estudantes, abarcavam os assuntos mais diferentes entre si. Suaves como vento no verão, as palavras calavam fundo na alma. As brincadeiras amistosas e sem pretensões tornavam os ensinamentos de Teotônio uma festa. Assim, naquelas choupanas numeradas a cal, no meio de um deserto oligárquico propriedade de duas famílias, se realizavam os mais belos sonhos de humanidade. E foi nesse lugar que Teotônio iria cumprir o que está escrito na Palavra. Por três vezes nosso herói foi tentado.

teotonio4Observe agora e verás numa espécie de oca improvisada todas essas personagens alegremente reunidas em pé descascando e chupando laranjas.

– Vejo que todos os trabalhadores estão com você! – Disse com tom ameaçador Emiliano.

– Deixa disso Emiliano, os trabalhadores amam o Téo! – Retrucou Rodrigo.

– Esse Teotônio é traidor do movimento… tenho certeza disso, essa história de loucura tá indo longe demais, ele tem adeptos, sabia? Esses dias vi dois meninos comentando suas ideias! – Redarguiu com ferocidade incomum Emiliano, ao que retrucou Martha.

– Talvez é porque as ideias dele sejam mais atraentes que a sua… de base e superestrutura! – Disse rindo e foi seguida pelos demais.

– Deixe meu mestre em paz! – Exclamou por sua vez Alexandra.

– Vamos parar com isso, porque só traz problemas ao movimento! Téo é amigo de todos no acampamento e se os trabalhadores gostam de ver ele recitando a bíblia, qual o problema? – Disse Armando.

– O problema é que sou um materialista histórico! – Bradou Emiliano – E nossa luta é para libertar dos grilhões da fé!

– Sei… aí tu liberta dos grilhões da fé e amarra aonde? – Perguntou com inocência Alexandra.

– Deixe explicar então, meu irmão! – Enfim falou Teotônio – O problema é que você pode destronar meu Pai, mas sai Ele e em seu trono sobe outro!

– Observem a merda que estão dizendo! – Com os olhos fora da órbita redarguiu Emiliano e continuou – Por isso, a gente queima o trono também!

– O problema desse teu materialismo é exatamente este! Você acha que pode queimar o trono de meu Pai e não percebe que esse trono é espiritual! – Redarguiu Teotônio.

– Não é só isso, mestre! – Interferiu Alexandra – Ele confunde as coisas, ele acha que as relações são palpáveis só porque pode tocar nas mãos de uma mulher… não entende que as relações mais verdadeiras e palpáveis partem das ideias invisíveis e mais abstratas! Ele é burro mesmo!

– Burro?! Eu?! Agora vi, dois loucos me falarem que sou burro! É exatamente de pão e terra, este é meu assunto palpável! Pão pro povo comer…

– Nem só de pão o homem viverá! – Emendou Teotônio.

– Pff! Não dá pra ter uma conversa minimamente lógica com esses dois! Olhem pra isso! Não veem o câncer em nosso movimento que são esses dois! Um dia vão me dar razão, hoje estou farto desse lenga-lenga cristão… até mais!

– Pra mim teu deus é outro! – Redarguiu nervosa Alexandra.

– Tanto faz! – Gritou Emiliano e saiu com um copo de cachaça nas mãos.

Se Alexandra ou Teotônio fossem normais tínhamos ali algo constrangedor, entretanto, logo após a saída de Emiliano, nosso herói continuou com seus ensinamentos como se nada tivesse ocorrido e Alexandra se pôs a rir sem explicação aparente.

* * *

teotonio3Desde então passaram-se os dias. Era mais para o final do inverno, quando, entre as paragens infinitas de cana de açúcar, a primavera iminente envia como precursor um dia límpido, com sol cálido, tão cheio de vida, tão pujantemente luxuriante que as pessoas nas ruas perdem alegremente o rumo e parecem embriagadas. Em contraste Rodrigo estava mergulhado em profundo silêncio, não comia fazia dias e ficava com olhar distante preso no horizonte.

– Vá conversar com Rodrigo, vá! – Disse Alexandra para Teotônio – Ele sofre quase uma semana e não diz pra ninguém o que está acabando com ele!

– Meu irmão – disse Teotônio ao se aproximar de Rodrigo acompanhado por Alexandra – O que está acontecendo, notamos que você não come, não vai as reuniões, não discute e nem ajuda nos trabalhos!

Num sorriso doloroso Rodrigo Bastos olhou para Teotônio e disse:

– Ah, Téo! Como gosto de você… mas esse problema nem mesmo o filho de Deus pode curar… estou perdidamente apaixonado… – Rodrigo franziu a testa com alegria ao dizer isso; depois olhou em volta e a alegria foi esmagada tal como uma casa de formigas atropelada – Tão linda, Téo, me tirou dessa infame vida rotineira por alguns instantes… ainda me lembro… estava sentadinha no canto, lá no bar do Seu Osório, perguntei… assim do nada… onde seria a reunião, ela me abriu o sorriso! E que sorriso! Deixa eu dizer, Téo – Pediu licença Rodrigo e com ares poéticos iniciou – “Havia nela aquela presença da própria juventude, que se expressava com distinção na sua voz melodiosa dona de um sorriso precioso. Era muito pálida, mas não de uma palidez amarelada sem vida, e sim daquela brancura monopólio de quem traz em seu interior um fogo ardente. Seu cabelo curto e negro dava o exato contraste de sua pele corada coberta por um vestido que deixava livre os seios e nos pés levava um tênis; no braço esquerdo havia flores, eu era uma delas, me tornei… tenho certeza… o que havia de mais bonito, puro e verdadeiro? O que havia de mais bonito, puro e verdadeiro tentei procurar a noite inteira nas intenções ocultas no fundo de seus olhos castanhos”… Dói Téo! Dói!

Alexandra, num gesto dramático, colocou as mãos sobre a testa, girou sobre os calcanhares e deu um profundo e sonoro:

– Ai de mim! Ai de nós! Ele está cego de paixão, mestre! Óóóh! Que dor!

– Naquela mesma noite namoramos intensamente com ardor dos condenados à morte! Gabriela, seu nome! – Disse Rodrigo que mais parecia narrar uma história – E que beijo, Téo! Que beijo!

No entanto, a alegria da lembrança logo cedeu espaço para a insuportável tristeza da realidade. Rodrigo se sentia sufocado por uma incomum taquicardia que revirara seu estômago. As mãos suavam e gotículas se formavam na base da testa. Com um esforço além da conta, tentava controlar o tremor das mãos e segurar tudo que lhe transbordava no peito. Tentava sobre todos os modos manter a conversa espelhando tranquilidade. Naturalmente todo esforço era em vão. Teotônio como messias sabia que ali havia algo no qual não podia interferir e, tentando consolar o nosso escritor, disse:

– Meu irmão, a Glória assim como a Paixão nos convida a pular no abismo… é uma tentação gostosa porque cegos pulamos e acreditamos que os anjos irão nos aparar e nos sustentar nos braços… o que acontece então? Nada! E isso é o pior…

Rodrigo apesar de ouvir atentamente a loucura de Teotônio não enxergava coisa alguma à sua volta; as vozes do mestre lhe chegavam num eco distante, e era esse eco que ele tentava desesperadamente agarrar para sair da angústia que se encontrava.

– Nos atiramos no abismo da paixão e o que acontece? – Disse por sua vez Alexandra – Nem anjos nos levam aos céus, nem a morte eterniza o que sentimos! O que acontece? Rotina!

– Era isso que ia dizer! – Complementou Teotônio – Não se preocupe, tudo isso vai passar! É impossível nesse mundo, tal como é, viver apaixonado! Nem morte, nem anjos! Este é o espetáculo que cabe a esse mundo!

– Tem razão, ela não me quer! E se me quisesse, o que aconteceria? – Retrucou com fingido sorriso Rodrigo.

Ninguém sabia, nem mesmo nosso herói, mas aquelas palavras teriam o efeito de uma bomba em sua alma. Como um açude calmo que reflete toda a nuvem que desfila no céu, Rodrigo refletia. Na franqueza das palavras do filho de Deus, cada sensação despertada por elas indicava uma única porta, uma única saída. Nem por um instante ele se lembrava que outras paixões eram possíveis, não interessava mais; “nem morte, nem anjos! Se ela me quisesse, o que aconteceria?”. Aquilo fez com que aceitasse o fracasso de sua paixão utópica com indiferença, mas não foi capaz de aceitar uma vida sem sentido.

Peço então licença para narrar o que aconteceu com Rodrigo Bastos, pois é uma das coisas mais intrigantes a que pode chegar o desespero humano e que compõe o quadro de malucos dessa novela:

* * *

teotonio6Mas a noite foi terrível. Rodrigo, que sentia a noite com um belo frescor próprio aos poetas, agora começava a tomar consciência da sua natureza ébria e fantástica, própria à solidão. A morte começou a se desenhar na escuridão de seu quarto e para nela não acreditar, era preciso ver, trabalhar, reunir-se com alguém, cumprir alguma tarefa revolucionária: vozes, sorrisos, bebidas, discussão e luz. Na escuridão do quarto, porém, tudo era vazio, o silêncio incrustado ali representava a própria falta de sentido que invadia suas entranhas. Virava-se na cama e se encolhia colocando as mãos na barriga para ocultar a terrível ansiedade, sentia vontade de gritar: “Acordem pelo amor de Deus!”. Pediu, implorou para que o sol aparecesse. Todavia, a noite se estendeu longamente ocultando inclusive o brilho da lua que não passava pelas frestas de sua janela. Nem mesmo Teotônio podia apressar o curso da escuridão noturna que invadia não apenas o quarto como também sua alma. Essa impossibilidade, unida a todas as outras, enchia-o de terror. Sem compreender claramente, sentia a inevitabilidade da morte. As mãos estavam quentes, mas o coração gelado ficava de repente sobressaltado por uma taquicardia infame, como se no peito tivessem colocado um despertador descontrolado que lhe provocava um horrível arrepio por todo corpo. Num átimo, uma torrente de pensamentos estranhos guiou-o e nada mais havia que pudesse justificar uma decisão contrária – tudo girava em sua cabeça. Não era mais racional, os pensamentos lhe surgiam como uma queda infinita até a profundidade infinita, um voo preso a uma espiral que atravessa a consciência e a coloca em estado de suspensão. Era dor de alma. Sua consciência se equilibrava precariamente entre viver e morrer e todas as ilusões dos sonhos desmanchavam-se como poeira levantada pelo vento: abismos, desfiladeiros, cintos, cordas, facas e armas tornaram-se atrativos. Incapaz de ter amor e vida, Rodrigo não mais amenizou o horror da morte que se tornava mais iminente. Brotou-lhe sobre as maçãs do rosto lágrimas de sua fria solidão. Lágrimas que não lhe aqueciam o coração.

De repente, pôs-se de pé num salto e saiu correndo do quarto alcançando em breve a estrada de terra e rumando para o descampado, mas repentinamente sua cabeça girou e ele tombou no chão. Os matos úmidos pareciam sugar ainda mais sua vida e ele não conseguia erguer-se. Girando o corpo, ergueu-se com auxílio das mãos e ajoelhou-se, mas tornou a cair de lado. Com os braços estendidos no mato, apoiou a cabeça e seu choro tornou-se infantil e gritante. As notas sonoras da dor vibravam com as lágrimas escorrendo demasiadamente. O coração lhe doía enquanto, de sua boca, por entre soluços se ouvia: “Eu quero morrer!” ou “Eu não aguento mais! Não aguento mais!”. A sensação era muito mais dolorosa que amedrontadora. O sentimento de vão sofrimento lhe consumia; ninguém o via, ninguém se importava, os amores, os amigos, as estrelas, estrelas frias e distantes, tudo indiferente. Era como se no seu peito mil golpes fossem dados e todos os seus órgãos internos fossem afetados. A desgraça era que essa dor desaparecia subitamente nos seus soluços, para depois recomeçar com mais força, assumindo contornos de uma angústia insuportável.

E torturava-se porque tanto a vida quanto a morte já não faziam diferença. O véu se rompia através de seu olhar congestionado de lágrimas, mas a verdade desse mundo ainda lhe era inaceitável. A loucura foi se condensando no peito enquanto suas unhas ficavam pretas do barro que inconscientemente amassava com as mãos. Sua consciência apagava-se como uma vela abandonada no pires. A dor se espalhava por todos os sentidos, uma dor inexplicável que rasga a alma e coloca abaixo toda perspectiva futura. Tinha dores inomináveis que alcançaram um grau de sofrimento e angústia raramente experimentado por um homem. O nariz estava ranhento enquanto um soluço era abafado pela lágrima que escorria do olho direito para o esquerdo regando com abundância a terra. Tinha a nítida impressão que podia furar os próprios olhos e bater com a cabeça no solo. Nenhuma dor seria mais terrível que aquela que carregava no peito. Por quê? Porque nada aconteceria e nada podia acontecer. Um sopro satânico lhe cobriu; a morte seria bem-vinda. Com todo seu mistério e incompreensão, a morte tornou-se mais aceitável à sua razão que este mundo distorcido. De repente, ela teve uma importância colossal cujo enigma lhe pareceu mais atraente que as descobertas de sua vida. Não há linguagem capaz de definir o que sentia Rodrigo e muito menos o que ele via naquele instante; não há possibilidade de existir um conceito para definir aquela condição arrasadora e sobre-humana. Rodrigo enxergava naquele instante a vida e por isso optava pela morte – não fomos capazes de entender isso ainda – talvez a condição ininteligível fosse a de um homem que, racional, se vê diante de um anjo e é incapaz de compreender sua natureza divina.

Entretanto, Rodrigo foi capaz de compreender. Por isso, ergueu-se abruptamente, correu e encontrou uma corda próximo ao assentamento, fez o laço num pé de Juá com duas voltas, um nó no entorno do pescoço e voou livremente para o abismo! As pernas esticaram e balançaram-se como asas de um cisne, as mãos abdicaram de segurar a corda; estavam decididas. Tudo transbordou em sua mente: o olhar de sua mãe, os beijos deliciosos e suculentos dos mil amores, a mão amiga, a deliciosa lasanha da vó, o pé de abacate em que se balançava quando criança, o caqui mordido derramando seu maravilhoso suco… tudo… mas já não tinham importância nenhuma… um sufoco, depois… Silêncio. O terrível e melancólico silêncio…

* * *

teotonio2– Ressuscita ele, Téo! – Gritou Alexandra desesperada – Ressuscita pelo amor de Deus! – Digno de pena, soluçava nossa heroína.

– Oxi! Só posso ressuscitar quem quer viver! Deixe ele em paz, de qualquer forma está salvo!

Teotônio chorou*.

 

[*] Fique com a dor, pois ainda falta uma tentação de Teotônio que merece um capítulo a parte e é dela que se falará.

 

6 COMENTÁRIOS

  1. Simplesmente fantástico. Li e me emocionei!!!
    Muita emoção… muito sentimento!

  2. Antigamente os folhetins eram publicados na revista para só depois serem publicados em livros. Certo. Será que o autor irá publicar depois no formato livro???
    Ler no pc é chato e ruim! a experiência com o livro é muito melhor!
    Gostaria de dizer ainda que percebi alguns diálogos embolados lá no meio dessa extraordinária história!
    Acho que seria bom separá-los porque dificulta a compreensão, e acho que é um problema a própria postagem no site. Tem horas que é o Teo que fala, tem horas que é a Alexandra e tem hora que é o Petista Emiliano (risos, eu interpretei esse personagem como a esquerda governista) num mesmo parágrafo.
    braço forte!

  3. “Com todo seu mistério e incompreensão, a morte tornou-se mais aceitável à sua razão que este mundo distorcido. De repente, ela teve uma importância colossal cujo enigma lhe pareceu mais atraente que as descobertas de sua vida”

    é quase os delírios da bela consciência do Goethe, só que em versão radicalmente pessimística…

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