Eram camaradas em um velho partido comunista em renovação. Um dia, respeitando a tradição stalinista, em um congresso estudantil a direção do partido aplicou um golpe na sua própria base visando a “reunificação dos comunistas brasileiros”, tese que seria emplacada um ano depois no congresso do partido. Era então o fim da linha para um dos camaradas, que ganhou a pecha de esquerdista e divisionista. Saiu do partido e transformou-se na principal liderança de um grande movimento social brasileiro. O outro, permanecendo, teve que suportar as alianças do ainda seu partido com o petismo e ouvir do primeiro as corriqueiras picuinhas. Quase duas décadas depois, a liderança esquerdista acaba de ser escolhida, sob a benção de Lula, candidato a presidente por um partido reformista. O segundo milita agora num pequeno coletivo libertário. Passa Palavra
Boulos foi da UJC, não do PCB.
Deixem as evasivas de lado e deem nomes aos bois e datas: que congressos foram esses, de qual movimento estudantil e partido. Quem é o fulano do coletivo? Por que a análise de golpe?
Qual o fundamento da crítica ao PCB se manter aliado do PT até 2005, sendo que o primeiro governo Lula tinha potencial para a classe trabalhadora? Sendo que hoje Boulos é o abençoado de Lula?
PCB está fazendo campanha para Boulos sem ressentimento algum, considera-o o maior quadro da esquerda na atualidade.
Se forem ler as teses do partido, o partido não se coloca como O PARTIDO da revolução, mas UM DOS, considerando-se inclusive os movimentos sociais como arranjos fundamentais pra revolução. Não há problema algum que um quadro da UJC deixe o movimento estudantil, se torne depois um quadro independente de movimento social e depois candidato de outro partido (desde que um partido classista). E estamos falando de eleições, não revolução.
Reitero, PCB está fazendo campanha para Boulos.
Nota maldosa que só causa divisão e desserviço na esquerda.
Pelo jeito a nota “ganhou a pecha de esquerdista e divisionista”.
“E estamos falando de eleições, não revolução”. Pelo menos um pouco de clareza e sinceridade…
“Boulos defende uso de bancos públicos para reduzir juros no Brasil”. Como “Lula e Dilma não tiveram coragem”, eis que surge o Super Boulos para domar o capital financeiro. Eu disse domar, pois, como afirmou o presidenciável, “seu objetivo não é governar sem os bancos, mas incentivar uma taxa de juros ‘decente'”. Assim, o “maior quadro da esquerda na atualidade” acena discretamente à burguesia industrial, pois, ao proletariado, que interessa a taxa de juros em meio às contrarreformas trabalhista, da previdência, etc.?! Nasce um novo candidato a gestor, mais um militante de vanguarda que se torna “dirigente” e segue o caminho das pedras de tantos outros, rumo à classe dominante.
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o museu de grandes novidades da esquerda populista (aquela que aparentemente não acompanhará a candidatura populista de Boulos):
“24. Uma derrota eleitoral nas urnas em 2018 poderá nos impor um longo período de isolamento e defensiva que dificultará a transição para uma nova estratégia.
(…)
26. O ponto de partida diante de uma possível vitória eleitoral será instituir um governo democrático e popular amparado no movimento de massas para convocar uma Assembleia Nacional Constituinte que revogue as medidas golpistas e construa a nova institucionalidade do projeto nacional.
(…)
Trata-se de construir uma nova estratégia pautada na centralidade da conquista do poder do estado e numa força social de massas que sustente um projeto nacional que promova mudanças estruturais e acumule forças para construir as condições de transição ao socialismo.
https://www.viomundo.com.br/politica/consulta-popular-derrota-em-2018-pode-levar-a-longo-periodo-de-isolamento-da-esquerda.html
CADÁVER NA BOCA
A ala esquerda do capital, acadêmicos, intelectuais orgânicos e outros bonecos de ventríloquo continuam – solitários ou solidários – se masturbando com enunciados e fantasias desejantes.
O que faz essa corja parasitária? É simples: adentra o futuro, de costas!