24 de maio de 2017. Dizem que deu 100 mil em Brasília contra a reforma da previdência. Ministérios literalmente pegando fogo. Blocos vermelhos e pretos atravessando bloqueios. Em meio às tretas, de cima dos trios elétricos, lideranças discursavam: “Não são essas bombinhas que jogam em nós que vão tirar o brio dos trabalhadores do Brasil”. Temer chamou o exército, depois desistiu. Os manifestantes já tinham saído. Não faltou quem apostasse que a classe trabalhadora iria botar fogo nesse país depois disso. Não tinham os trabalhadores ultrapassado, na prática concreta da manifestação, as direções das centrais sindicais? Certamente levariam essa experiência para suas cidades e estados. E o que aconteceu depois, alguém lembra? Passa Palavra
Canto de cisne
Não faltou quem apostasse que os trabalhadores botariam fogo no país depois da reforma da previdência. E o que aconteceu depois, alguém lembra?
O que aconteceu – aliás, está acontecendo – foi (é!) o desacontecimento da heteronomia: as autoproclamadas vanguardas apostaram. E perderam, mais uma vez…
Por ação ou omissão, os trabalhadores – “esses proletas de merda” – têm o péssimo hábito de contra-efetuar manipulações das lideranças discursivas, anichadas em partidos, sindicatos e departamentos universitários, onde apostam sempre “na luta final”. Para tanto, as tais lideranças discursivas propõem-se a esbanjar sangue, suor e lágrimas, lutando incansavelmente… até o último proleta de merda.
No ínterim: capas pretas chapas brancas, candidatam-se nas eleições partidárias e sindicais, defendem teses (dissertações, monografias…) e cabalam posições nos aparelhos ideológicos de Estado.
Evoé, Althusser!
Malandro moderno – Bezerra da Silva
“(…) Sindicalista de outrora, desfruta belas senhoras uma em cada lugar.
Mas tenho certeza que você é bem feliz porque conseguiu na vida tudo aquilo que sonhou, que sonhou.
Roubou o dinheiro do povo e vive na tranqüilidade sua sorte é que você vive no País da impunidade.(…)” (https://m.letras.mus.br/bezerra-da-silva/malandro-moderno/)