Por Freedom News
É esperado que centenas de entregadores da Deliveroo de todo o Reino Unido entrem em greve em uma ação que coincidirá com a IPO [Initial Public Offering] da empresa, que acontecerá no dia 07 de abril.
Um relatório ao investidor produzido pelo Independent Workers’ Union of Great Britain (IWGB) [Sindicato dos Trabalhadores Autônomos da Grã-Bretanha], Share Action e The Private Equity Stakeholder Project, destacou alguns dos muitos problemas enfrentados pelos entregadores, incluindo baixa remuneração, condições de trabalho perigosas e padrões de trabalho precários.
Enquanto a Deliveroo afirma que um entregador ganha em média £10 por hora, um relatório do Bureau of Investigative Journalism descobriu que alguns entregadores ganham até £2 por hora. Mesmo se acreditamos nas declarações da Deliveroo, os custos adicionais que não podem ser evitados pelos entregadores, incluindo seguro, combustível e manutenção, na maioria das vezes reduzem a remuneração para abaixo do salário mínimo.
A greve põe mais pressão sobre a Deliveroo, que já vem sofrendo com ações dos trabalhadores como paralisações e diminuições no ritmo de trabalho, e com a pressão exercida por membros do Parlamento. A empresa tem se apoiado no status de trabalhadores autônomos de seus entregadores para evitar o pagamento do salário mínimo nacional ou a concessão de direitos trabalhistas. Isto pode estar em jogo, já que recentemente a Suprema Corte decidiu que os motoristas da Uber eram de fato trabalhadores e que, portanto, faziam jus aos direitos trabalhistas. Resta ainda saber que impacto esta decisão terá sobre a Deliveroo.
Joseph Durbridge, um entregador da Deliveroo em Londres, expôs as preocupações dos trabalhadores ao dizer que “a Deliveroo não se importa com a estabilidade financeira ou com os direitos básicos dos seus entregadores e descaradamente afirma que os trabalhadores são em grande parte intermitentes. Não vamos deixá-los nos enganar”.
A greve vem na sequência do Dia Internacional de Ação, que aconteceu em 26 de março e no qual entregadores na Austrália, França, Itália e Reino Unido realizaram ações contra várias plataformas de entrega.
Você pode contribuir para o fundo de greve do IWGB aqui.
O original foi publicado aqui. Traduzido para o Passa Palavra por Marco Túlio Vieira.