Por labournet tv
No dia 31 de janeiro, a polícia turca deteve cerca de 200 trabalhadores da fábrica de peças automotivas Farplas. Os trabalhadores haviam ocupado a fábrica devido aos baixos salários e a tentativa da empresa de impedir a sindicalização. Os protestos começaram em 19 de janeiro com uma primeira paralisação do trabalho. Os motivos eram a insuficiência dos salários e uma oferta igualmente insuficiente por parte da empresa de aumento salarial. No decurso dos protestos, mais e mais trabalhadores juntaram-se ao sindicato Birleşik Metal-Iş. Como resultado, a Farplas demitiu 150 trabalhadores que eram agora membros do sindicato. A justificativa: eles participaram da greve em 19 de janeiro e atrapalharam o trabalho na empresa. Em resposta a essa tentativa de enfraquecer o sindicato, sindicalistas e trabalhadores, com seus colegas demitidos, ocuparam a fábrica em 31 de janeiro. Enquanto a polícia prendia os ocupantes, outros membros do sindicato Birleşik Metal-Işse reuniram em frente à fábrica vindos das empresas vizinhas. Eles bloquearam o despejo dos detidos até que a polícia usou a força para acabar com a resistência. Os sindicalistas e trabalhadores detidos foram liberados após darem o seu testemunho. Alguns relataram experiências de violência. Os protestos em frente à fábrica continuam, agora novamente com os trabalhadores demitidos.
A velha e boa AÇÃO DIRETA.
Pois é, ulisses, reivindicada por tantos e feita por tão poucos. Interessante notar que a resposta do sindicato e dos trabalhadores nessa questão foi ocupar a fábrica, e não procurar algum canal de representação institucional ou promover alguma ação midiática para pressionar a opinião pública ou quem sabe algum parlamentar ou membro do governo. Talvez alguém que saiba mais sobre a situação na Turquia possa dizer mais sobre tudo isso…
Aqui no Brasil, as últimas ocupações de fábrica que tive notícia eram contra calotes nos salários ou demissões sem o pagamento dos direitos, que serviam para que os patrões não vendessem tudo na clada da noite…
Pois não é, PS?
Reivindicada por nem tantos e tampouco feita por tão poucos, forçoso é constatar: a ação direta já teve melhores dias.