Das novas gerações pode-se dizer que Mário Pedrosa é um ilustre desconhecido. Esta curta biografia, dividida em partes, poderá servir como introdução a um apanhado de sua ação política. Por Manolo
Das novas gerações pode-se dizer que Mário Pedrosa é um ilustre desconhecido. O Mário esteta é, de certa forma, figurinha carimbada nos meios literatos e artísticos, mas o aspecto mais propriamente político de seu pensamento – separado a muito custo do estético, pois mesmo a crítica de arte, para Pedrosa, era uma forma de militância política – é, via de regra, abafado, ou deixado em segundo plano por desconhecimento de sua obra especificamente política – há muito fora de catálogo, quando livros, ou jamais coletaneada, quando publicações em jornais.
À diferença, por exemplo, de Erich Sachs, em cujo rastro de ex-membro da Oposição Comunista Alemã exilado no Brasil seguiu uma organização com longo rastro na história política brasileira – a POLOP – não houve militantes “herdeiros de Mário Pedrosa” que cuidassem deste resgate.
Esta curta biografia, dividida em partes, poderá servir como introdução a um apanhado de sua ação política. Uma análise política mais densa, todavia, é indispensável para avaliar o real papel da militância de Mário Pedrosa na história da esquerda no Brasil e ressaltar mais enfaticamente seu legado.
1. Juventude (1901-1925)
Filho de Pedro da Cunha Pedrosa, ex-senador da República e ex-ministro do Tribunal de Contas, Mário Xavier de Andrade Pedrosa (1901-1981) nasceu no Engenho Juçaral, em Timbaúba (PE). Já em 1913 fora enviado à Suíça para estudar, onde ficou até 1916.
Ao retornar, estudou Direito no Rio de Janeiro entre 1920 e 1923, onde teve seus primeiros contatos com o marxismo no grupo de estudos do prof. Edgardo de Castro Rebello. O professor tem outros discípulos, como Rodolfo Coutinho e Lívio Xavier, que acompanhariam a trajetória política de Pedrosa em outros momentos. Aproxima-se também dos modernistas, em especial de Mário de Andrade.
Logo após se formar, em 1923, já era assinante de A Classe Operária (jornal do Partido Comunista do Brasil – PCB) e mantinha contatos com Mário Grazzini, dirigente sindical do partido, que tentava cooptá-lo. Em 12 de fevereiro de 1926 escrevia a Lívio Xavier sobre seus “sentimentos sociais”:
É horrível nossa condição moral, esse mandarinato em que vivemos. […] sinto com toda nitidez e com a mais sincera humildade a minha inferioridade moral e espiritual e a hediondez de meu intelectualismo. Dualismo imundo em que se baseia a nossa cultura, toda a miséria, a hipocrisia, o onanismo, o imoralismo da cultura idealista está aqui. De que humildade absoluta precisamos nos revestir para não merecermos ser corridos a pedra pela populaça, para merecermos o perdão misericordioso das massas? Dia virá, num novo código moral que se construir, em que pensar será um ato criminoso, e, sobretudo, imoral, que degrada o seu autor. Sobretudo agora, nesta fase terminal em que vivemos; tudo é fruto do regime, cuja estrutura espiritual é essa cultura imunda de que nos alimentamos, o idealismo de que nos embriagamos. Liberdade de consciência, liberdade de pensar, hoje? Mas onde já se viu coisa mais imoral? E mais nefasta e ociosa? É preciso castrar os cérebros, primeiro ato de moralidade pública. Pensar por pensar é o mais refinado ato de hipocrisia, de covardia e perversidade. Quero crer que a atividade espiritual recuperará a nobreza quando o trabalho for a base física da moral, o nivelador das condições econômicas e sociais do indivíduo – e nesse sentido compreendo e aceito a idéia do proletariado do espírito, imagem de Aragon – proletariado como o outro, classe cujos interesses vitais estão precisando da Revolução para se realizar integralmente. Por ora, não há mais intelectual, nem artista – só há o proletariado hoje, nossa atividade só pode ser didática – a única legítima e moral.
Esta angústia quanto ao “que fazer” o levaria, em 1926, a filiar-se definitivamente ao PCB. Começa aí sua longa história de militante político. A ênfase no didatismo revela outro aspecto de sua prática política: a preocupação com a formação de uma cultura nova, emancipadora, que caminhasse junto com a revolução proletária.
2. O Partido Comunista (1926-1929)
Pedrosa era um militante irrequieto. Ainda em 1926, escreveria, sobre o conflito entre ser um intelectual independente e um partidário disciplinado:
Continuo desmoralizado, e se estou metido nisso é à custa de um esforço desesperado e muita vontade de ser durão. Minha desagregação é absoluta. Clarté, já viu o último número? Ainda apela para a Revolução: nesta pôs a sua fé e as suas últimas esperanças. Mas nós, neste embrião fedorento de América do Norte que é o Brasil… E como clamar a vida toda pela revolução e a revolução não vem e a gente, teoricamente desesperado, vai, bem ou mal, gozando a vida… que condenamos; no meio da burguesia… que condenamos; cavando o dinheiro, que condenamos; as mulheres, que condenamos, etc., etc., que condenamos! O ridículo, meu querido Rimbaud mirim, nos espera. Eu de mim recebê-lo-ei com fervor, minha mística vontade de esculhambar-me. Quero indulgências, como Claudel [1], somos os Claudel do comunismo. E no Brasil que revolução é privilégio de Isidoro [2], Lenin de opereta!!! […] Meu derrotismo continua ainda mais agudo. Ora, e justamente agora que faço parte do partido! Bernier tem dez mil vezes razão: como acreditar-se no proletariado ocidental, vendo-se o que se vê, sendo-se intelectual burguês embora diga-se ou sinta-se revolucionário, artista, conservando- se fora da política (em que é obrigatório o otimismo) sem se estar preso às conveniências e disciplinas partidárias?… pode haver [o perigo] de fazer da Revolução um ideal abstrato, longínquo, transcendente, no plano do espírito, exclusivamente uma finalidade metafísica, intelectual, um idealismozinho vagabundo como outro qualquer, capaz de contentar cérebros almofadinhas e escleróticos de poetas pequeno-burgueses. E foi isso que em parte procurei evitar entrando para o partido. Mas o otimismo necessário, a limitação intelectual, eis onde não posso chegar. […] A nossa tragédia é ver o Brasil pelo outro lado do binóculo: longe, muito ao longe, miudinho – a mesma vagabunda paisagem que nos cerca – em relação ao otimismo burguês, estético com o Graça, econômico com o Afonso, etc. O fato é que estamos bem arranjados, com a visão necessária do mundo bastante lúcida para falharmos, e vamos falhando admiravelmente. Mesmo, sobretudo, no campo de nossa revolta. E dessa falência absoluta integral, tiramos vaidade, e dessa vaidade é que vivemos. O tema é conhecido demais. Que pobreza de imaginação, porra!
Em 1927, Pedrosa foi trabalhar como agente fiscal do Estado na Paraíba. É desta época a seguinte carta a Lívio Xavier, ainda cheia de dúvidas quanto à sua militância:
Aqui nesta província a revolta da gente, a santa revolta perpétua que queima a gente tem vida difícil, a resignação, a pasmaceira e a calúnia e a umidade do meio não lhe favorecem a vida. A gente entrega os pontos sem querer. Minha preocupação maior aqui é procurar as coisas da terra que a gente viu em menino com assombro e espanto e invejosos e não se lembrou mais. Congo, lapinha, bumba-meu-boi, coco, etc. Quero ver se consigo colher alguma coisa, pra mim e pro Mário que acaba agora de publicar dois livros de prosa: Amar, verbo intransitivo e Primeiro andar, contos. […] Ando nos ares, sem poder assentar nada. Uma coisa esquisita. Mas esqueço às vezes que sou comunista. Com certeza não serei nunca um homem de partido, militante político. Não dou para isso, sobretudo no Brasil. Só se for numa hora decisiva: numa greve imponente, numa comemoração cívica, sobretudo numa barricada, guerra civil. Porque assim eu ia com esperança de vencer, entusiasmado e satisfeito, todo entregue, espírito e corpo, à causa, achada então a alta finalidade que procurei toda a vida, prevendo, sabendo que ia morrer. Sem risco de morte, sem a esperança de morrer, é impossível prender o espírito absolutamente a uma causa, por mais alta que seja. Romantismo, literatura – seja lá o que for. Mas é isto. Não é à toa que sou pequeno-burguês intelectualizante. […] O Brasil é uma coisa contra a qual parece que não posso lutar. O Brasil venceu . […] eu acabo recorrendo ao desmoralizado vagabundíssimo expediente a que todo namorado infeliz e ridículo recorre sempre: a garrafa. Tomar morfina ou cheirar o pó – é vício por demais mundano, aristocrático e almofadinha, literário que não há quem agüente. Beber, porém, já saiu felizmente da literatura. Beber é pois primitivismo, romantismo, passadismo por oposição a futurismo. Veja você como minha decadência é irremediável: é esta uma das soluções que agora vejo. Sinceramente. Rimbaud é inacessível. Ou isto ou soldado da Revolução. Mas a Revolução onde é que está? Você acredita em Stalin? E no Brasil você acredita em Octávio Brandão, em Astrojildo, em Leônidas Rezende, em Azevedo Lima? As forças históricas do Brasil, o proletariado. Os soldados, Prestes à frente, não conseguiram uma revoluçãozinha pequeno-burguesa, que será de nós? Eu sei que a gente não deve, não é científico, está errado, desprezar, negar certas possibilidades futuras, mediatas ou imediatas, só porque o momento atual não está conforme às nossas aspirações. Estes homens podem não valer nada, ser insignificantes (mas alguns deles valem alguma coisa) e amanhã surgir um acontecimento que levante acima de todos um batuta que ninguém conhecia. Mas como é difícil vencer o ceticismo, ou melhor, o pessimismo. E a gente saber teoricamente, in abstrato, que a Revolução há de vir, virá um dia, é bastante para sustentar a nossa revolta, a nossa luta contra o presente infame e necessário, sem jeito de ser outro? Isso é bastante pra gente viver? Uma previsão, uma teoria, uma lei sociológica têm plasticidade, concretização, raízes bastante para penetrarem em nós a ponto de criar dentro de nós a sensualidade necessária à vida do espírito e do corpo? Eu te abraço, condenado como eu, e tenho pena de ti, que é uma maneira, um truque que ainda me resta de ter pena de mim mesmo e me querer bem – este merda, este cretino infeliz que sou. Adeus.
No início de 1927, Pedrosa desistiu do emprego de agente fiscal do estado da Paraíba e foi para São Paulo assumir a direção local da Organização Internacional para Apoio a Revolucionários – “Socorro Vermelho”, fundada em 1922 pela Internacional Comunista para funcionar como uma “Cruz Vermelha política internacional” e prover auxílio moral e material para prisioneiros políticos comunistas pelo mundo afora. Datam desta época seus primeiros contatos com oposicionistas internacionais como Pierre Naville e Marcel Fourrier.
Ainda em 1927 as atividades de Pedrosa e suas capacidades intelectuais levaram Astrojildo Pereira, então secretário-geral do PCB, a propor seu envio para a Escola Leninista Internacional em Moscou, acompanhado pela seguinte carta de recomendação:
Rio, 7 de Novembro de 1927
Ao Reitor da E[scola].L[eninista].I[nternacional].
O camarada Mario Pedrosa, que embarcou no Rio a 7 do corrente com destino a Moscou, é o 2.º candidato do P.C.B. para a Escola Leninista Internacional. Ele é um intelectual, mas militante dedicado ao Partido e o curso da Escola muito bem lhe poderá fazer, quer do ponto de vista político, quer do ponto de vista moral. Mario Pedrosa tem atualmente 27 anos de idade. Aderiu ao Partido há mais de 2 anos. Editou em São Paulo uma pequena revista marxista – Revista Proletária. Natural do Estado de Pernambuco, isto é, da zona açucareira. Seu pai é alto funcionário público. Estudou em Pernambuco e no Rio. Bacharel em direito. Faz vida de jornalista, não advoga. Durante o curso jurídico no Rio lia e admirava Romain Rolland e por intermédio deste foi até “Clarté”. Um de seus mestres na Academia foi o Prof. Castro Rebello, marxista notório. Tendo aderido, em 1925, à organização do P.C.B. de São Paulo, aí militou, transferindo-se depois para o Rio, onde militou não só na organização do Partido (fazendo parte de um comitê de rayon [bairro]) como também no Socorro Vermelho Internacional (Socorro Proletário). Tais as características sociais, intelectuais e políticas do camarada Mario Pedrosa.
Pelo C.C. do P.C.B.
Astrojildo Pereira
Ao chegar na Europa, Pedrosa estava no olho do furacão. Entre novembro de 1927 e agosto de 1929 (período em que Pedrosa permaneceu na Europa), os rumos da revolução mundial eram disputados a ferro e fogo.
A política de liquidação – física, se necessário – das oposições e dissidências não-bolcheviques, concluída na Rússia em 1921 com a proibição de tendências dentro do partido bolchevique, vinha sendo “exportada” para a Internacional Comunista. Militantes que ousavam aprofundar questões teóricas do marxismo e – intencionalmente ou não – punham em questão políticas da Comintern eram forçados ao silêncio – como Gyorgy Lukács (História e consciência de classe, 1923) – ou expulsos de seus partidos – como Karl Korsch (Marxismo e filosofia, 1923), em 1926.
A 9ª Plenária do Comitê Executivo da Comintern, assim como seu VI Congresso, realizados em fevereiro e julho de 1928 respectivamente, introduziriam no movimento comunista internacional a teoria do “terceiro período”, da “crise final do sistema capitalista”, que marcaria a virada dos PCs de uma política passiva de defesa da URSS para outra de “classe contra classe”, sem alianças possíveis, em busca da revolução imediata. Todas as forças de oposição ideológicas deveriam ser expulsas dos PCs – por exemplo, seguidores de Trotski – e as forças de esquerda externas ao partido que não concordassem com as políticas da Comintern deveriam ser atacadas por polêmicas violentas e mesmo fisicamente. Nos sindicatos controlados pelos comunistas as demais forças políticas – socialistas, anarquistas etc. – deveriam ser expulsas, e nas categorias cujos sindicatos fossem controlados por forças não-comunistas os PCs deveriam montar “sindicatos vermelhos”. Levantes armados deveriam ser tentados sempre que possível – independentemente de suas possibilidades de sucesso. Se esta política fez eco no sentimento de muitos trabalhadores – especialmente após a crise de 1929, com suas altas taxas de desemprego e fome – e aumentou o número de filiados aos PCs em diversos países, certamente os isolou de outras forças políticas da esquerda. Trotski, o mais visado dentre os críticos da política do “terceiro período”, fora enviado ao exílio. Opositores desta política eram sistematicamente expulsos dos PCs e isolados politicamente.
Tudo isso era informado por Pedrosa, radicado em Berlim, a companheiros no Brasil como Rodolfo Coutinho e Lívio Xavier. Estes, críticos da linha adotada pela direção do PCB em diversos assuntos e organizadores de um pequeníssimo núcleo dissidente no partido, acompanhavam atentamente a saída da “célula 4R” do PCB, formada por Joaquim Barbosa (secretário do PCB para assuntos sindicais), João Costa Pimenta (veterano sindicalista, avô de Rui Costa Pimenta, eterno dirigente do Partido da Causa Operária – PCO), Leonel Pessoa (ex-cadete, expulso do Exército por participar da Revolta da Vacina em 1904, trabalhava como operário gráfico), João Dalla Dea (operário gráfico) e outros, que viriam a constituir uma “oposição sindical” ao PCB nos anos seguintes.
Em Berlim, Pedrosa participou de passeatas organizadas pelo Partido Comunista Alemão; acompanhou a expulsão do partido do grupo liderado por Heinrich Brandler e August Thalheimer que posteriormente fundaria a Oposição Comunista alemã; viveu as disputas entre a Oposição de Esquerda, a Oposição de Direita e o centro stalinista na III Internacional; manteve forte contato com Pierre Naville, militante do Partido Comunista Francês (PCF) expulso em 1928 por “desviacionismo” (ou seja, por ousar pensar diferente da linha estabelecida por Stalin para o PCF).
O expurgo de tantas correntes de oposição e a expulsão de inúmeros militantes por divergirem da “linha oficial” levaram Pedrosa a desistir de viajar a Moscou; logo após a expulsão de Trotski em 1928. O que historiadores comumente creditam a uma doença foi, na verdade, resultado de reflexão bem feita, como exposto nesta carta a, mais uma vez, Lívio Xavier:
Agora, aqui pra nós. Desanimei duma vez de ir, hoje mesmo que te escrevo. O Congresso Bolchevique do Pan Russo expulsou Trotski e a oposição do partido! Acabou assim a oposição […] quando vi no L’Humanité a resolução publicada ontem – não foi surpresa, pelo contrário – foi como uma desgraça que já se estava esperando. […] os grandes problemas que estavam no ar não foram resolvidos, mas suprimidos. Que é também uma maneira de resolvê-los, afinal. A hora é dura e a gente tem de ser lúcido, disciplinado e coerente. Do meu ponto de vista pessoal, uma desolação. Saí tão acabrunhado quando vi tudo consumado que, no restaurante onde como, um russo qualquer também come lá, e me perguntou por que eu estava muito triste pois minha fisionomia denotava que alguma coisa me tinha acontecido ou estava sentindo. E como é que eu vou para a Rússia assim?
Ou, ainda, nesta outra carta, de 14 de maio de 1928:
Como podemos, na nossa posição de intelectuais do partido no Brasil, continuar sem de nossa parte tentar definir a situação brasileira, sulamericana? Que diabo de militantes somos nós? Não podemos continuar nessa irresponsabilidade em que temos deixado o barco correr. Isso é até brincadeira. Estamos todos falhando ao nosso dever. […] Que pseudofunção é a nossa no partido. Para que serve a nossa presença nele – para fingir que somos bolcheviques e ter uma atividade puramente formal – comparecendo a reuniões de célula e fingindo acreditar na organização e na existência dum movimento comum no Brasil? Ser membro do PCB e ir à célula é bonito e romântico para nós que não queremos ser literatos, etc., etc. Mas o tempo do romantismo passou.
Pedrosa retorna ao Brasil em agosto de 1929 já com a intenção de conversar com um grupo mais próximo de amigos sobre a formação de uma dissidência interna do PCB. O grupo formado por Pedrosa, Aristides Lobo (que já contava com mais de dez prisões no currículo e colaborara com Luiz Carlos Prestes na formação da Liga de Ação Revolucionária – LAR), Lívio Xavier, Rodolfo Coutinho, Wenceslau Escobar Azambuja e militantes da “célula 4R” formaria o Grupo Comunista Lenine, cuja história será detalhada em outra parte desta biografia.
NOTAS
[1] A referência pode ser a qualquer dos dois Claudels famosos na época: Camille (1864-1943), a jovem escultora e amante de Rodin que morreu após mais de trinta anos de internação num hospício; ou seu irmão mais novo, Paul (1868-1965), diplomata e poeta, católico conservador constantemente acusado de colaboração com o regime colaboracionista de Vichy durante a Segunda Guerra Mundial.
[2] Isidoro Dias Lopes, militar que comandou ou participou de diversas revoltas durante a República Velha, em especial a revolta paulista de 1924 – conhecida também como Revolução do Isidoro.
REFERÊNCIAS
Para esta parte foram fundamentais os artigos biográficos publicados no livro Mário Pedrosa e o Brasil, organizado por José Castilho Marques Neto (São Paulo, Fundação Perseu Abramo, 2001): “Um socialista singular”, de Antonio Candido; “A utopia como modo de vida (fragmentos de lembrança de Mário Pedrosa)”, de Luciano Martins; e “O jovem intelectual e os primeiros anos de militância”, de José Castilho Marques Neto; a carta de Astrojildo Pereira está como anexo ao mesmo livro. A tese de doutorado de Marcelo Mari, Estética e política em Mário Pedrosa (1930-1950), serviu como referência complementar, assim como o artigo “Mário Pedrosa (1900-1981): anotações sobre sua trajetória intelectual”, de Rafael Elia (Revista Brasileira de História, São Paulo, vol. 2, nº 4, set 1982, 259-264).