Concentração de protesto
Dezenas de familiares de vítimas da violência do Estado no Rio de Janeiro, e pessoas solidárias, estão nesse momento concentrados em frente ao Ministério Público Estadual (Av. Marechal Câmara, n° 370 – Centro), onde acaba de chegar a Alta Comissária da ONU para Direitos Humanos, a Sra. Navanethem Pillay. A comissária encontra-se em visita ao Brasil, oficialmente para tratar de questões como segurança pública, combate à pobreza e discriminação. A visita faz parte dos entendimentos da ONU com o governo brasileiro para assinatura de convênios de cooperação.
Os familiares protestam contra o fato de, ao contrário do que aconteceu durante a visita do Relator Especial de execuções extrajudiciais, sumárias ou arbitrárias, também da ONU, Dr. Philip Alston, em novembro de 2007, a Sra. Pillay não agendou encontro com vítimas e familiares de violações de direitos, tão comuns e graves no Brasil. Além disso, as reuniões com organizações da sociedade civil (haverá uma logo mais às 18h) estão sendo realizadas com critérios estranhos, com reduzido tempo de fala para as diferentes organizações apresentarem suas denúncias e recomendações.
O protesto também é para denunciar que o Ministério Público está muito longe de cumprir suas funções na defesa aos direitos fundamentais da pessoa humana. Em particular, se por um lado é muito rápido e ágil para acusar pobres suspeitos de crimes, é lento e burocrático na investigação e acusação de agentes do Estado envolvidos em casos graves de execuções, torturas e corrupção.
Entre os manifestantes estão familiares dos Casos da Chacina da Candelária, Acari (1990), Vigário Geral (1993), Maxwill de Souza dos Santos (Brás de Pina), Josenildo dos Santos (Morro da Coroa), Bruno Ribeiro de Macedo (Jacarezinho), Maicon (Acari), Andreu Luís da Silva Carvalho (morto dentro do Degase), Leandro Silva Davi (Jacarezinho), entre outros.
Agora há pouco soubemos que a Alta Comissária aceitou receber uma comissão composta de cinco familiares. Mais informações com Patrícia de Oliveira (9809-9199), que está na manifestação.
Rede contra a Violência