Por Passa Palavra
Após terem protagonizado uma forte greve no último dia 3, trabalhadores do Metrô de São Paulo começam a sofrer as primeiras retaliações por parte da empresa. Em pleno feriado, ainda durante a madrugada de hoje (12/10), operadores de trem na linha 2-verde começaram a receber advertências escritas por terem se recusado a dar treinamento aos fura-greves nas semanas que antecederam a greve. A recusa era parte da mobilização dos trabalhadores contra o Plano de Contingência, que durante as paralisações coloca pessoal administrativo para operar trens — um risco gravíssimo para a população que usa o transporte.
Logo após as primeiras advertências, os operadores decidiram entre si não assumir mais os trens até que as punições fossem retiradas. Por volta das 9h, diretores do Sindicato dos Metroviários foram à estação Ana Rosa, onde fica a base do tráfego da linha verde, e tentaram, sem sucesso, uma negociação com a empresa. Sem recuo por parte do Metrô, às 9h30 os operadores cruzaram os braços e deram início a uma paralisação.
A notícia das punições e da paralisação correu como rastilho de pólvora pelos grupos de Whatsapp e, poucos minutos depois, os operadores das linhas 1-azul e 15-prata se juntaram ao movimento e pararam em solidariedade. Algumas horas depois foi a vez dos operadores da linha 3-vermelha cruzarem os braços também.
Com todas as linhas operadas pelo Metrô paradas, as estações tiveram de ser evacuadas e ônibus da operação PAESE (Plano de Apoio entre Empresas de transporte frente às Situações de Emergência) foram acionados.
Agora há pouco, em negociação com o sindicato, a empresa se comprometeu a não aplicar mais advertências até segunda-feira (16/10) e marcou uma reunião com representantes dos trabalhadores para discutir a retirada das punições já aplicadas. Em assembleia, os operadores da linha 2-verde resolveram encerrar a paralisação e, aos poucos, estão voltando aos seus postos de trabalho. Mas garantem que permanecerão mobilizados e podem voltar a paralisar a qualquer momento, caso o Metrô continue retaliando os trabalhadores.
Reproduzimos abaixo a nota do Sindicato dos Metroviários sobre a paralisação: