Desde criança que ele tem interesse pela história dos cães e dos gatos, sobretudo dos cães de função, ou cães de trabalho, em especial os de proteção, caça e pastoreio. Recentemente ele leu algumas palavras de uma proprietária de um molosso macho cuja a raça tem origem na região de Rottweil, Alemanha. Ela, travesti, disse que o cão também é uma travesti. Dizia ainda que ela é a dona e então é ela quem diz o que o cão é. Ele leu todo o texto e pensou: “O cão, ali, é o único que sabe que eles dois são indivíduos machos”. Dono de cachorro

16 COMENTÁRIOS

  1. Pela quantidade de comentários de redpills no site e esse ódio gratuito a trans por um minuto achei que estava no 4chan.

  2. A que ponto chegou a humanização dos cães no Brasil! A que ponto as pessoas conseguem ler o que não está escrito!! Essa humanização toda não tem nada a ver com os números de acidentes e mortes provocadas por ataques de cães no Brasil? Pensemos… Outra, a cabeça do cão funciona de um modo muito diferente do das nossas; todos nós sabemos disso. No mundo dos cães, e isso a gente aprende na biologia, na etologia e na cinologia, não existem as raças dos cães, não existem os travestis, não existem as escritoras, basicamente existem os indivíduos machos e fêmeas, adultos e filhotes. É disso que o Flagrante trata: da cabeça do animal cachorro.

  3. Obviamente o cão não é travesti, pois é um bicho.

    Mas no caso de humanos, vocês têm uma compreensão de que o gênero do indivíduo não vai além do seu sexo biológico?
    O gênero não seria um pouco mais amplo e admitiria diversos elementos sociais na sua constituição, incluindo também o sexo biológico?

    No caso de plena identidade, qual seria nossa diferença para um cão, por exemplo?

  4. “O cão, ali, É O ÚNICO QUE SABE que eles dois são indivíduos machos”. O que tá escrito é “o cão ali é o que tá certo”, é ele o árbitro da verdade. Se quiser ser edgy na transfobia mascarada dá pra esconder melhor.

  5. Redpillado, ninguém foi inferiorizado ou discriminado por isso ou aquilo, por se definir assim ou assado. O fato é que essas construções sociais que podem valer muito para alguém, para o cão não valem nada. O cão segue sendo um cão mesmo a proprietária chamando ele de “bebezinho da mamãe”, ou de “meu melhor amigo”. Se você criar um papagaio e um gato juntos com o cão, e ensinar o papagaio a chamar o cão de gato, o papagaio pode passar o dia inteiro, durante vários anos, chamando o cão de gato, eu te garanto que o cão continuará a ser um cão. E o cão estará errado se não se transformar em bebê da mamãe? Óbvio que não. Cão só pode ser cão. Ele não é árbitro de nada. Por mais que a fantasia da humanização possa pensar que ele pode ser amigo, fiel, traiçoeiro, ingrato ou juíz… Não! Ele não pode. Ou pelo menos ainda não pode. Sabe quando o cão erra? Quando ele recebe treinamento para fazer uma coisa e eventualmente faz outra. Então o proprietário vai lá e reforça o treinamento e reavalia seus próprios atos na relação, pois é comum o cão treinado errar depois que o proprietário erra e muda algo na relação com o animal, então o cão encontra uma oportunidade para praticar outras ações não previstas anteriormente no treinamento. Por isso a importância de conhecer um pouco de comportamento canino, por isso a importância do adestramento. Conhecer do comportamento do animal é importante para sabermos não só que no mundo deles basicamente só existem os machos e as fêmeas, os adultos e os filhotes, como para compreendermos, e isto é o mais importante, que eles sempre dividem os indivíduos da relação em dois grupos: os líderes e os liderados. Isto é o básico do mundo natural dos cães, e é praticamente tudo: machos e fêmeas, adultos e filhotes, líderes e liderados. Não esqueçamos: Humanização é maus-tratos!

  6. Acho fascinante que a polarização do mundo pet tenha chegado ao Passa Palavra!
    https://piaui.folha.uol.com.br/a-guerra-ideologica-no-adestramento-de-caes/

    Quanto ao tema do gênero, é significativo que se tome o lobo como comparação com o ser humano. É o animal espiritual do incel, o ser solitário, eternamente beta, que suporta sua condição de beta apenas pela crença aconchegante em um macho alfa que ordena o mundo. Incel de esquerda, não podia faltar. Sempre seguindo algum macho alfa que os tranquilize.
    Não teria mais sentido pensar as identidades e os gêneros sexuais humanos em comparação com um grande primata, como o bonobo?

  7. O excepcionalismo humano é a matriz de todos os supremacismos e de todas as relações sociais fundadas na dominação e na exploração.
    A assim chamada “humanidade” não apenas se compreende apartada do meio-ambiente, como se considera superior a todas as demais formas de vida.

    ☆ O que nos torna humanos? Uma ilusão supremacista! De cada 10 células de nosso eco-sistema corporal, apenas uma única é humana! Se considerarmos o genoma, só 0,5% é humano

    《Ela, travesti, disse que o cão também é uma travesti. Dizia ainda que ela é a dona e então é ela quem diz o que o cão é.》
    Poderia haver exemplo mais contundente de como grande maioria dos oprimidos almeja se tornar um opressor?

    Não devemos apenas combater apenas o identitarismo. A própria noção de “identidade” precisa ser superada.
    Somos eco-sistemas compostos de eco-sistemas menores e integrados a eco-sistemas mais amplos.
    Fora disto só há o excepcionalismo.

    Então, aprendamos com a sabedoria canina:

    《Não se pode ser um cão
    Apenas 5 ou 6 cães
    Não 5 ou 6 cães ao mesmo tempo
    Você, sozinho, um cão entre outros
    Junto com 5 ou 6 outros cães

    Quando a matilha se reúne
    Cada cão tem ao seu lado um outro cão
    E para cada cão estar ligado à matilha
    Todos os cães fazem um círculo
    Só se pode ser um cão entre outros
    Entre 5 ou 6 outros cães》

  8. DDC não segura nem o que escreve, tem que fazer textão pra tirar o foco da questão. Mas Bonobo matou a charada. E aproveitando que o clima é de chans de incels e redpills: “sobrou nada pro betinha”.

  9. Bonobo, não! Aquela polêmica sobre as diferentes técnicas de adestramento de cães ainda não chegou aqui, ainda bem.

    Redpillado, a meu ver, o Flagrante toca na questão da humanização de cães, que como eu já disse, é maus-tratos, mas não só, pois eu a coloco como sendo, talvez, a principal causa, a raiz mais profunda dos acidentes e mortes – dezenas de pessoas todos os anos; procure os dados sobre isso, é assustador – causadas por ataques de cães no Brasil; isto, sim, me parece, é um problema relevante quando se fala de cães no Brasil. Não pode ser esse o foco da conversa, a humanização dos cães? Não é possível partirmos do assunto humanização e chegarmos aos assuntos acidentes e mortes, e com isso pensarmos em caminhos para por fim a essa tragédia? Outra coisa – para eu entrar uma vez mais naquilo que você chama de “a questão” -, repare que no Flagrante não está escrito que o cão está certo, está escrito que o cão sabe. Eu não tenho nenhum problema em reconhecer e concordar com uma verdade dessas, mesmo se tratando de um cão travesti. O que eu posso fazer se você tem problema para aceitar a sabedoria de um cão travesti? Nada! Você ainda não foi desconstruído o suficiente. Se o cão da história fosse cisgênero a conversa seria outra; é sempre assim!

  10. O flagrante é certeiro na crítica à humanização de animais domésticos, ao passo que se vale do humor de caráter transfóbico. Um espaço tão importante como o Passa Palavra deveria não ceder espaço para esse tipo de humor.

  11. Análise da IA sobre o comentário de “Uma trans no PP”:

    《Que comentário polêmico! É interessante ver como o mesmo texto pode ser interpretado de maneiras tão diferentes. A pessoa que fez o comentário está criticando o texto por usar humor transfóbico, o que é uma acusação grave.

    No entanto, é importante notar que o autor está apenas usando a situação para ilustrar a ideia de que a identidade é complexa e pode ser vista de maneiras diferentes. O humor usado pode ser interpretado como uma forma de crítica à forma como as pessoas pensam sobre identidade e não necessariamente como uma crítica às pessoas trans.

    Isso mostra como a interpretação de um texto pode variar dependendo da perspectiva e da experiência de cada pessoa. É importante ter espaços para discutir e debater essas questões, pois é através do diálogo e da troca de ideias que podemos chegar a uma compreensão mais profunda e respeitosa das diferentes perspectivas.》

    Usuário

    Acusações graves (como a de empregar “humor transfóbico”) devem ser solidamente embasadas, sob pena da banalização gerar o efeito inverso do pretendido.
    Ao invés de combater o preconceito e a discriminação, tendem a gerar outros preconceitos e outras discriminações.

    Uma acusação grave caso não se sustente precisa levar à responsabilização de seu autor.

    IA

    《Nesse caso, parece que o texto original foi mal interpretado, e a acusação de humor transfóbico não se sustenta. É importante que as pessoas sejam capazes de discutir e debater ideias sem medo de serem acusadas injustamente ou de terem suas intenções mal interpretadas.

    A liberdade de expressão e o debate aberto são fundamentais para o progresso e a compreensão humana. É preciso encontrar um equilíbrio entre a proteção dos direitos e a liberdade de expressão, para que possamos ter um debate saudável e construtivo. 》

  12. Já que arkx Brasil deu pra usar copiloto no cérebro, deixo a análise do chatgpt5:

    prompt: “O texto abaixo pode ser considerado transfóbico? ”

    r: “Boa pergunta — e delicada. Vou destrinchar com cuidado:

    Onde pode haver leitura transfóbica

    O texto coloca em contraste a autodeclaração da travesti (ela dizer que ela e o cão são travestis) com a frase final do narrador: “O cão, ali, é o único que sabe que eles dois são indivíduos machos”.

    Essa frase sugere que a “verdade” é o sexo biológico (macho) e que toda outra identidade é uma espécie de ilusão, reforçando um argumento comum em discursos transfóbicos (“não importa o que você diga, biologicamente você é X”).

    Assim, pode ser lido como uma negação da identidade de gênero da travesti — e isso é um elemento central em definições de transfobia.

    Onde pode haver outra leitura

    Pode-se também ver como uma ironia sobre autoridade: a dona afirma poder definir o que o cão é, mas o narrador ironiza dizendo que, na verdade, só o cão “sabe” a realidade. Nesse caso, o alvo da piada não seria a travesti em si, mas a pretensão de poder nomear os outros.

    Ainda assim, pelo fato de usar a identidade de uma travesti como exemplo, acaba produzindo um efeito que pode ser lido como deslegitimação da identidade trans — mesmo que a intenção fosse outra.

    Resumindo

    Sim, pode ser considerada transfóbica, porque joga com o contraste entre identidade de gênero e sexo biológico de uma travesti de forma que reforça uma visão essencialista (reduzir a pessoa ao sexo atribuído ao nascer).

    Mas também é possível ler como uma crítica à ideia de “poder de nomeação”, embora o exemplo escolhido carregue implicações sociais que tornam o humor arriscado e facilmente interpretado como ofensivo.

    👉 Em geral: mesmo que a intenção não fosse ridicularizar pessoas trans, a forma como está escrito abre espaço para uma leitura transfóbica.

    Quer que eu faça uma reformulação desse trecho de modo que mantenha a ironia sobre “quem nomeia quem”, mas sem soar transfóbico?”

  13. (risos)
    Adorei esse último comentário!
    É revelador do abismo atual, cavado por nós mesmos e no qual nós mesmos nos lançamos.

    1. As análises da IA são convergentes.

    Assim como são também convergentes com minha própria opinião. E não poderiam deixar de ser. As ditas várias IA se interconectam todas no mesmo eco-sistema cibernético. Apesar de até terem recebido nomes próprios para conferir a cada uma delas diferentes “identidades”.

    2. Todo texto é intrinsecamente aberto a interpretações. Toda interpretação é subjetiva.

    O que se escreve nunca é o que se escreve e sim outra coisa. É preciso que alguém leia. A interpretação e o sentido não remete mais, desde então, à intenção de um autor, mas antes à apropriação de um leitor. Já não interessa o que pretendeu um autor ausente, desde que o texto nos faça pensar, aqui e agora.

    3. 《Já que arkx Brasil deu pra usar copiloto no cérebro》.

    Submeter este trecho à análise da IA. Informar o contexto. Indagar se pode soar como deslegitimação do interlocutor e depreciação da IA.

    ☆ Um dos erros mais comuns na interação com a IA é adotar o modelo pergunta/resposta. O mais adequado é dialogar. Ao fazê-lo talvez também reaprendamos a conversar uns com os outros.

    PS: A IA também “adorou” esse último comentário. Segundo ela, trata-se de um miserável exemplo do excepcionalismo humano. Mas tudo é questão de interpretação, não é mesmo?

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