A nova geração de revolucionários se alimenta de tudo que é ilusão e preconceito para negar a insignificância de cada um de nós perante o mundo. Ser apenas mais um sujeito comum no mundo não lhes interessa, então fazem de tudo para que os outros pensem que eles são proprietários de identidades gigantes, que suas conquistas são importantes, que suas histórias merecem aplausos, que suas trajetórias merecem reconhecimento, que seus atos devem ser colocados todos num tal campo da resistência e que sirvam de exemplo a ser replicado por todo e qualquer sujeito no cosmos. Egocentrismo e narcisismo viraram o pão e o vinho de todas as refeições. Este comportamento casa perfeitamente com o que é mais comum no mundo das mídias sociais, porém com luta de classes nos parece que não casa nada bem. Passa Palavra

E as velhas gerações eram diferentes? Muitos revolucionários da velha guarda arrotando academicismo, vanguardismo, egocentrismo. Só mudou o método e as formas com a nova, mas essa arrogância revolucionária sempre esteve presente, não é só a nova geração que carrega. Aliás, pra muitos, ser ‘revolucionário” é uma profissão e algumas vezes bem paga. Quando jovem, pois já tenho meio século de existência, comecei a frequentar e buscar participar de movimentos, ações, reuniões, assembleias, conheci muitos “revolucionários”, mas o que percebi em muitos deles foi vaidade e falta de humildade, não aceitavam críticas, visões diferentes, questionamentos, o que queriam era bajulação, reconhecimento e serem tratados como iluminados que conduziriam a massa ignara rumo ao paraíso..