Assassinato de duas lideranças da Liga de Camponeses Pobres de Rio Alto, Rondónia

No dia 9 de dezembro deste ano [2009], foi cometido mais um crime contra os camponeses pobres do Brasil. Os coordenadores da Liga dos Camponeses Pobres (LCP), Elcio Machado (Sabiá) e Gilson Gonçalves foram seqüestrados por pistoleiros, às 14:00 horas, na estrada que liga o acampamento de Rio Alto a Buritis (RO).

Após o sequestro, as duas lideranças camponesas foram torturadas com requintes de crueldade, tendo suas unhas e pedaços de pele arrancados, antes de serem assassinadas.  Nesse mesmo dia de manhã outros dois camponeses já haviam sido perseguidos na mesma estrada.

Esta não foi a primeira vez que os camponeses de Rio Alto foram vítimas do terror promovido pelos latifundiários da região. Em julho do ano passado camponeses foram seqüestrados tiveram suas mãos amarradas e sofreram espancamentos.

Antes disto, a polícia esteve no mesmo acampamento com a desculpa de realizar busca e apreensão de armas. É importante dizer que esta “busca e apreensão” se deu ilegalmente, visto que os policiais não tinham mandado para tal. Os camponeses reconheceram vários policiais, que dias antes haviam estado no acampamento em missão oficial, na ação dos pistoleiros em julho de 2008.

Sem dúvida, esta atitude serviu como senha para os ataques do latifúndio, visto que esta terra é de interesse do latifundiário e grileiro Edílson Cadalto, que negociou mais de R$ 1,5 milhão em madeira com o vice-prefeito e representante dos madeireiros de Buritis Correa.

Na época os camponeses denunciaram tudo isto as autoridades de Porto Velho e a ouvidora agrária Márcia do Nascimento Correa, que simplesmente deu de ombros e disse que não se importava se as famílias dos camponeses fossem mortas pela pistolagem. Assim, nada foi feito.

Solidarizamo-nos com a Liga dos Camponeses Pobres e exigimos a imediata apuração e punição destes crimes, reivindicando também o fim de toda a violência cometida contra os camponeses pobres de Rondônia e de todo o país,  cometida pelo latifúndio que detem o monopólio da terra.

1) Ministro Paulo Vannuchi (Secretaria de Direitos Humanos)
 [email protected]

2) Gercino José da Silva Filho (Ouvidoria Agrária Nacional)
[email protected]

3) Gilberto Carvalho (Chefe de Gabinete da Presidência)
[email protected]

4) Carlino Lima
(Superintendente do Incra de Rondônia)
[email protected]

5) Governo do Estado de Rondônia
[email protected]

6) Delegacia Federal do Ministério do
Desenvolvimento Agrário no Estado de Rondônia
Delegado Federal: Olavo Nienow – [email protected]

7) Gabinete do Ministro do Desenvolvimento Agrário
Guilherme Cassel
[email protected]

CEBRASPO Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos
www.cebraspo.org.br

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