Juiz decreta prisão preventiva de oito PMs acusados de morte de jovem em Brás de Pina
Ontem, dia 27 de maio, o juiz Fábio Uchôa, da IV Tribunal do Juri, decretou a prisão dos policiais envolvidos na morte de Maxwill de Souza dos Santos (veja aqui), na comunidade Cinco Bocas, em Brás de Pina. Segundo a reportagem abaixo, a motivação do juiz foi a de que a liberdade dos acusados poderiam prejudicar o andamento das investigações, como aliás vem ocorrendo, visto que provas desapareceram da delegacia responsável pelo caso. Esta decisão judicial, sem dúvida, representa um avanço no andamento deste processo e é fruto da mobilização dos familiares. É necessário que decisões como essas tornem-se frequentes no judiciário, visto que a manutenção das atividades por parte de policiais envolvidos em assassinatos em favelas é causa de insegurança e medo, já que estes agentes denunciados que permanecem em serviço ameaçam, de várias maneiras, os familiares das vítimas.
Comissão de Comunicação
Rede contra Violência
Juiz decreta prisão preventiva de oito PMs acusados de morte de jovem em Brás de Pina
Publicada em 28/05/2010 às 18h29m
O Globo
RIO – O juiz Fábio Uchôa, em exercício na 4ª Vara Criminal da capital, decretou na noite desta quinta-feira a prisão preventiva de oito policiais militares acusados da morte de Maxwil de Souza dos Santos, de 21 anos, e da tentativa de homicídio de Mauro Tibúrcio, ocorrida em maio de 2009 no bairro de Brás de Pina, Zona Norte. Segundo o juiz, a liberdade dos acusados poderia atrapalhar o andamento do processo e dificultar a colheita de provas. Os PMs são Sérgio Fernandes de Moraes, Marcelo Sales de Oliveira, Rosemberg Ferreira de Miranda, Robert Nogueira Almeida, Maxwell Martins e Silva, Waltencir Machado Baptista, Vanilson Castella Júnior e Fábio Costa da Silva.
Segundo Mauro, ele conduzia uma moto acompanhado do amigo Maxwil quando os PMs do 16º Batalhão (Olaria) passaram a atirar contra eles. Mauro conseguiu fugir, mas Maxwil, que levou dois tiros nas costas, não resistiu aos ferimentos.
Os policiais teriam efetuado os disparos para reprimir a realização de bailes funk na região, mas não ficou provada qualquer relação das vítimas, que trabalhavam como ajudantes de caminhão, com a organização do evento. Ainda segundo a denúncia, os PMs atacaram Mauro e Maxwil sem abordagem inicial ou justificativa aparente e ainda tornando impossível qualquer chance de defesa.
“Em liberdade, os réus poderão tentar prejudicar a colheita da prova, mesmo porque o Ministério Público informa que os acusados possuem comportamento tendente a intimidar as testemunhas e a prejudicar a apuração da verdade
real”, alertou, em nota, o magistrado.