UFRJ: Primeiro Colóquio «Território Autônomo»

Primeiro Colóquio

TERRITÓRIO AUTÔNOMO

Um olhar libertário sobre práticas espaciais, política, economia e cultura

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O Primeiro Colóquio Território Autônomo, organizado pelo Núcleo de Pesquisas sobre Desenvolvimento Sócio-Espacial (NuPeD) da UFRJ, surgiu da ideia (e da necessidade) de se criar um espaço de encontros, debates e trocas de experiências entre pesquisadores/as, estudantes, ativismos e movimentos sociais que tenham o interesse em construir alternativas teóricas e políticas de crítica, análise e engajamento a partir de uma perspectiva libertária.

Compreendido de forma ampla, o pensamento libertário engloba diferentes correntes do pensamento crítico, do anarquismo clássico ao autonomismo. Tais correntes são caracterizadas pela defesa da autogestão, pelo seu caráter anticapitalista e antiestatal. Nessa perspectiva, colocam em questão as relações de opressão e dominação que caracterizam tanto o status quo capitalista (opressões de classe, racismo, homofobia, machismo), quanto o “socialismo” burocrático e autoritário baseado em hierarquias, partidos únicos e centralizações. Ainda assim, a escassez de espaços de encontros e debates orientados por uma perspectiva com tais características é clara, apresentando-se como um sintoma da desarticulação e das dificuldades enfrentadas pelo pensamento e pela prática libertária.

Além da perspectiva libertária, porém, o Colóquio busca destacar também a dimensão espacial das relações sociais e de poder, outro elemento fortemente negligenciado pelo pensamento social crítico. Nesse sentido, as diversas atividades propostas buscam articular e explicitar os vínculos entre as relações sociais e de poder e a sua dimensão espacial. Acredita-se que tal tarefa faz parte da tentativa de articular as diversas e indissociáveis facetas da sociedade (a saber, a cultura, a política e a economia), bem como da desejável reflexão sobre os desafios e as potencialidades de práticas político-espaciais radicalmente emancipatórias.

Com tais horizontes, o Colóquio está estruturado da seguinte forma:

1. Uma fala de abertura intitulada Uma Geografia marginal e sua atualidade: A linhagem libertária, onde será abordada a questão da marginalidade da perspectiva libertária no âmbito do pensamento geográfico e, ao mesmo tempo, será analisada a rica linhagem que se inicia com o anarquismo clássico.

2. Dois espaços de debates que serão catalisadores de debates e discussões. Em cada um deles os participantes farão uma breve exposição de 15 a 20 minutos levantando questões e propondo análises para serem debatidas coletivamente. O primeiro é intitulado Matrizes do pensamento libertário na Geografia: Reclus e Kropotkin e o segundo Diálogos da Geografia com o pensamento crítico não autoritário: Foucault, Guattari, Castoriadis.

3. Minicurso chamado Geografia dos Movimentos Sociais no qual serão desenvolvidas questões teóricas acerca da dimensão espacial dos movimentos sociais utilizando diversos exemplos concretos (desde a ação dos/as anarquistas durante a Guerra Civil Espanhola, passando pelo hip hop e organizações do movimento sem-teto).

4. Dois Grupos de Trabalho nos quais os/as participantes poderão apresentar seus trabalhos e debatê-los de forma coletiva. O primeiro é intitulado Conflitos sociais e espacialidade: Classe, etnicidade, gênero… e o segundo Os geógrafos e os movimentos sociais: como colaborar?

5. Painel de encerramento com o objetivo de sistematizar os debates e apontar para possíveis desdobramentos a partir da realização do Primeiro Colóquio Território Autônomo.

O convite à participação no Colóquio está, assim, aberto a todos/as aqueles/as que se interessam por sua proposta. Mais informações podem ser obtidas no blog do evento
ou pelo correio eletrônico [email protected].

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