Nos finais dos anos 1960, Jaime foi alferes miliciano na guerra colonial, em Moçambique. Numa operação em que participou, foi ferido e aprisionado um guerrilheiro da Frelimo que tinha consigo um rádio de transistors, e o alferes Jaime decidiu ficar com o aparelho. Depois da “revolução dos cravos”, com Moçambique já independente, ele percebeu o significado daquele despojo de guerra. «Nestes anos todos – tenho mais de sessenta – o rádio tem estado sempre à minha frente, na mesa onde trabalho. É um dedo apontado para mim. O objectivo central da minha vida, agora, tem sido conseguir devolvê-lo ao dono. E dar-lhe um longo abraço. O problema é que nem sei o nome dele.» Passa Palavra

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