O Comando de Greve do SINTUSP, Desformas e CENEDIC apresentam: Cinema de Greve

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PROGRAMAÇÃO:

CINEMA de GREVE I – 28 MAIO 2009 – 14 : 00 hs – Sede do SINTUSP

O GRUDE (La Glu)
filme de Edouard Hayem, França, 1968, 19 min., versão original (francês), sem leg.

Cenas da vida de um imigrante português que trabalha na construção civil e mora na favela de Nanterre.

ATÉ LOGO, ESPERO (À bientôt, j´espère)
Grupo Medvedkin (Chris Marker e Mario Marret), França, 1967-1968, 44 min., versão original (francês), leg. em português

A mídia oficial fazia pouco caso da greve operária na Rhodiaceta de Besançon, que contituiu o primeiro caso de ocupação de fábrica desde 1936. Os membros do comando de greve tiveram a idéia de chamar o realizador Chris Marker para que mostrasse o sofrimento, mas também a audácia dos operários da Rhodia, que reivindicavam condições de trabalho mais humanas, e também o direito à cultura.

CLASSE DE LUTA (Classe de lutte)
Grupo Medvedkine de Besançon (Chris Marker, Bruno Muel e outros), França, 1968, 16mm, P&B, 40 min., versão original (francês), leg. em português

Suzanne Zedet, operária na fábrica Yema, de Besançon, e militante da CGT, já aparecia discretamente em Até logo, espero. Mas aparecia, para logo desaparecer à sombra de seu marido. Seu desejo de falar aflorava, mas se apresentava retido pela timidez, pelo peso da rotina doméstica, pela palavra do homem e pela impossibilidade de conciliação da vida familar com as exigências da militância. Em Até logo, espero, feito em dezembro de 1967, Suzanne se cala. Já em Classe de Luta, Suzanne surge tomando a palavra. As razões que lhe impediam de falar parecem ter se dissolvido na ação.

O PRIMEIRO DE MAIO EM SAINT-NAZAIRE
(Le Premier Mai à Saint-Nazaire)
filme de Marcel Trillat e Hubert Knapp, França, 1967, 20 min., versão original (francês), sem leg.

O filme foi girado durante a grande greve dos precários mensalistas, que durou 62 dias. Mostra suas experiências de luta e solidariedade. O filme foi censurado e, na época, não pode ser a apresentado na TV francesa (ORTF).

É SÓ O COMEÇO (Ce n’est qu’un début)
filme da ARC (Grupo de Pesquisas Cinematográficas), realizado por Michel Andrieu, França, 1968, 10 min., versão original (francês), sem leg.

Breve montagem de sequências sobre o início do movimento estudantil de maio.

CINEMA de GREVE II – 29 MAIO 2009 – 14 : 00 hs – Sede do SINTUSP

O LINDO MÊS DE MAIO (Le joli mois de mai)
filme da ARC (Grupo de Pesquisas Cinematográficas), França, 1968, 33 min., versão original (francês), sem leg.

As manifestações de 68 pela Europa. Uma visão de certos eventos que marcaram fortemente o maio de 68.

NANTES SUD AVIATION (Nantes Sud Aviation)
film da ARC, Pierre-William Glenn et Michel Andrieu, França, 1968, 30 min., versão original (francês), sem leg.

No 14 de maio, os operários da companhia Nantes Sud Aviation juntaram-se ao movimento grevista. Michel Andrieu filmou.

O DIREITO À PALAVRA (Le droit à la parole)
filme ARC; direção de Michel Andrieu e Jacques Kébadian, França, 1968, 52 min., versão original (francês), sem leg.

O filme apresenta algumas das manifestações do processo de tomada da palavra que foi o maio de 68: a rua como lugar de diálogo, os muros como espaços de expressão, as tentativas de ultrapassar as divisões sociais cotidianas… Um retrato das relações entre estudantes e trabalhadores, com imagens dos grevistas tomando a palavra nas fábricas e nas universidades.

OS OPERÁRIOS TAMBÉM (Les ouvriers aussi)
filme de Marion Rousset e Arthur Guibert a partir de entrevistas com Bruno Muel e Xavier Vigna, França, 2007, 35 min., versão original (francês), leg. em português

Uma conversa sobre a participação operária nas lutas de maio e junho de 1968, realizada entre Bruno Muel, cineasta da Iskra e membro do Grupo Medvedkine, em 1968, e o historiador Xavier Vigna, autor de um livro sobre a insurreições operárias na França da década de 1960. A conversa, apoiada em material de arquivo e em fragmentos de filmes da época, realizados pelo Grupo Medvedkine, destaca a importância das lutas operárias em 1968.

CINEMA de GREVE III – 2 JUNHO 2009 – 14 : 00 hs – Sede do SINTUSP

TLATELOLCO: AS CHAVES DO MASSACRE
(Tlatelolco: las claves del masacre)
filme de Carlos Mendoza, 2003, canalseisdejulio, México, 57 min., versão original (espanhol), sem leg.

Este documentário reúne a totalidade dos testemunhos cinematográficos, conhecidos até o momento de sua realização em 2003, sobre o massacre de centenas de estudantes mexicanos, reunidos na Plaza de las Tres Culturas, em Tlatelolco, Cidade do México, em 2 de outubro de 1968. O documentário, produzido pelo jornal de oposição La Jornada, em associação com o canalseisdejulio que já realizara outros filmes investigativos sobre o ocorrido, identifica os chefes militares das forças especiais que promoveram a carnificina e reconstitui o complô responsável pelo massacre, que contou com a participação de oficiais do gabinete presidencial de Gustavo Díaz Ordaz, do embaixador norte-americano no México, Fulton Freeman, e de homens da CIA.

FÁBRICA SEM PATRÃO (Fabrica sin patron)
filme de Daniele Incalcaterra, 2004, Argentina, 63 min., versão original (espanhol), sem leg.

Documentário sobre a história de luta operária, na Zanon, fábrica de cerâmica de Neuquen, Argentina, que funciona há cerca de oito anos sob controle operário.

ZANON, ESCOLA DE PLANEJAMENTO (Zanon, escuela de planificación)
Noticiero obrero Kino-Nuestra Lucha, Sindicato Ceramista de Neuquén, Brukman y MTD-Neuquén, 2002, Argentina, 39 min., versão original (espanhol), sem leg.

Documentário sobre a retomada da produção sob controle operário, o funcionamento transparente e solidário da fábrica, e os apoios encontrados pelo movimento operário da fábrica sem patrão na comunidade, entre os trabalhadores desocupados (MTD) e as “madres de Mayo”.

ILUSTRAÇÃO DA ARTE N. 2
filme de Antonio Dias, Brasil, 1971, 1 min. 40 seg, filme mudo

Breve história visual de uma luz que se dissemina e se multiplica quando dois corpos se unem.

Palestra+debates : prof. Luiz Renato Martins (DESFORMAS)

TEMPO, LUTA E CINEMA: CONSTRUÇÕES DAS LUTAS OPERÁRIAS

CINEMA de GREVE IV – 4 JUNHO 2009 – 14 : 00 hs – Sede do SINTUSP

SOCHAUX, 11 DE JUNHO DE 1968 (Sochaux, 11 juin 1968)
obra coletiva, França, 1970, 20 min., versão original (francês), leg. em português

O filme Sochaux, 11 juin 68 nasceu do grupo de cinema Medvedkine, de Sochaux. Realizada por operários, a obra contou com a colaboração de Bruno Muel, na realização, e de Chris Marker, na montagem. O filme é de 1970, e procura rememorar a morte de dois operários, Beylot e Blanchet, assassinados pelos pelotões policiais CRS que utilizaram armas de guerra, em 11 de junho de 1968, contra os operários que haviam ocupado a fábrica Peugeot, em Sochaux, a maior unidade industrial da França.

CLÉON (Cléon)
filme de Alain Laguarda, França, 1968, 27 min., versão original (francês), sem leg.

Os trabalhadores da fábrica Cléon, da Renault, foram os primeiros operários a entrar em greve em Maio de 68. O filme, um exemplo de cinema de ocupação e de auto-representação operária no cinema, mostra as esperanças e as contradições do movimento grevista de ocupação.

A RETOMADA DO TRABALHO NAS FÁBRICAS WONDER
(La Reprise du travail aux usines Wonder)
filme de Pierre Bonneau et Jacques Willemont, França, 1968, 9 min., versão original (francês), sem leg.

No princípio é uma foto, uma foto numa revista de cinema… Uma jovem morena revoltada, que grita. Estamos em junho de 68, no momento a retomada do trabalho nas fábricas Wonder, após a greve de maio. Dois estudantes do Institut des Hautes Études Cinématographiques (IDHEC) filmam a cena. Vemos os trabalhadores da empresa Wonder, de Saint-Ouen, que retornam ao trabalho após três semanas de greve. Mas essa jovem continua do lado de fora e berra de novo. Ela grita que não retornará ao trabalho, que não pretende retomar ao escritório, às cadências e à estupidez dessa prisão. Trabalho célebre, de 10 minutos, girado por estudantes do IDHEC, em junho de 68, que foi considerado como O filme das lutas de maio-junho e como uma das grandes realizações do cinema direto.

COM O SANGUE DOS OUTROS (Avec le sang des autres)
filme de Bruno Muel, França, 1975, 50 min., versão original (francês), leg. em português

Bruno Muel realizou Avec le sang des autres com os trabalhadores da fábrica Peugeot, em Sochaux. Ao longo de insuportáveis seqüências, filmadas na fábrica, a violência é percebida diretamente pelo espectador. Elas traduzem o tempo real da produção e indicam a natureza própria do trabalho repetitivo, na cadeia de montagem.

68 ANO ZERO (68 anné zéro)
filme de Ruth Zylberman, França, 2008, (extratos, 25 min.), versão original (francês), sem leg.

Trazendo extratos de imagens da época e entrevistas atuais, o filme retraça a experiência dos “anos 68” de seis figuras anônimas, originárias de quatro países europeus: uma italiana, um alemão, um casal tcheco, um operário das fábricas Peugeot, de Sochaux, na França, e um estudante francês que foi trabalhar na fábrica em Sochaux. Os trechos escolhidos, para esta apresentação, mostram acontecimentos e testemunhos sobre 68 em Paris, na Sorbonne, na Peugeot e na Fiat.

Palestra+debates : prof. Yves Cohen (EHESS, Paris; CENEDIC)

Testemunho sobre as relações entre estudantes e operários em 68

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