Às 6h da manhã de terça (4/10) foi realizado o despejo das 300 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) acampadas na área grilada pela Usina Esther em Americana-SP. Estavam presentes a Tropa de Choque, o Águia da PM (helicóptero), a Polícia Civil e a Polícia Militar, mobilizando um efetivo de mais de 200 policiais.
As famílias que estavam acampadas na área do Sítio Boa Vista iniciaram sua luta há 2 meses denunciando a utilização ILEGAL de terras PÚBLICAS pela Usina Esther. O MST apresentou uma série de documentos (ver ANEXO) que confirmavam que aquela era uma área do Governo Federal. Mesmo assim, o juiz Marcelo da Cunha Bergo manteve sua decisão de reintegração de posse, passando por cima das declarações do Ouvidor Agrário Nacional Gercino José da Silva Filho e do Promotor de Justiça de Americana Ivan Carneiro Castanheiro, que afirmavam a insuficiência da documentação apresentada pela Usina. Mais uma vez o Poder Judiciário mostrou que está a serviço dos ricos e poderosos e que não está disposto a atender as necessidades dos trabalhadores e trabalhadoras.
Sob a ameaça de despejo, as famílias se retiraram da área no último domingo (2/10), erguendo um novo acampamento na beira da estrada em frente ao local. Esta é uma Estrada Intermunicipal, o que impossibilitaria que o despejo acontecesse com a mesma liminar apresentada pelo juiz. Contudo, a PM invadiu o local retirando as famílias sob extrema violência, prendendo um acampado e humilhando as famílias. A Polícia agiu com TRUCULÊNCIA, realizando uma reintegração ILEGAL e concedendo um tempo de 10 minutos (!!!) para que as famílias retirassem seus pertences dos barracos.
Mais uma vez a luta dos trabalhadores e trabalhadoras por um pedaço de terra foi tratada como um caso de Polícia, sob repressão extrema. Enquanto o Poder Judiciário permanece alinhado com os interesses da Usina, o órgão responsável pela realização da Reforma Agrária – o INCRA – sequer se pronuncia sobre a questão. Apesar das diversas reuniões já realizadas com o INCRA em âmbito Nacional e Estadual, a situação das 300 famílias permanece sem resolução.
Por conta disso, o MST continuará lutando com as famílias e exigindo um posicionamento do INCRA. Pedimos também aos aliados que contribuam com a continuidade desta luta!
AOS APOIADORES E ALIADOS
Pedimos a todos que apoiam a Reforma Agrária que entrem em contato com o INCRA para que o setor de conflitos visite a área ocupada e realize a vistoria solicitada pelo ouvidor agrário.
Com o segundo processo de despejo, estamos necessitando da ajuda de nossos apoiadores. Caso você deseje apoiar a luta dos trabalhadores e trabalhadoras sem-terra na região, doe Lona, Cobertores, Alimentos, produtos de higiene pessoal, Colchões, etc.
Locais de doação:
1 – Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas. Rua Dr. Quirino, 560, CENTRO. Tel. 3775 5555
2 – Centro Acadêmico de Pedagogia (CAP) na Faculdade de Educação (FE) – Unicamp.
3 – ITCP – Incubadora Tecnologica de Cooperativas Populares – Unicamp.
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SECRETARIA REGIONAL CAMPINAS – MST
Correio Eletrônico: [email protected]
Página: www.mst.org.br
REFORMA AGRÁRIA: Por Justiça Social e Soberania Popular!!!