Justiça e vingança
Nesta semana, jovens detentos das Unidades da Fundação Casa/FEBEM de Guaianazes e de Franco da Rocha fizeram rebeliões.
Procurando na internet, as poucas notícias que se encontra não falam sobre o motivo das rebeliões, nem o que os detentos reivindicaram. A gente também não sabe, mas considerando as denúncias que com muito dificuldade os jovens conseguem fazer (ver aqui) – as torturas, os mal-tratos, as humilhações, a alimentação ruim, etc., etc. -, dá para ver que motivos não faltam.
A discussão não é nada simples, mas tem que ser encarada. Por que quem rouba um celular fica mofando na cadeia, mas quem desvia milhões das políticas de saúde, educação, transporte, etc., fica de boa? Por que os ricos não vão para a cadeia? Por que mesmo com o aumento absurdo do número de presos e presas, não diminui a tal criminalidade? Pra que servem as prisões?
Pensar sobre isso é urgente, porque estamos diante de um quadro sinistro: para dar conta do aumento da população carcerária seria preciso construir um presídio por mês no Estado de São Paulo, isso sem falar na superlotação. Além disso, o sistema prisional, que inclui a Fundação Casa/FEBEM, está virando mais uma fonte de lucro, e provavelmente ele logo vai ser totalmente privatizado, como aconteceu noutros países com conseqüências terríveis, como é o caso dos Estados Unidos.
É aquela velha história: quem semeia o vento, colhe tempestade. Maldade gera maldade, que gera mais maldade. Respostas a gente não tem, mas uma coisa é certa: enquanto a maioria das pessoas confundir justiça com vingança; enquanto achar que quem é encarcerado é um monstro, que merece sofrer das piores formas; enquanto continuar fechando os olhos para as causas e para as consequências desse aumento do encarceramento, a coisa só vai afundar.
E com isso a gente não quer passar um pano pra ninguém. Mas sim encarar a realidade: esse é um sistema em que ninguém é inocente, e que fortalece o que há de pior. Então é preciso mudá-lo!
Rede de Comunidades do Extremo Sul de São Paulo
Leia também três cartas dos adolescentes publicadas aqui, aqui e aqui.
Na verdade vejo de perto trabalho denro de uma unidade a 5 anos e oque eu vejo é mordomia bagunça , baderna equem apanha são os funcionários vc está mal informado muito mal informado do que acontece la dentro!
ja estive bem perto durante 2 anos e sei bem como e la entro os adolesc tem mordomia ate de mais comem muito bem ,estudam,jogam bola pra q reclamar se qzesse liberdade nao teriam comentido nem um ato infracional
As outras duas pessoas que comentaram o comunicado deveriam se mudar e viver numa das unidades da Fundação Casa, já que parece ser tão cheia de mordomias a vida por lá.
Caro Tales, você deve ter algúem conhcido ou parente lá dentro, pois veja bem, ^qual é o trabalhador que tem a oportunidade de fazer 5 refeições por dia, não estou questionando a qualidade da alimentação que sei que não é a das melhores, mas tem muito pai de família que não tem nem o que comer quanto mais se preocupar com a qualidade da comida.O que os outros colegas disseram também é verdade sim, e concordo com eles no que diz respeito aos seus comentarios o que não estamos vendo é o real, o descaso começa pelos pais de familia que lá trabalham, imagina quando o funcionário olha para o adolescente e numa conversa informal do dia a dia eletransmite sua história de vida profissional e ao final de uma conversa, o adolecente o questiona quanto ele ganha pra aguenta 60, 70,80, até mais em algumas unidades, alguns com doenças veneras, outras com diversos tipos de problemas familiares, enfim tem de tudo, muitos adolecentes drogados , enfim, e ele diz ganho R$ 1500,00 fora o desconto, livre R$1200,00, e ele responde que não pensa em trabalhar por isso pois aguenta o que um funcionario aguenta por um salario desse é melhor roubar, então tire suas conclusoes por vc mesmo e veja qual é o principio dos problemas sociais desse pais.