Prezado(a)s Amigo(a)s,
Uma vez mais nos dirigimos aos apoiadores da luta da Flaskô, trabalhadores, sindicatos, movimentos sociais, partidos, associações, militantes, estudantes, intelectuais, buscando a solidariedade da classe trabalhadora com objetivo de manter a resistência da fábrica ocupada Flaskô.
No próximo dia 16 de janeiro haverá um leilão de uma máquina fundamental da Flaskô, por conta de uma dívida com o INSS. Trata-se do processo nº 116/2008, que é mais um dos vários processos que estamos em discussão com a Procuradoria da Fazenda Nacional, buscando soluções em conjunto, como a unificação das execuções fiscais com o pagamento de uma porcentagem do faturamento.
Na Vara do Trabalho de Sumaré, depois de muitos atos contra os próprios leilões, fizemos um acordo em 2006, onde se unificou as execuções trabalhistas e pagamos 1% do faturamento mensal. Com isso, a gestão dos trabalhadores da Flaskô já pagou quase trezentos mil reais à Justiça do Trabalho, que a Juíza reparte entre os ex-trabalhadores. O acordo vem funcionando muito bem, e foi uma forma de pagar os direitos sonegados pelos patrões, e, ao mesmo tempo, suspender os leilões que já vinham ocorrendo, ameaçando o fechamento da fábrica e a conseqüente demissão em massa. Ou seja, desde 2006 não havia mais leilões de máquinas na Justiça do Trabalho.
No entanto, por conta da Emenda Constitucional nº 45/2004, que deu nova redação ao artigo 114 da Constituição Federal, as contribuições sociais são executadas na Justiça do Trabalho. Ou seja, as dívidas de INSS passaram a serem executadas pela Justiça do Trabalho, o que significa que novos processos (e leilões) virão. Com isso, ganha ainda mais importância as negociações que já vínhamos fazendo com o INSS e a Procuradoria da Fazenda Nacional para suspender os leilões com a unificação das execuções fiscais e o pagamento de uma porcentagem do faturamento mensal, que estava na Justiça Estadual, e agora passa para a Justiça do Trabalho, onde já temos um acordo que é exemplo, pois mostra como uma fábrica ocupada consegue viabilizar o pagamento dos direitos dos ex-trabalhadores, que haviam sido sonegados pelos patrões.
Nesse sentido, lutamos na Justiça do Trabalho para que a Juíza compreenda a necessidade de unificar estes processos do INSS junto com os demais processos dos ex-trabalhadores, fazendo com o que o INSS também receba o que é devido, assim como os ex-trabalhadores, e a Fábrica Ocupada Flaskô não enfrente a instabilidade e a ameaça de fechamento por conta dos leilões de máquinas, tudo conforme permite o artigo 28 da Lei de Execução Fiscal.
Portanto, gostaríamos que vocês escrevessem à Juíza, Dra. Cláudia Marchetti, ao INSS, ao Ministério da Previdência Social, à Procuradoria da Fazenda Nacional e à Secretaria da Presidência da República, solicitando que atendam ao pleito dos trabalhadores da Fábrica Ocupada Flaskô, unificando as execuções do INSS no próprio processo que já unificou as execuções trabalhistas.
A Juíza tem o poder de decisão, inclusive para suspender os leilões. Mas quem executa a dívida e poderia ajudar para suspender os leilões, unificando as execuções é o governo federal – Procuradoria da Fazenda Nacional, INSS, Ministério da Previdência Social e Secretaria da Presidência.
Pedimos para que os envios sejam até o dia 15/01.
Faremos um ato público no dia 16/01, às 9h30, em frente ao fórum trabalhista de Sumaré, e seria ótimo contar com a presença de tod@s!
Abaixo segue um modelo de carta a ser enviada, assim como os endereços para o envio.
Favor enviar à:
Juíza Titular da Vara do Trabalho de Sumaré/SP: Dra. CLAUDIA CUNHA MARCHETTI
[email protected]
Procuradoria do INSS, Dr. Alessandro Stefanutto
Presidência do INSS, Mauro Hauschild
Procuradoria da Fazenda Nacional, subseção de Campinas, Dra. Giuliana Lenza
Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, Dra. Adriana Queiróz
Secretaria da Presidência da República
Ministério da Previdência Social
Com cópia para:
Saudações de luta,
Conselho de Fábrica da Flaskô
Moção de apoio à luta da Flaskô contra o leilão de 16/01 da Justiça do Trabalho
Prezado(a)s Senhore(a)s,
Vimos por meio desta moção, nos solidarizarmos com os trabalhadores da Fábrica Ocupada Flaskô, que mais uma vez enfrentam uma ameaça de fechamento da fábrica por meio de um leilão de máquina.
Tomamos conhecimento do leilão de uma máquina do processo 116/2008, que ocorrerá no dia 16/01 na Justiça do Trabalho de Sumaré.
Sabemos que a gestão patronal sucateou o patrimônio e que qualquer arremate de bem da Flaskô poderá levar ao fim das atividades industriais com o conseqüente desemprego de 70 trabalhadores que lutam, diariamente, por suas dignidades, realizando uma experiência histórica e exemplar para a classe trabalhadora.
Nesse sentido, pedimos às Vossas Excelências para que atendam o pleito da gestão operária da Flaskô, unificando os processos do INSS que estão na Justiça do Trabalho de Sumaré/SP, suspendendo os leilões, nos termos que já foi feito com os processos dos ex-trabalhadores, em 2006, de forma exemplar pelo Juízo Trabalhista de Sumaré, que resultou com que a fábrica permanecesse aberta, produzindo, e assim, pagando o que era devido pelos patrões, decisão esta no acordo do processo 345/98, com o fundamento no artigo 28 da Lei de Execução Fiscal.
Temos certeza de que a Justiça do Trabalho, assim como o governo federal, que executa a dívida do INSS, por meio da Procuradoria da Fazenda Nacional, agirão fundamentado nos mais nobres valores do Estado Democrático de Direito e da ordem constitucional, objetivando o alcance da Justiça Social.
Todo apoio à luta da Fábrica Ocupada Flaskô!
Atenciosamente,
(Data/Local – Entidade/Nome)
Vitória! Juíza suspende leilão! Mas a luta continua…
Companheiro(a)s,
Vimos por meio desta nota pública, agradecer a demonstração de solidariedade de classe em apoio à gestão operária da Flaskô. Por conta de nossa pressão nos últimos três dias (mais de 150 moções de todo o Brasil e do mundo, e publicação de nossa carta em vários sites) e do histórico de nossa luta (centenas de atos públicos contra leilões e ameaças de fechamento da Flaskô), a Juíza do Trabalho de Sumaré atendeu nosso pedido: suspendeu o leilão do dia 16/01 (processo n° 116/08), unificando as execuções do INSS da Justiça do Trabalho no processo que já está unificado os processos dos ex-trabalhadores (n° 345/98), onde as unificações já estão suspensas, por meio do acordo onde já pagamos 1% do faturamento.
Com isso, não haverá leilão na segunda-feira, mas há ainda muitos leilões e penhoras de faturamento, pedidas pela própria Procuradoria da Fazenda Nacional, que executa as dívidas da época patronal, inclusive do INSS, ou seja, o próprio Governo Federal. Justamente por isso, nossa mobilização deva continuar, pois as ameaças continuam, com leilões já marcados, e com pedidos que levam ao fechamento da Flaskô, além do que, a decisão da Juíza do Trabalho ainda é passível de recurso da Procuradoria da Fazenda Nacional.
Nesse sentido, teremos que continuar mobilizados contra os ataques que estamos sofrendo via Poder Judiciário. Quem ainda não enviou as moções, favor enviar, uma vez que as moções não eram direcionadas somente à Juíza do Trabalho, mas sim a quem executa a dívida, que é o Governo Federal, por meio do INSS e da Procuradoria da Fazenda Nacional. É fundamental que eles tomem conhecimento da decisão da Juíza do Trabalho, mas que também saibam que continuaremos mobilizados, exigindo o fim dos ataques à Flaskô, requerendo, assim, a unificação de todas as execuções fiscais contra a gestão operária da Flaskô, como decidiu a Juíza em Sumaré.
Durante os 8 anos do Governo Lula, e agora com a Dilma, nos direcionamos exigindo a estatização sob controle dos trabalhadores. Explicamos que somente assim haverá uma saída duradoura sob a perspectiva da classe trabalhadora, com a expropriação dos meios de produção e a defesa dos postos de trabalho. No último dia 19/12/11, como resultado do ato público na Av. Paulista do dia 08/12/11, nos reunimos com o Ministro Secretário da Presidência, Sr. Gilberto Carvalho, e cobramos a estatização, se expressando pela adjudicação, desapropriação ou compensaç ;ão tributária via BNDES. As saídas existentes, mas precisa de vontade política do Governo Federal.
Imediatamente, como forma de suspender as penhoras de faturamento e os leilões de máquinas, exigimos que o Governo Dilma, por meio da Procuradoria da Fazenda Nacional e do INSS, unifique as execuções fiscais contra a Flaskô, da mesma forma que fez novamente a Juíza do Trabalho, inclusive se abstendo de recorrer desta decisão.
Por tudo isso, suspendemos o ato público que realizaríamos no próximo dia 16/01 (segunda), transferindo-o para fevereiro, a ser realizado em direção à Procuradoria da Fazenda Nacional, INSS e Governo Federal. Nas próximas semanas comunicaremos maiores detalhes das nossas próximas ações.
Seguimos contando com a solidariedade de classe expressa, sendo que novamente agradecemos o apoio que fez garantir, mais uma vez, a manutenção da Flaskô sob controle operário.
“Fábrica quebrada, é fábrica ocupada. E fábrica ocupada, deve ser estatizada sob controle dos trabalhadores”
Viva a luta da Flaskô! Viva a unidade da classe trabalhadora!
Saudações de luta e resistência,
Sumaré, 13 de janeiro de 2012
Conselho de Fábrica da Flaskô – Sob controle operário desde 2003
http://www.fabricasocupadas.org.br