Os trabalhadores estão acampados em frente à empresa, em busca de uma explicação, bem como do possível retorno ao trabalho. Por Passa Palavra
Nessa nova fase do capitalismo brasileiro, chegando mesmo a assumir uma feição imperialista, por vezes pode-se ter ilusões quanto ao mundo do trabalho e suas relações. De um lado, porque o mercado de demanda e oferta de trabalho está aquecido. De outro, porque a classe trabalhadora está tendo acesso ao crédito e podendo alçar certa fatia do consumo. A despeito do aquecimento da economia brasileira, o que temos é a certeza de que na hora em que as dificuldades apertam para os empresários o saldo devedor é rateado entre os trabalhadores. Foi o que aconteceu com os trabalhadores da empresa MD Papéis Ltda., pertencente ao Grupo Formitex.
Os 380 empregados da MD Papéis, em Cubatão, desenvolveram suas atividades até o dia 31 dezembro de 2011. Na oportunidade receberam a informação de que teriam 30 dias de férias coletivas, mais 30 dias de licença remunerada. Diante da ameaça de paralisação completa das atividades na unidade foi formada uma comissão de trabalhadores para negociar, ao lado do sindicato da categoria, junto aos representantes da empresa. Dado o processo de negociação em curso, envolvendo o sindicato, a comissão dos trabalhadores, a empresa e a Prefeitura do município junto ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, os trabalhadores acreditavam que voltariam ao trabalho no dia 1º de março. Todavia, receberam em suas casas, apenas um dia antes, 29 de fevereiro, um telegrama informando o fechamento oficial da empresa já no primeiro dia de março.
Desde então os trabalhadores estão acampados em frente à empresa, em Cubatão, em busca de uma explicação, bem como do possível retorno ao trabalho. Em conversa com alguns dos acampados foi possível notar que muitos não querem e nem podem aceitar o que a empresa disse oferecer, a saber:
– pagar as verbas rescisórias dos empregados em até 10 parcelas;
– contratação de empresa especializada em recolocação profissional por três meses;
– concessão de 10 meses de cesta alimentação;
– concessão de 10 meses de assistência médica extensiva à família dos empregados.
Além disso, dos 380 funcionários, 25 famílias residem na Vila Operária Fabril, moram nas casas de propriedade da MD Papéis. Sobre isso a empresa se limitou a conceder apenas 12 meses de locação das casas para aqueles trabalhadores.
Em meio à mobilização dos trabalhadores, a empresa realizou depósitos nas contas de apenas 120 funcionários sob a sigla de “proventos”. No entanto, não houve até o momento informações elucidativas e as pessoas seguem preocupadas, mas mobilizadas; entre elas há certa desconfiança em relação aos depósitos, já que parece tratar-se de uma estratégia para dividir o movimento e fragilizar a mobilização que segue até o dia 20/03, quando haverá uma audiência dentro do processo de interdito proibitório proposto pela empresa para impedir a ação do sindicato nas dependências da mesma. Coube recurso e o sindicato espera a decisão judicial para impedir qualquer subtração dos bens do interior da empresa, a fim de garantir o cumprimento dos eventuais ajustes com os funcionários.
Fotografia de A Tribuna.
Se já estão acampados na porta da empresa poderiam ocupar a fábrica e continuar a produção. Garantiriam ao menos trabalho durante a espera pela decisão judicial, ou até por um período maior.
As questões que me vêm é: o que impede a ocupação é a ação judicial, o sindicato, ou os dois juntos?
Ou esse tipo de ação não seria de interesse dos trabalhadores da empresa?
Muito obrigado pela matéria.
Somente para te atualizar conseguimos na justiça que a empresa não retirasse equipamentos e documentos até segunda ordem…fica mantido o interdito até a data do julgamento…porém eles estão entrando e saindo com carretas e mais carretas lonadas…estamos fotografando se deduz que seja matéria prima…
Outra faceta da empresa ou melhor outra sacangem da empresa foi a de marcar a próxima reunião para segunda 19/03 não depositando o vale dos funcionários em 15/03 e solicitando via tel. que alguns fossem ao a empresa para continuar o processo de desligamento…é muita cara de pau deles.
A formitex quer transforma a área da Santista de Papel em pátio de containers, este é o real motivo do fechamento, cabe a prefeitura não fornecer a licença de funcionamento para pátio de containers. Acho que o governo pode solicitar uma avaliação independente da viabilidade da empresa e se esta áinda for viavel, assumir a administração temporariamente e procurar um novo comprador.
Não deixem a historia virar container.
sou trabalhador de uma fabrica ocupada na cidade de sumare região de campinas.a 9 anos e um proseso longa de muita luta e determinaãço meu telef. e 011-81259535.anossa bandeira de luta e pala estatisação.
As noticias não dão qualquer informação da presença do sindicato nos atos. O sindicato de omitiu ?
A impressão que se tem, é que o quase vitalício presidente do sindicato (+de 50 anos de presidência) se rendeu muito fácil, dando margens a suspeitas de corrompimentos e subornos. Alguns dos diretores, o Verde e o Paranaense, de uma hora pra outra deixaram de pleitear a retomada da fábrica e produção pra ficarem única e
Exclusivamente trabalhando pra empresa endossando descaradamente as homologações…. Bando de safados