Na última sexta-feira, dia 16/03, às 12:30, um jovem morador da comunidade do Pavãozinho foi agredido por policias militares. O jovem voltava do colégio quando foi abordado pelos policias. Um policial, chamado Feliciano, falou que iria bater nele, mas estavam apenas a 15 metros da escola e tinha muita gente olhando.Vários outros jovens estavam junto. O policial fez mais ameaças, mostrou a pistola e deu um soco na costela do jovem e mais dois socos na região pélvica. Os outros jovens que estavam por perto foram embora. O mesmo policial ainda disse ao jovem agredido que quando o pegasse no caminho, ele ía ver, além de mandar o jovem ir até a boca perguntar quem era Feliciano.

A mãe do jovem foi à delegacia e conseguiu registrar a queixa contra o policial acompanhada por integrantes da Rede contra Violência.

Depois a mãe do jovem agredido foi falar como o Capitão Senna, responsável pela UPP local, que se comprometeu em tomar as providências cabíveis, mesmo parecendo ter ficado estressado quando a mãe do jovem falou que não acredita no Estado e dizendo para a mesma sair da sala porque ele representava o Estado. Após a saída da mãe do jovem agredido, integrantes da Rede fizeram algumas colocações e questionamentos sobre o fato de muitos oficiais que não deveriam mais estar na Polícia ainda estarem, como o capitão Ronald (indiciado no caso Via Show por homicídio) que atualmente faz um curso para coordenar a Copa e as Olímpiadas.

Desde o início da implantação da Unidade de Polícia Pacificadora na região que engloba Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, muitos foram as reclamações dos moradores a respeito da ação truculenta da polícia ( http://www.redecontraviolencia.org/Noticias/815.html e http://www.redecontraviolencia.org/Noticias/817.html). Além do caso mais grave, do jovem André, de 19 anos, que levou um tiro de um policial e morreu (http://www.redecontraviolencia.org/Noticias/812.html), o caso de Maurício Pedro, que foi preso irregularmente por policiais da mesma UPP no dia 27/07/2011 (link: http://www.redecontraviolencia.org/Noticias/822.html) e o caso que acabamos de relatar, ocorrido na última sexta-feira evidenciam como os moradores mais jovens da região vêm sendo tratados neste período pós-implantação de novas unidades políciais projetadas e divulgadas como aquelas que seriam responsáveis pela pacificação do Rio de Janeiro.

O jovem em questão é filho da companheira Deise Carvalho, mãe de Andreu, morto no Degase em 2008 por agentes de disciplina da instituição. Sua história se tornou conhecida por sua insistente luta por justiça, que finalmente foi parcialmente recompensada com o indiciamento e denúncia dos agentes responsáveis pela morte do Andreu<http://www.redecontraviolencia.org/Noticias/841.html>. Deise, além de buscar justiça no caso de seu filho barbaramente morto, colabora nas denúncias de abusos e arbitrariedades cometidas por policiais da Unidade de Polícia Pacificadora. Percebemos nestas ameaças e agressões a seu filho uma clara tentativa de cercear sua voz, de lhe impedir sua incansável luta por justiça e contra as violações de direitos humanos naquelas comunidades.

Não admitimos tal represália! Nao vamos nos calar diante deste absurdo!

Governador, exigimos explicações imediatamente!!!

Denunciem mais esta barbaridade!!!

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