Relato de Deize Carvalho sobre humilhação e agressão sofrida a partir de policiais da UPP no último sábado 18/08

 

Caros amigos venho por meio deste email comunicar um fato ocorrido no dia 18 de agosto de 2012.


Neste dia, por volta das 22:40h recebi um telefonema solicitando minha presença na sede da UPP Pavão Pavãozinho e Cantagalo onde o jovem morador Allan Max foi conduzido para sede da UPP com um cigarro de maconha.

Sabendo em muitas vezes em casos como estes a UPP exede por abuso de autoridade, fui até ao local.

Ao chegar na sede perguntei o que estava acontecendo naquele momento quando um policial me mostrou um cigarro de maconha que foi pego com Allan como consta no R O registrado posteriormente. O soldado Lessa juntamente com o soldado Rodrigo começaram a me indagar perguntando quem era eu. Me apresentei como integrante da comissão de Direitos Humanos a qual a Rede de Movimentos Contra a Violência faz parte.

O sd Lessa começou a me hostilizar com palavras de baixo calão dizendo que os Direitos Humanos só servem pra defender bandido e que não me conhecia como nada. Começou a me empurrar para que eu saisse da sede da UPP pois os policiais queriam ter uma convesa de homem pra homem com Allan e que ali era uma area militar e que eu não fui convidada pra estar presente em uma aréa reservada da policia militar.

O sd Rodrigo começou a solicitar minha carteira de Conselheira me chamando de indigente, entao eu comecei a gravar a conversa, onde ele disse que se você não tenho uma identificação eu não é ninguém para ele. E que se ele dissesse que ele era presidente quem diria ao contario se ele não apresentasse sua identificação.  Não bastando ele e o sd Lessa tiraram a carteira de policial do bolso só faltando esfregar em meu rosto de maneira hostil e debochada. Um deles disse, “eu sem minha farda sou policial você pra mim não é nada e nem ninguém” Comecei entao a falar o número da minha indentificação no IFP mesmo assim os policiais continuaram a me humilhar de forma hostil.

Não consegui identificar o outro policial que mandou eu ir atraz de traficante pra defender e que uma hora eu iria ser presa por eles em alguma situação.

É  com repudio que comunico a todos essa situação pois eu nunca fui tão humilhada  na minha vida por alguém que deveria zelar e proteger pelo bem estar físico e moral do cidadão, ainda mais sendo uma policia “pacificadora”.

Também gostaria de informar que ao retornar na sede da UPP para identificar os policiais que foram hostis comigo dois outros policias me perguntaram o que eu achava do funk, e eu disse que o moradores de comunidades tinham o mesmo direito que os filhos da classe média, que o direito de ir e vir é um direito de todos  e que o Funk hoje é uma patrimônio cultural.

Enquanto estava ainda na sede o comando recebeu uma ligação do 23 Batalhão para reprimir uma festa que estava ocorrendo no local, esta ligação ocorreu por volta das 00:41hs .

Esclarecei mais detalhes em reunião mas peço ajuda a todos pra que se faça algo a esse respeito.

Desde ja agradeço a todos,
Deize Carvalho

________________________________________

Acompanhe notícias da Rede em http://www.redecontraviolencia.org/Noticias e o calendário permanente de atividades em http://www.redecontraviolencia.org/Atividades

Apóie e contribua com a nossa luta! Veja como em http://www.redecontraviolencia.org/Como+Apoiar

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here