Por Aliado D.
Hoje, 21 de junho, estamos de plantão no sindicato devido à ameaça de depredação por estudantes da Politécnica organizados em torno do CDIE (Comando de Defesa dos Interesses dos Estudantes), mas soubemos de outros como um grupo anticomunista da FEA [Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade], e o apoio que recebem de parte das Atléticas que vem arrancando cartazes e faixas por aí, mas hoje parece ser mais grave.
Sexta-feira ocorreram duas manifestações de estudantes que juntaram à noite 150 politécnicos, chamados pelos estudantes em torno do abaixo assinado contra a greve. Convidaram os estudantes que iriam ao bixop (festa de chopp realizada dentro da Universidade de São Paulo) e gritavam “morte ao Brandão !” e “USP sim, greve não”, mas, devido a pressão antagônica de estudantes e funcionários, demoveram-se da intenção inicial de invadir o Sintusp (Sindicato dos trabalhadores da USP).
Tentamos conversar de manhã com alunos na ECA (Escola de Comunicação e Artes) organizados em torno do abaixo-assinado contra a greve e pela destituição do DCE [Diretório Central de Estudantes] caso vote-se greve em assembléia, junto a eles havia um careca (movimento de jovens skin heads da ala nacionalista fascista) que saiu quando percebeu que seria hostilizado.
Estes também intencionaram atrapalhar a assembléia dos funcionários e fazer um piquenique no Sintusp.
Alguns deles se admitiam facistas, um destes se dizia a favor da tecnocracia, isto é, pelo fim da política e do governo da sociedade somente por técnicos (conforme disse peremptoriamente). Após conversarmos por horas tentando dissuadi-los e entendê-los, explicando como os estudantes se organizam politicamente, se eram maioria, para que colocassem então sua opinião em assembléia, e parecia que algo melhoraria, mas à tarde descobri que o mesmo estudante havia pedido pela volta da polícia no campus e que batesse nos grevistas e que era favorável que a assembléia discuta, mas não que delibere.
Parece que são contra a participação direta onde confrontam-se com o que dizem e as conseqüências do que dizem, preferindo instâncias virtuais de organização, como o Orkut, onde soltam seus juízos privados sem confrontarem-se com as conseqüências do que dizem ou indicam que se deva fazer. Do mesmo modo, “perdem a noção” quando acham que brincam, como quando aparecem com cartazes escritos: “Morte ao Brandão”, “Fica PM no campus”, estes parecem não refletir sobre o que isto significa. Seja politicamente, seja sobre a dor de outro, mesmo que seja seu adversário.
À noite esperávamos pelo pior e juntamos extintores de incêndio e formas de alarme como fogos de artifício para avisarmos estudantes que estavam reunidos em outras unidades em plenária e não podiam estar ali no momento. Felizmente, quando dado o alarme os estudantes desceram e a manifestação recuou, sendo confrontada com outra favorável às instâncias de representação dos estudantes na forma de “gritos de torcida” e “palavras de ordem”, uma contra a outra.
Estamos lidando com militantes contra a greve, que chamam atos e que são pautados pela imprensa. Apesar de que chamam suas manifestações de “Flash mobs” (palavra que tem origem nas manifestações antiglobalização), mesmo sendo chamadas por email e reproduzida na imprensa, como se esta a chamasse. A própria reitora os citou como referência de organização estudantil em artigo do jornal Folha de São Paulo, assim como outros, chamam à hostilização contra funcionários e estudantes é constante.
Porquê estudantes militam contra a representação e decisão de funcionários e estudantes se sua unidade não está em greve, é uma questão, como se fosse a favor da intervenção em outras unidades ou contra as instâncias de decisão, isto é, como se tomassem a decisão de anular as decisões das instâncias de participação direta estudantil, preferindo as indiretas. Do mesmo modo, parecem querer disputar a atenção da imprensa que muito os incentiva.
Uma aluna deste abaixo-assinado de manhã, durante uma discussão havia dito que Hitler também era de esquerda. Foi interpelada sobre o que significava para ela esquerda e esta disse que Hitler era de esquerda porque era a favor da intervenção do Estado na economia.
São de formação fraca e acumulam os estereótipos de blogs de extrema-direita da internet, muitas vezes escrevendo tão mal quanto, como o estilo de recorte do texto do adversário para responder trechos aleatoriamente escolhidos, o que lembra também trabalhos de graduação de alunos “picaretas”. Quanto aos estudantes da Politécnica, entre eles está ocupando uma função de liderança, como um tipo de orientador, um estudante da história apelidado de “Malufinho”, que, quando interpelado anteriormente sobre sua participação no grupo, havia negado à chefe do departamento de História.
Também estava envolvido no caso da estudante que chamou a polícia na História contra os piquetes e que gritaram “Fica PM!” no prédio de História/Geografia, aliás, segundo consta, era sua namorada.
Por que com tantas armas a Polícia Militar precisaria de apoiadores? Por que a estrutura de poder da USP que se mantém por si só e parece intocável precisa de apoio de algum tipo de base? Por que quem não participa do staff acadêmico precisaria apoiar o mesmo contra quem este massacra e precariza o trabalho? Por que tal defesa da normalidade das funções acadêmicas quando o que mais querem é, no caso de muitos deles, realizar atividades esportivas, jogar truco [um jogo de cartas] e tomar cerveja (ou chopp, no caso do Bixop) como muitos dos demais estudantes, apesar de agirem como se amassem as aulas e a instituição que lhes dá certo reconhecimento social?
Tais militantes pela ordem se aglutinam em torno do reconhecimento que a própria reitoria e os jornais e blogs de extrema-direita lhes dão, enquanto acontece o conflito franco no seio do movimento estudantil.
Assim, coisas que seriam corriqueiras passam a incomodar o estudantado em fúria por… normalidade. Tal desejo de revolta pela hierarquia, pela instituição que estaria lá sem a participação de sua mobilização pela ordem. Assim como sua mobilização a favor do uso da força policial contra pessoas desarmadas só porque estes, junto com alguns professores, identificam como a fonte do mal da universidade. Justamente estes que se levantam contra a precarização do trabalho, a estrutura de poder viciada da universidade, sua privatização, sua violência e seu elitismo.
De qualquer forma, abriu-se a caixa de pandora e soa o alarme de incêndio no inóspito jardim do Butantã.
Para conhecimento dos companheiros, há um grupo de neonazistas dentro da USP, ao que parece, na Faculdade de Psicologia (essa informação está correndo já há algum tempo). Eles tem gente dentro da área de humanas. A propósito, dentro da História existem fascistas também (só que estes não se declaram abertamente). E são vários.
Só uma coisinha: o chopp mobiliza! Tá vendo? A extrema-esquerda fica só com palavras de ordem (que não tocam a apatia da base), enquanto isso a extrema-direita mobiliza as pessoas com chopp, futebol, atléticas, show, festa, assistencia estudantil, etc! Que são coisas que atraem fortemente a base e geram sociabilização. A extrema-esquerda não ocupa esse espaço, a direita o faz.
Mais uma coisa: me desculpem o nervosismo, a ansiedade, mas eu tenho que dizer, ao ver tudo isso:
QUANDO É QUE A ESQUERDA RADICAL VAI ENTENDER QUE O TROTSKY JÁ MORREU E O CAPITAL TRANSFORMOU SUAS FORMAS DE DOMINAÇÃO, E SE REORGANIZAR COM SERIEDADE FAZENDO A LIÇÃO DE CASA CHAMADA TRABALHO DE BASE???
Primeiro, uma correção sobre a tal ‘flash mob’. Ela nunca teve nada a ver com o chamado ‘movimento antiglobalização’. Sempre foi algo vazio e despolitizado, e nesse sentido um prato cheio pra ser apropriado por neofascismos. Neste link um bom post sobre essa flash mob da direita uspiana, assim como sobre como a ‘flash mob’ surgiu: http://blogdocappacete.blogspot.com/2009/06/protesto-chic-e-modernoso-contra-geve.html
A reitoria e o governo incentivam esse tipo de manifestação direitista porque a PM pode reprimir a greve, mas não dá legitimidade para as atitudes do governo e da reitoria. Manifestação contrária à greve vinda da ‘comunidade universitária’ dá esse tipo de respaldo à posição dos gestores. Fora isso, o próprio confronto entre grevistas e anti-grevistas dentro da USP pode vir a ser outro argumento a ser usado para dar mais legitimidade para a presença da PM. Além disso, o ataque de grupos neofascistas faz com que o Estado não tenha que sujar as mãos, que o governo e a reitoria não tenham que enfrentar desgaste político e nem assumir responsabilidades.
Terceiro. É nítido que esta greve, infelizmente, não está tendo muito respaldo da ‘comunidade universitária’ em geral. É preciso saber fazer essa leitura, para saber até onde tensionar. Saber que, embora não sejam gatos pingados os grevistas e os a favor da greve, encontram um resto de comunidade universitária relativamente hostil e direitizada, ou pelo menos grupos direitizados ativos.
Para lembrar um fato histórico, em 1980, quando os operários da Fiat estavam em greve e lutavam contra as demissões feitas pela direção da empresa, na Itália, uma grande marcha reunindo supervisores, técnicos e outras categorias de funcionários da Fiat atravessou Turim pelo ‘direito de trabalhar’ e contra os piquetes (uma marcha contra os operários em greve), o que selou uma derrota marcante do movimento operário italiano, fechando um ciclo de lutas operáriias vitoriosas que se iniciara em 1968. É preciso portanto saber fazer uma leitura da conjuntura para saber com que forças se conta, até onde tensionar, de modo a não ser derrotado.
Quarto. Essa direitização na usp, principalmente dos estudantes, e o nível de argumentação destes (bem destacado pelo artigo), que se vê pela internet e nessas manifestações mostra o resultado de uma educação que foi totalmente funcionalizada nas últimas décadas, onde o pensamento crítico passa longe do ensino, e mostra o resultado das últimas década de neolibralismo e de invidualismo exacerbado na sociedade. Essa é a geração de monstrinhos que nasceram e cresceram nos anos 1990. E infelizmente, o movimento social anticapitalista vai ter que aprender a lidar daqui em diante com essa geração de individualismo extremado, conformista e, por isso, com raiva de quem questiona aquilo que eles aceitaram como dado e se conformaram a tal.
Quinto. Não sou próximo aos sindicatos da USP e ao movimento estudantil da USP, mas talvez essas experiências sirvam para repensar a necessidade de se fazer trabalho de base em cada categoria. Deixar seu círculo de esquerda e ir fazer trabalho de base. Encontrar linguagem para se aproximar do estudante comum, do trabalhador comum ou do professor comum. O principal momento da militância não é no momento de greves e manifestações, mas nesse trabalho de dia a dia, que prepara a vitória nesses momentos.
O que diz destacar é certa atenção pois este tipo de coisa que começa na brincadeira, bem pode ir pra frente e dar merda, como um exemplo famoso.
Nos Eua, no final do século XIX um grupo de estudantes passou a fazer uma brincadeira como nos trotes das fraternidades, mas para os jovens negros que habitavam o sul dos EUA e que estavam na campanha de conquista de direitos políticos anos depois do final da guerra da secessão. Tudo era uma brincadeira onde se vestiam de branco para assustar e queimavam símbolos. Dos símbolos acabou indo às pessoas e o movimento acabou sendo ressuscitado com força graças ao filme de Griffit, nascimento de uma nação. Assim, em sua refundação, tudo o que era irônico retornou como rito sério e os assassinatos e humilhações passaram a ser sistemáticos.
Outro fato a se notar é justamente o que notou muito bem o Leo. Sâo justamente os primeiros anos que estão entre os cabeças de ponte desta articulação, mas entre ser algo latente e algo organizado, isto se dá graças ao reconhecimento e respaldo que a imprensa e a reitoria dão.
Agora, quanto à greve e trabalho de base, entre funcionários, a estrutura não é a do sindicato à liderança e no mais a bagunça, mas o movimento dos funcionários se dá por reunião de unidade, comando de greve onde o sindicato se dissolve e assembléia, isto é, tem uma capilaridade maior do que outros movimentos de greve.
Novamente, devo lembrar, a tensão sempre se dará, principalmente em setores, como o da reitoria cuja última greve foi em 1979. E para os trabalhadores é difícil imaginar outro movimento de luta por salários fora este, principalmente em contexto de ameaça de perda de empregos e projetos constantes de precarização do trabalho em setores diversos e mudança de todas as carreiras para o genérico cargo de gestor.
Entre os estudantes, o movimento está em crise desde a ocupação, mas em crise está a representação e participação política de todos. Trabalho de base? Vocês talvez não acompanhem os cursos e digo, não os trotskistas que tentam conversar com os estudantes, ou os C.A.s que, como dizem, falam a linguagem dos estudantes.
Os estudantes mais novos são hostis a qualquer abordagem, preferem obedecer prontamente a qualquer coisa que os professores digam e são contra conversar. Jà os C.A.s que falam as novas linguagens, são aqueles que negam as assembléias por blogs e enquetes virtuais, talvez por isso, apoiem o ensino à distância. Ou ainda, como chegar nestes sem ser atendendo às representações de mundo que tem, isto é, direitozas, anti-militantes e aversas a diálogo, mesmo que demandem falsamente estâncias horizontais de participação virtual apenas para que afirmem sem pensar duas vezes em seus estereótipos?
Ninguém é contra espaços de socialização e, se só os trotskistas aparecem na militância constante, a pergunta é, cadê os outros ?
O artigo precisa focar com melhor qualidade as formas de expressão desses grupos no orkut e outros locais mais: eles não aceitam nenhum tipo de discussão e apelam para a agressão verbal, com ofensas de todo tipo e calúnias várias.
No entanto, a esquerda se deixa desqualificar por estes grupos e não sabe desqualificá-los. Deixa passar que são eles os clientes das prostitutas que trabalham nos portões da USP, que são eles os estupradores de empregadas domésticas e de filhas de empregadas domésticas, são eles os espancadores de prostitutas e de homossexuais, são eles que professam um racismo virulento e violento, que sonegam impostos, e etc.
Um movimento de esquerda tem que ser aliado dos homossexuais, dos negros, dos pobres, das mulheres. Ao contrário, ficam estupidamente levantando bandeiras impopulares como a bandeira contra a UNIVESP.
Mas não podemos esquecer que esse tipode movimento só é possível dentro do quadro de enorme impessoalidade e individualismo da USP, dificilmente haveria algo assim em outros centros universitários. Na Unesp, faculdades pequenas, fortes contatos pessoais, impedem que surja uma direita desse porte, se armando para agredir os demais.
Muito bom o artigo, e acho que seria interessante se produzir mais artigos denunciando isso, e que surja logo uma contraposição e combate contra estes fascistas, rápido, antes que seja tarde. Isso se propaga facilmente no meio do nihilismo da atual geração. E repito, mais uma vez, aquilo que já disse em outros artigos: enquanto a Autonomia não virar projeto político, seremos presa disso tudo, uma esquerda desarmada sem projetos. No vazio de um projeto político alternativo, a voz do fascismo encontra espaço e se faz ouvir.
Agora a coisa é muito séria. A esquerda vai sair dessa pasmaceira e formar um projeto? Ou vamos sucumbir na mão do tecno-fascismo? A questão está na mesa.
Tenho visto até gente da “esquerda pós moderna” apoiando essas manifestações antigreve! Uns tais “alternativos” com cabelos esquisitos, visuais alternativos, “do contra”… ta aí o produto da década de 90: os Revolucionários da MTV! Fazem a Revolução individual ego-narcisica, consomem os lixos da indústria cultural e ainda se julgam “alternativos” e “críticos” formadores de opinião. A década de 90 foi isso: uma fábrica de laranjas-mecanicas. Um bando de nihilistas à espera de um Hitlerzinho para seguir.
Não quero deixar os compas apavorados, mas eu percebo que esses neofascistas contam com forte aprovação da massa dos estudantes.
Renata, eu só não chamaria de ‘esquerda’, nem mesmo com adjetivo pos-moderno depois, quem tem postura antigreve. Podem ter o cabelo e roupa mais modeninha do mundo, ter uma aparência “”alternativa””, mas são de direita. Na verdade, não é de hoje que digo para amigos que esse povo moderninho que circula por certos lugares de São Paulo (os lugares cool), no fundo são majoritariamente de direita. Basta uma situação se apresentar que a posição política deles fica clara. Como alguém disse acima, a arquitetura da USP facilita a dissolução das relações sociais e o invidualismo. Mas a cidade de São Paulo como um todo, pelo ritmo frenético, gerado pela busca do dinheiro, competição etc. fomenta isso de forma que acho que nenhum outra no Brasil. Onde o capital está mais avançado as outras relações sociais estão mais despedaçadas.
A direita ativa dos estudantes da USP tem respaldo da estudantada. Isso não é apavorar, é fazer a leitura que deve ser feita, e daí tirar conclusões. Também tenho essa impressão.
Po galera, na boa, eu vejo que vocês estudam tanto, mas parece que não aprendem nada. É pura estupidez esse tipo de atitude de separar as pessoas, em direita e esquerda. bla bla bla bla…
Vocês já pensaram que as pessoas da FEA, da Poli são contra a greve, simplesmente, por que não o validam como instrumento de luta. Aliás, luta contra o que mesmo ?
O que há de tão errado dentro da USP ? Temos problemas ? Concordo que sim. A reitoria é autoritária ? pode ser. Os professores deveriam ser melhores remunerados ? Sem dúvida. Os funcionários tem defender seus direitos ? Concordo. Agora o que eu não entendo, é por que essa atitude de polarização, como se estisse o bem, e o mal. Vejo o pessoal da POLI falando mal da FFLCH, vejo o Pessoal da FFLCH tentando invadir a FEA, aliás, bateram num cara da FEA e em outro da POLI, no dia do FLASHMOB.
E o mais engraçado, é que tão chamando de facistas, uma cambada de NERD com cara de idiota, que não tem condições nem de limpar a própria baba, quanto mais invadir o SINTUSP, local que com certeza a maioria deles não entraria nem a força.
Tudo isso pra mim, não passa de baboseira… Eu lembro muito bem de quando eu estudava em uma outra escola publica e o pessoal do PSTU, queria fazer greve por fazer… Na verdade tudo isso, não passava de uma boa forma de aparecer…. pra recrutar massa de manobra pra os seus discursos vazios….
Assim também vejo aqueles imbecis que apoiam os partidinhos.. como o DEM, que esses sim são ameaça ao modelo de educação publica e gratuita de qualidade, visto que o importante pra eles não nem, a remuneração dos banqueiros, mas sim colocar dinheiro no próprio bolso, como eles têm feito desde a ditadura.
O que precisamos fazer é usar a inteligencia, criatividade que temos para resolver os problemas da universidade. Pois este tipo de greve, pelo menos da forma que esta sendo feito, pega muito mal, pra sociedade. Por que enquanto os grevistas, falam que a educação publica esta sendo ameaçada, que a USP não tem dinheiro, que os funcionarios são mal pagos. A Folha solta mentirars falando que o dinheiro está indo pra USP, e que quase 80% do dinheiro que dá é pra custeio folha de pagamento, sendo o que sobre pra investimento….
E tem mais, na minha opinião este tipo de movimento como está sendo conduzido, só jogará a sociedade contra a USP, pois ela paga impostos e não vê o retorno. Ouço todos os dias o pessoal do meu trabalho falar: USP é pra rico, deveriam todos pagar faculdade, pois eu tenho que pagar. Por que eles estudam de graça ?
Eu respondo, eles estudam de graça por que são responsaveis por fazer pesquisas que nenhuma universidade particular quer fazer, por que a solução de muitos dos problemas economicos, sociais, técnicos e de saude do nosso país sairão de lá. Pelo menos deveria ser assim.
Leo, acho que isso é o crucial: fazer uma leitura de realidade lúcida para não fazermos merda, para se saber o que fazer. A propósito, queria comentar uma coisa. Antes da crise arrebentar (arrebentou mesmo?) quando rolavam os rumores da crise, várias análises de conjuntura corriam. Me lembro que o Valério Arcary cantava que a crise iria provocar levantes e uma conjuntura revolucionária mundial, a única em nossas vidas e etc. E por outro lado, o Emílio Gennari dizia que com a crise, como a esquerda está sem alternativa e despedaçada, os trabalhadores penderiam para a direita, e que era necessário não ter nenhuma ilusão. Enfim, sobreveio a crise, o capital encontrou meios de se manter funcionando (passou a bolha do capital fictício para o Estado), eu olho para as cidades e vejo os carros circulando como se nada tivesse acontecido (embora veja também que o número de mendigos, michês, pobres, desempregados, comércios falidos aumentou muito), mas o que eu vejo é exatamente o que o Gennari dizia: os trabalhadores penderam para a direita mesmo, até por uma defensiva e por falta de alternativa. Por isso, sou muito pessimista e penso que essa esquerda dos grupos que puxam hoje as oposições sindicais e movimento estudantil, se não tomar cuidado, ela vai literalmente desaparecer historicamente, mesmo porque está sem um projeto, sem uma avaliação consequente da realidade e aí tendem a seguir dois caminhos possíveis:
Ou o do PSTU/Conlutas, que pediu registro como central sindical no ministério do trabalho, e aceleradamente está se integrando na normatividade oficial (como o DCE da USP); ou os grupos menores radicais, que se jogam de cabeça em ações desesperadas, quase existencialistas, sem respaldo das bases, e viram um prato cheio para a repressão.
Prezados compas,
Pelo que tenho observado com as inúmeras manifestações conservadoras da juventude nos últimos anos, não acredito que qualificá-las enquanto expressões do individualismo seja adequado. Ao contrário, parece que a sede por associativismo, que primeiro incidiu sobre as mães da classe trabalhadora sob a forma do neopentecostalismo, e entre os seus filhos através de facções criminosas de narcotraficantes, chega aos filhos da classe média assumindo contornos fascistóides. E o fascismo, longe de ser o corolário político do individualismo (o que o liberalismo é), é a dissolução do indivíduo, simples peça de uma máquina, seguidor incondicional de um guia infalível ou de um símbolo que encarne uma crença de superioridade a ser exercida.
Tampouco creio que sejam niilistas. Hedonistas, sim; inconseqüentes, insolentes, violentos. Para esses garotos e garotas, membros de comunidades onde se agregam aos seus iguais (geralmente agredindo os diferentes), não se trata de acreditar ou desacreditar em algo, na humanidade, na história ou em deus ou o diabo. A descrença caracteriza o niilista, e é por isso que ele não se associa. Esses rapazes direitosos não querem saber a respeito do sentido das coisas. Querem, em meio a uma sociedade tão clivada pelas diferenças, afirmar a superioridade dos seus iguais. Como são débeis, como não refletem, sozinhos não podem nada, se escondem. Contudo, no anonimato da internet, na escuridão da noite com grupos em roupas escuras, agridem, seja com palavras, seja com tacos de baseball. Às centenas, em mobilizações onde se reúnem pela afirmação positiva da ordem (cujas deficiências seriam resultantes do seu não cumprimento), soltam os seus gritos. Ao associarem-se, descobrem finalmente algum sentido, mas um sentido que termina em si mesmo, como uma moda. Sentem estar subvertendo a mediocridade do nosso tempo, a viver – usando as palavras de Eça de Queiróis para descrever a mocinha medíocre que passa a receber cartas de amor – “uma realidade superiormente interessante”.
São, de fato, anomalias (embora necessárias!) de um tempo que reduz todos os sentidos ao consumo desenfreado e à competição. Como o individualismo exacerbado é deletério até mesmo ao capitalismo – que, enquanto ordem social, precisa de alguma associação para se manter de pé – os associativismos mistificadores da realidade de toda espécie aparecem como válvulas de escape, e a competição, da esfera de indivíduos, fica mais forte com o apoio de um grupo (não que em seu interior não haja uma competição feroz por afirmação, como os conflitos autofágicos das máfias, como os desafios das atléticas universitárias etc.). Um niilista individualista típico nunca iria participar de uma mobilização anti-greve na sua universidade, e tampouco de uma competição para saber quantos copos de cerveja bebe em 30 segundos.
Algumas das perguntas que eu penso serem importantes diante disso são as seguintes: são muitos ainda os jovens sedentos por fazerem parte de um grupo que, diante de um projeto de transformação social, se engajariam? Acredito que sim (conto com isso), e os meninos que o hip-hop crítico de um Ferréz aglutina dão algumas indicações, mesmo que poucas, de que nem tudo está perdido. Como, então, acessar esses jovens? Qual linguagem, qual estética e, sobretudo, qual significação podem fazê-lo? A autonomia? Seguramente, mas só essa categoria não assegura nada se desprovida de um movimento real, sob formas reais. Essa é uma questão que só a práxis pode resolver, e para isso é preciso olhar para o que já vem sendo feito. Nas periferias de São Paulo, o hip-hop tem conquistado muita coisa. Mas como acessar os pais desses jovens, entorpecidos por uma religião conformista? Como acessar os jovens de classe média, fascinados pelo associativismo fácil e elitista?
Acredito que uma das tarefas da esquerda de hoje, diante desses desafios, é tentar reconstruir as bases sociais e psicológicas da construção de um novo projeto, trabalho que a classe trabalhadora soube fazer com um esforço heróico no princípio do século XIX, alfabetizando-se por conta própria, criando as suas próprias instituições, descobrindo os seus interesses comuns e seus inimigos. Não pensem vocês que apenas os jovenzinhos de direita se expressam muito mal e têm uma leitura tosca da realidade. Olhemos para as nossas deficiências também. Quem de nós aqui sente-se verdadeiramente bem formado (nossa, eu não saberia nem por onde começar se fosse listar as minhas lacunas!!!). Somos filhos do nosso tempo, e a negação dele também passa por aquilo que nos afeta mais diretamente, e não apenas aos nossos adversários. Por bases sociais para a construção de um novo projeto me refiro a novos espaços de ação e discussão política, em meio aos quais indivíduos autônomos possam se formar e participar com liberdade. Por bases psicológicas, penso exatamente no tipo de indivíduo que queremos ajudar a formar, nos valores e na ética de que ele se valerá. Ocupações de sem-teto com escolas onde uma outra educação seja possível, centros acadêmicos autogestionários organicamente ligados aos movimentos sociais fora dos muros da universidade, movimentos artísticos de contestação e de afirmação desses movimentos políticos; grupos de estudo e discussão das teorias políticas consagradas, sem o sectarismo da velha esquerda e com o senso de criação dialética dos que pensaram em uma esquerda etc. etc. etc.
Um abraço a todos!
Ricardo, essa de que são contra a greve porque não acham um instrumento válido não cola. Basta ver os que são contra a greve dizem e como agem.
Eles são contra o Sintusp, contra os sindicalistas, tomam abertamete partido da repressão da PM, da demissão do Brandão. Não cola Ricardo. Se vc é um deles, assuma então, agora querer esconder essa realidade, não dá. Se fosse apenas uma questão de divergência tática estariam juntos participando de instâncias de deliberação.
Esses estudantes tem ódio de sindicalistas e da greve, e defendem a repressão da PM em grande parte porque querem os ônibus circulares e o bandejão. Basta dar uma olhada no que eles escrevem na internet.
Concordo com o autor do artigo que comentou que eles aparecem inofensivos mas é assim que começa um verdadeiro fascismo. Essa de que são nerds que não sabem limpar a própria baba não cola. A prática deles está aí, surtindo efeito. São base fácil para fascistas de carteirinha.
Eles estão entre nós!
Saudações
O ponto importante do texto do companheiro, ao meu ver, está centrado na necessidade de repensarmos estratégias de ações nas instituições educacionais.
O autor chama a atenção para um ponto importante das novas formas de aglutinação do estudantado através de Atléticas e ofertas de entretimento.
É visível, por exemplo, na Unesp/Marília nos últimos anos como a presença da Atlética mudou o perfil de sociabilidade dos estudantes sendo instrumento para a dispolitização dos mesmos – sociabilidade para os prazeres daqueles que têm meios para o consumo de requisitos para adentrar nesses círculos sociais.
Outra dimensão é a ação mais politizada e organizativa. Novamente entramos na questão dos grupos de características fascistas, onde os estudantes com vínculo com grupos defensores de uma “ordem social” de higienização moral, como as organizações antiesquerdistas, racistas e nacionalistas de diferentes caracteríticas, como neonazis, intregralistas e skiheads que cada vez mais destacam-se em várias escolas, faculdades e universidades. Ficando restrita aqui a observação sobre a atuação desses grupos nas instituições educacionais;
Exemplos:
1 Através de uma lista de discussão que participo sobre pesquisadores do integralismo chegou ao meu conhecimento que na Universidade Federal de Santa Catarina está ocorrendo a mobilização de estudantes integralistas que fazem reuniões e panfletagens sob o apoio de um professor, tbm integralista, que leciona no curso de direito.
2 Na Unicamp, há alguns poucos anos atrás a administração da reitoria da Universidade fez interversão direta sobre um grupo neonazi que fixava cartazes sobre os murais da instituição com convites abertos para participações nas reuniões do grupo.
3 Na USP, há poucos anos tbm estudantes foram presos por fixarem nas paredes do campus cartazes com caricaturas de negros semelhantes a macacos com os dizeres: “vc deixará eles roubarem nossas vagas?” – o cartaz tinha a referência do Movimento White Power de SP e fazia propaganda contra a política de cotas para estudantes negros nas faculdades e universidades brasileiras.
5 Um colega de trabalho que é oriundo do Rio Grande do Norte, estado da região nordeste, ano retrasado era professor em faculdades privadas no interior do estado do Rio Grande do Sul e recebeu algumas vezes a seguinte recomendação por parte de alunos que gostavam do sujeito: “professor, existem uns neonazistas aqui na faculdade e eles não gostam de nordestinos, tenha cuidado”.
6 O último caso de gde repercussão na mídia foi o assassinato de um casal neonazi por parte de membros da mesma organização – Neuland – que disputavam a liderança dessa facção neonazista. Na ocasião estavam reunidos aproximadamente 400 jovens neonazi num sítio em cidade do interior do estado do Paraná, (região sul do Brasil). Em sua maioria os participantes eram estudantes universitários, assim como os próprios jovens assassinados, o rapaz era estudante de direito.
Compartilho com os companheiros e companheiras que leram este texto e postaram comentários que estes diversos grupos estão entre nós, mais próximos muitas vezes do que pensamos. E, muitos destes militantes estão se aproveitando das brechas ocasionadas pelas táticas de ação política e tbm de sociabilidade que ocorrem nas comunidades das instituições educacionais. Os aconecimentos na USP, nesse sentido, são um aspecto desta situação que nos leva a pensar sobre as formas de atuação, veladas e explícitas, daqueles que repudiamos!
até breve.
Jefferson Rodrigues
Acho que os debates evoluiram muito e os companheiros tocam em questões primordiais.
Gostaria de ressaltar aqui, sinteticamente, o que venho defendendo. E não é posição minha, mas como condivíduo, expressão da discussão de toda uma coletividade da qual estou inserido, e a qual devo estas constatações.
O problema crucial é a esquerda desarmada, sem projeto.
Me parece que a esquerda fica cindida em duas armadilhas: o ideologismo e o pragmatismo.
O ideologismo seria a expressão da teoria alheia e alienada da concretude, que se degenera em ideologia: fórmulas mágicas. É a esquerda dos grupos de minoria porraloca sem inserção na base e com suas palavras de ordem radicais e que não mobilizam quase ninguem, porque não tocam na realidade concreta das pessoas.
O pragmatismo é aquela esquerda vendida, petismo burro, que ocupa sindicatos e instituições para apenas geri-los como fim em si mesmo, ou seja, o reformismo burro e caturra duma CUT, etc. Empresariamento e prestação de serviços assistencialistas!
O problema ao meu ver, que condiciona a falta de projeto é essa separação teoria/pratica social. A teoria cristaliza-se em fórmula, vira ideologismo empoeirado. A prática sem teoria vira reformismo burro. No final de contas, carece-se de um projeto centrado na idéia de autonomia que seja fundamentado numa teoria aberta, heterodoxa, que trabalhe com as mediações concretas.
Isso implica que devemos voltar nossos olhos para o imediato das pessoas, o cotidiano, ao inves de fazer como os grupelhos sectarios que acham que vão mobilizar as massas com truques e palavras de ordem. Olhar o imediato significa entender como se formam as relações de sociabilidade de solidariedade na vida cotidiana: o botequim, o futebol de varzea, a festa, o apoio mutuo, etc!
Por isso que a direita está se expandindo – ela atua justamente na esfera da concretude, da realidade imediata. Ela usa atléticas, festas, times, etc para mobilizar – e como isso mobiliza! E a esquerda briga com moinhos de vento defendendo abstrações, que são algo broxante e que não mobiliza ninguém – a não ser a quarta internacional (qual delas???) e outros grupelhos que enchem um fusca ou com sorte uma Kombi. Sem desprezar os companheiros das quartas-internacionais, que são combativos e convictos, mas estes fariam bem melhor se procurassem entender essa microfisica das relações sociais, a questão das formas. Assim talvez eles tivessem mais respaldo das bases e orientação sobre como agir e mobilizar de forma efetiva.
No final das contas, embora tenha seus problemas que Marx apontou, o pensamento de proudhon legou um aspecto interessante que merece ser revisitado: a dinamica da construção de relações solidarias, e formas de atuação de apoio-mutuo.
Que a esquerda então crie suas redes de relações solidarias e anticapitalistas. Tem à sua disposição mil formas de fazer a crítica prática.
E viva a Universidade Popular!!!
O último comentário de A. Nônimo suscitou-me certas refelexões.
Não creio que o PT e a CUT sejam reformistas burros, muito pelo contrário. A CUT gere sindicatos que dispõem de consideráveis fundos de pensões e que mesmo sem isso constituem óptimos negócios. E o PT gere com muita competência uma economia capitalista, obtendo resultados melhores do que os de certos países desenvolvidos, governados mais à direita.
Quanto aos grupúsculos que se mantêm isolados das bases, não será isso mesmo que eles pretendem? Os seus dirigentes treinam-se assim na função de vanguardas profissionais, para a breve trecho se converterem em elites e alimentarem com novos membros as classes dominantes.
De resto, quer a extrema-esquerda utilize ou não as festas, o futebol e sei lá o quê como forma de mobilização, a população não é burra e ela mesma cria essas oportunidades de solidariedade. Talvez a única diferença seja que, se a esquerda lá estivesse, baptizava esses eventos com a nomenclatura do seu jargão. Desde há muitos anos eu digo e repito que o grande intelectual do proletariado brasileiro é o Adoniran Barbosa.
Bom, muitos da esquerda acham de fato que a população é incapaz de se organizar e solidarizar. Aí entram as vanguardas profissionais querendo se substituir à base.
Acho que faltou destacar um detalhe no artigo que é importante, ainda é um movimento que contagia, conta com divulgação e utiliza uma plataforma de relacionamento que funciona.
Este também conta com todas as falhas apontadas na esquerda, falta de contato com os estudantes, falta de contato com as lutas, disputas entre si, muitas vezes, amplo desrespeito pelas instâncias de decisão estudantil, tanto quanto a direita, mas falta um detalhe: ainda é um movimento, não é um grupo, nem em si mesmo hegemonicamente facista.
Ele possui lideranças de direita, mas sua base é ambígua, como são ambíguos todos os movimentos no inicío.
CAda um deles pensa algo sobre a PM diferente, por exemplo, muitos pensam em policiamento e não em Polícia militar batendo nos estudantes e no que isso implica. OU ainda, muitos deles não são contra as pautas, mas contra a greve em si e contra o formato do movimento estudantil.
E o pior, acho que é uma ressaca da ocupação. Isto é, o discurso de crítica ao formato do movimento estudantil alimentou um discurso com mesmo foco só que pela direita, onde apenas de descontroi o movimento estudantil, sem ser para afirmar seus objetivos e, mais ainda, deseja um impulso libertário de desobrigar-se politicamente para aferrarem-se ao impulso indiviudal e à manutenção das ideologias que circulam.
Desta origem também credito o medo de ser manobrado por outro, mas agora identificando tal medo de ser determinado por um outro na assembléia, como se ela fosse do dce e da entidade ao partido da gestão que o articula.
DO mesmo modo, acredito que os dois grupos de esquerda que empacam muitas assembléias padecem de mal parecido (ou talvez sejam seus gêmeos siameses), o de desprezar qualquer forum de representação, ato, etc, para disputar um projeto político onde está em questão mais os seus ideais do que a construção de poder popular e movimento estudantil.
Apesar disto, o aviso está de pé. Mesmo contraditório, segundo o texto do João Bernardo, e o Faye quando tratam dos jovens conservadores ou outros grupos proto-fascistas, o que vale é o quer fazem a partir do impulso de suas lideranças mais radicais, identificadas aos fascismos e direitismos diversos, quando anulam os espaços de decisão direta (na assembléia os estudantes se apresentam e não representam) e de organização sindical de outra categoria, os trabalhadores.
Com isto desobrigam-se de ver o que implica materialmetne aquilo que defendem, mantendo, graças à tais lideranças diversas imagens, como a de que o outro, o esquerdista traz a bagunça e a confusão e nós a paz e a ordem, os problemas deles devendo ser deles e todas as mazelas da universidade igualmente podendo ser a eles imputados.
Seria o caso de conversar com esta base ? E como ?
E não acho que atléticas são essencialmente um problema, o problema é que muitas são entidades privas que arrecadam muita grana e se profissionalizam nesta roda sem fim a partir de uma demanda real dos estudantes: divertir-se e praticar atividades de lazer e sociais, não vejo mal nisso, apenas vejo problemas no modo como isto se encaminha.
O que o Douglas aponta no seu comentário é a minha sensação também, embora acompanhando relativamente de longe.
Hannah Arendt, mas interessante:
http://universidadeparaquem.wordpress.com/2009/06/28/um-instantaneo-sobre-a-multidao-one-flash-about-the-mob/