Por Leonardo Cordeiro e Luiza Mandetta
Leonardo Cordeiro e Luiza Mandetta: No dia 1º de dezembro, milhares de manifestantes foram às ruas em oposição à posse do presidente Enrique Peña Nieto, que ocorria naquele exato momento no Congresso mexicano, no centro da cidade. Quem é ele e por que houve protestos contra o início de seu governo?
Heriberto Paredes: Bom, Peña Nieto é um político relativamente jovem, mas provém de um grupo político vasto e muito complicado de assimiliar, que traz consigo muitas histórias de corrupção, de assassinatos, favores políticos… Nesse mesmo grupo estão outros políticos que têm grande controle econômico, grandes redes de poder – são como uma espécie de casta – e fazem completamente o contrário de usar seu trabalho em benefício do povo. Ademais, Peña Nieto tem o apoio do ex-presidente Carlos Salinas de Gortari, um sujeito conhecido pelo roubo desmedido em seu governo, numa devastação total. Essa figura reaparece publicamente com o apoio que dá a Enrique Peña Nieto, o qual já fora, antes, governador do estado de México, justamente onde está assentado fisicamente aquele grupo, o grupo Atlacomulco (um agrupamento clientelista não oficial de políticos do PRI, ao qual estariam ligados Carlos Salinas de Gortari e Peña Nieto). E, bom, não há nenhuma proposta política da parte do novo presidente, nem econômica, social, educativa ou de nenhum tipo. Ele pertence ao PRI, o Partido Revolucionário Institucional, que governou o México por 72 anos de maneira despótica, caótica, muito complicada, e sua posse significa, portanto, o regresso de toda uma tradição de corrupção e de despotismo que se reencarna em Peña Nieto. Se sua figura sozinha já é suficiente para rejeitá-lo, traz ainda tudo isso consigo e é odiado pela população pelos episódios de repressão que ocorreram durante seu governo no estado de México. O caso de Atenco é muito forte e muito documentado – Peña Nieto era governador e aquela era sua primeira demonstração de força. Foi justamente em seu primeiro ano de governo e agora se passa o mesmo: houve uma brutal repressão pelos serviços de segurança (aos protestos contra sua posse). Também durante seu governo estadual as cifras de feminicídio ultrapassam as de, por exemplo, Ciudad Juarez. É impressionante a quantidade de assassinatos de mulheres no estado de México nos últimos seis anos. Por fim, essa figura que soma todos esses aspectos negativos também roubou as eleições. Eu não sou a favor do sistema eleitoral, nem do Partido da Revolução Democrática (PRD), nem de Lopez Obrador, nem de nada que lhe pareça, mas, objetivamente, houve uma fraude evidente, muito vergonhosa e cínica.
Todos esses elementos se vinculam à figura desse político. Claro que é muito inocente, talvez, pensar que com a desaparição desse sujeito tudo vai ser melhor, tudo vai mudar… Trata-se de uma coisa muito mais estrutural – ainda que ajudaria que ele não estivesse agora na presidência da república.
L & L: O que foi o episódio de Atenco?
HP: Duas coisas se conjugam na questão de Atenco. A primeira é a Frente de Pueblos em Defesa da Terra, movimento que se forma naquela região do estado de México entre 2001 e 2002 e defende as terras comunais da construção de um segundo aeroporto para a Cidade do México, o qual era o megaprojeto de Vicente Fox (ex-presidente do país). A obra, que iria afetar 80% das terras comunais, acaba não acontecendo, impedida pelas mobilizações de 2002, nas quais ocorrem também enfrentamentos.
A segunda coisa, anos depois, nos últimos meses do governo de Vicente Fox, é um detalhe que é utilizado como pretexto. Nos dias 3 e 4 de maio, sobretudo no dia 3, há uma festa tradicional entre os pedreiros na qual se usam muitas flores. Então, os floristas do mercado de Texcoco haviam pedido autorização para sair do mercado para vender suas flores; tinham acontecido negociações com o prefeito, que era do PRD, e com as demais instâncias de poder locais. Isto tudo está gravado e lhes foi dada a permissão para vender suas flores. Entretanto, quando chegam para vendê-las, se deparam com a presença do corpo antimotim da polícia, que começa a reprimi-los e expulsá-los dali, ignorando o acordo feito. Vários floristas pertenciam à Frente de Pueblos em Defesa da Terra e buscam trazer o apoio da organização. Quando chega o apoio, ocorrem paralisações de estradas, enfrentamentos e perseguição. Em meio à confusão, Ignacio del Valle, Felipe Álvarez e vários outros integrantes do movimento são perseguidos exclusivamente e detidos de maneira arbitrária, sem ordem de apreensão, sem nada.
Nesse ínterim, acontecem muitos enfrentamentos, muita violência nas estradas e morre um menino de 14 anos, Xavier Cortez, assassinado justamente por um bala de borracha, que o atinge diretamente no peito e o mata. A polícia utiliza uma violência desmedida; o que faz a Frente de Pueblos é defender-se. Durante a tarde as pessoas da Frente se entrincheiram na cidade de Atenco e lançam um apelo à solidariedade dos outros movimentos sociais, dizendo que temiam que as forças de segurança invadissem o povoado, para reprimi-los e prendê-los. Muita gente atende ao chamado e vai a Atenco desde a tarde de três de maio até à madrugada, somando-se à resistência, em uma espécie de trincheiras.
A polícia chega às seis da manhã com algo como cinco mil homens – em Atenco éramos 300. Deparamo-nos, então, com toda a força policial, num efetivo composto pelas polícias municipal, estadual e federal preventiva. São os três níveis de governo – um era controlado pelo PRI [Partido Revolucionário Institucional], outro pelo PAN [Partido da Ação Nacional] e outro pelo PRD [Partido da Revolução Democrática]. Os três partidos utilizaram seu poder, se puseram de acordo e organizaram a operação. A repressão que se sucede foi duríssima. Os policiais entram nas casas, destróem o que encontram em seu caminho, batem na população, usam gás lacrimogênio… Houve um ferido, atingido na cabeça também com uma bala de borracha, que deixou-o com massa encefálica exposta. A polícia impediu que uma ambulância entrasse para buscá-lo e ele teve de ficar por sete horas em uma casa, inconsciente, com uma ferida aberta na cabeça. As pessoas se esconderam e creio cerca de 200 foram presas. No translado até à prisão de Santiaguito, o mais próximo do local, a polícia abusou sexualmente de 34 mulheres. As estrangeiras do grupo são extraditadas, depois de violadas.
Ocorreu toda uma grande mobilização ao redor desses presos. Uma primeira série de detidos é liberada depois de duas semanas; outra série passará quase três anos na cadeia; o resto, os “líderes”, como os identificava o governo, foram confinados em um presídio de segurança máxima, onde estiveram por cerca de quatro anos. Haviam-nos sentenciado a 120 anos, ou algo assim, mas conseguiram sair com um estratégia legal. A intenção da operação era desmobilizar a organização, gerar medo na população e vingar-se de que não se tinha podido construir o aeroporto. Peña Nieto era o governador do estado de México e saiu a declarar que claro que havia feito isso, que havia restabelecido a ordem – é uma pessoa muito cínica.
L & L: Poderia fazer um breve relato do que se passou em 1º de dezembro na Cidade do México?
HP: Houve uma convocatória para uma manifestação que sai da Acampada Revolución, um acampamento de meses atrás, de antes das eleições, instalado no monumento da Revolução. O chamado marcava o início da mobilização para as três da manhã, que sairia em unidade rumo ao Congresso Nacional às quatro horas. Saíram da acampada nesse horário algo como 500 pessoas e, conforme fomos chegando mais perto do congresso, já éramos ao redor de mil. Avançamos até onde conseguíamos ir (devido às barreiras levantadas pela polícia) e, uma vez na praça de San Lázaro, encontramos professores do estado de Oaxaca e de Michoacán.
Houve também outra convocatória, distinta, para as sete da manhã, em outro ponto, que propunha marchar pacificamente e cercarmos o congresso. Entre as duas mobilizações havia, digamos, uma diferença de concepção de luta. O grupo que sai da Acampada Revolución estava preparado para o enfrentamento, não foi uma questão de espontaneidade, de um pensamento repentino de agarrar as pedras – havia a intenção de combater. Talvez não de impedir a posse, mas de ao menos interferir e, se possível, interromper a cerimônia. Acredito que esse ponto não foi compreendido, porque nas versões oficiais, inclusive do YoSoy #132, movimento que havia convocado o cerco humano, a violência é atribuída aos “infiltrados”. Isso é muito relativo; creio que os infiltrados não determinaram nenhum dos acontecimentos. Sempre há infiltração, mas nesse caso ela não me pareceu assim tão relevante. Sim, havia uma postura, havia uma necessidade de lutar, de combater, as coisas no país vão muito mal. Não é que nos tenha ocorrido do nada agir dessa forma ou que assim tenha simplesmente acontecido. Quem traz a violência ao país é o Estado, e a partir disto ocorre, em certas concepções, uma legitimação da violência como mecanismo de luta.
Voltando àquela manhã: ocorrem os primeiros enfrentamentos, mais ou menos entre cinco e meia e seis horas. A polícia responde com muito gás lacrimogêneo e, entretanto, os manifestantes conseguem em certos momentos livrar-se do cerco policial, lançando de volta, inclusive, as bombas. O gás lacrimogêneo chega a entrar no Congresso, invadindo a área de imprensa e forçando todos a sairem. Os enfrentamentos se sucedem por quatro horas, ao longo das quais muita gente sai ferida, mas muitas pessoas também se somam ao protesto. Conforme vai avançando a manhã, chega a haver mais de três mil pessoas. Eu gostaria de destacar a atitude dos sindicatos de professores – talvez não de todos, mas dos dirigentes que ali estavam – pois esta foi de impedir o caminho dos manifestantes, sem ajudá-los. O magistério sempre teve o apoio de vários outros setores e, neste momento, contudo, não deu seu apoio – aqui há um problema.
De qualquer forma, acontece uma grande manifestação em frente ao Congresso e, quando as coisas ficam desgastadas, decide-se ir ao Palácio Presidencial, no Zócalo (a praça central da cidade), também porque Peña Nieto já saíra da sede do legislativo nacional. Pouco a pouco vários contingentes começam a dirigir-se para lá. Ao longo do caminho, a polícia tenta impedir o progresso dos manifestantes e prender alguns deles, mas os moradores dos bairros que o protesto vai atravessando saem às ruas e os defendem das forças da ordem. Ao mesmo tempo, no centro, perto do Palácio de Belas Artes, há uma quantidade impressionante de policiais – e já é a polícia da capital (controlada pelo PRD), não a polícia federal, que estava em San Lázaro. Está ali, em suma, quase toda a polícia do Distrito Federal, que, antes mesmo que os manifestantes chegassem àquele local, começa a empreender prisões arbitrárias. Meia hora antes dos enfrentamentos que ali ocorreram já aconteciam prisões.
Quando os grupos que protestavam chegam efetivamente ao Palácio de Belas Artes, ocorrem combates muito duros e, de acordo com o que lembro, no entanto, os manifestantes superam a polícia ou pelo menos a mantêm recuada. E, como não podem avançar, os policiais começam a deter pessoas nos arredores, mas não os manifestantes que estavam enfrentando. Trata-se de uma atuação completamente ilegal dos corpos de segurança. Neste momento, já há vários grupos protestando em distintos pontos da cidade – um caos. As coisas ficam mais tranquilas perto das quatro ou cinco da tarde, também porque se passa a saber os locais onde estão os detidos e a ir atrás deles e de seus familiares. A manifestação começa, então, a se dispersar.
L & L: Quais foram as forças políticas institucionais envolvidas na repressão da manifestação?
HP: Bem, desta vez o PAN (Partido de Ação Nacional), a direita oficial, não está diretamente envolvido. Já não tem nenhum posto de poder, nem a nível local, na Cidade do México, e tampouco no âmbito federal. Todavia, está envolvido o PRD (Partido da Revolução Democrática), que tem o poder municipal. E também o PRI, que não só governa o país como controla a economia. Foram eles que levaram a cabo a operação de 1º de dezembro, justamente no momento em que começa oficialmente o governo do PRI, mas com preparativos que dizem respeito aos últimos meses do governo do PAN.
L & L: Parece que todos os grandes partidos estão envolvidos na repressão… Mas o movimento está a favor de algum candidato? Qual o papel do YoSoy #132 nas mobilizações?
HP: Há diferentes vertentes no movimento, mas agora já não se pode dizer que ele é a favor de nenhum candidato, pois as eleições e todas as suas disputas já terminaram. O que há é um repúdio a Enrique Peña Nieto e a tudo o que representa seu governo.
Antes do período eleitoral se desatou um movimento – YoSoy #132 – que começou sendo contra Peña Nieto; depois, alguns setores começaram a complexificar suas demandas e deixá-las mais claras, outros não. Também havia um movimento a favor de Lopez Obrador, o candidato opositor. As coisas são muito complexas, não é? Não se pode dizer que as mobilizações dos três meses anteriores às eleições foram uniformes, ou seja, com todos num único bloco, com a consciência bem clara e uma mesma postura política. Ao contrário: era uma confusão. Eu creio que, de fora, de outras partes mundo, se acreditava em um movimento unificado, mas não foi assim. O Movimento YoSoy #132 não era exatamente o movimento mais claro politicamente, nem tinha as melhores alianças com outros movimentos. Surgiu, como coisa emergente, e é isso.
L & L: Passada a batalha de San Lázaro, qual é a situação atual do movimento que se formou contra Peña Nieto? E a dos presos políticos?
HP: Há alguns presos liberados. Uma parte deles foi liberada já no Ministério Público e outra seguiu para presídios. Estes passam uma semana presos, enquanto ocorre um par de mobilizações exigindo sua liberação, junto com muita pressão social, pois se trata de presos políticos e não delinquentes: uns estavam se manifestando pacificamente, outros estavam apenas passando pelo local ou de férias. E, detidos, reivindicam eles mesmos, também, o direito à manifestação.
Passada uma semana, a maioria é liberada no domingo e somente 14 pessoas são, de maneira arbitrária, deixadas presas: 13 homens e uma mulher. Ela permanece sozinha na penitenciária, depois da saída de suas companheiras, e se chama Rita Emilia Neri Moctezuma. Os outros estão juntos em outro presídio. Foi iniciado um processo e sua situação jurídica está sendo decidida. Uma liga de advogados está trabalhando solidariamente na defesa, sem cobrar nada, e há diferentes estratégias. Do lado de fora, ocorrem mobilizações e protestos – hoje mesmo (16/12) houve uma manifestação pela liberação. Eles também acabam de começar um jejum de 24 horas.
Em termos de reivindicação, bem, o Movimento #132 assumiu um papel que pessoalmente me desagrada. Desagrada-me porque participaram, sim, das mobilizações e enfrentamentos vários integrantes que se reivindicam #132; estiveram, sim, lutando com molotovs e com pedras e, porém, no fim da semana passada saiu um vídeo em que o movimento defende as formas pacíficas de manifestação e procura se desvincular da violência, acusando os “infiltrados”. Quer dizer, lança a pedra, esconde a mão e acusa o que está ao lado. Creio que é uma atitude antiética, em termos políticos e humanos, que não beneficia os presos de maneira alguma e que confunde.
O problema está, aqui, em discutir quais são as formas de luta legítimas que existem no país e entender que nem todas têm a ver com o que propõe o Movimento #132, que não todas têm a ver com o plantão, a passeata. Há outras formas de pensar, ligadas à situação do país, cada vez mais aguda. E, finalmente, o movimento agora é um pouco ambíguo; há, na mobilização, uma mistura de diferentes grupos que defendem a liberação dos presos políticos. Não acredito que se possa falar de um movimento: a gente sai às ruas, está de acordo com essa bandeira, mas eu pertenço a este grupo, eu pertenço a este outro e assim vai… Creio que não há uma agenda, um programa de luta que estabeleça estratégias comuns para alcançar certos objetivos – e isso é imprescindível. Ou conseguimos construir algo assim, ou deixamos passar Peña Nieto, o PRI e tudo o que vem junto com eles.
Ademais, parece-me que ter companheiros presos é algo que absorve força, já que se tem que dedicar permanentemente energia para tirá-los da cadeia – não se pode deixa-los lá. E poderíamos estar direcionando esse esforço para discutir ou construir outra coisa.
Acredito que essa é a atual situação de desgaste do movimento. Não obstante, penso que demos um passo adiante nas formas de luta: muita gente se deu conta de que é possível, sim, jogar uns molotovs na polícia e seguir aí, firme, até mesmo forçando-a a retroceder. Os policiais não são os grandes poderosos e ponto – trazem armas, é certo, e têm uma vantagem por isso, mas havia, nesse 1º de dezembro, muita gente sem medo, saindo a protestar, e gritando à polícia que deixasse de defender a classe política mexicana e passasse para este lado. É claro que ainda falta muito, mas as pessoas não estão mais deixando de falar por medo, por censura.
L & L: O que você acredita que significa, para o México, o retorno do PRI ao poder?
Rafael Prime: Na realidade não houve alternância. O PRI nunca se foi – está enraizado na forma de ser mexicana e encarna todos os seus vícios: é corrupto, ladrão, violento, mentiroso, machista. O PRI representa tudo que há de pior na sociedade mexicana e tem estado sempre aqui, nunca se vai, somente muda de cor. Entra o PAN, com Fox, porém o PRI segue se movendo; é certo que perde pontos estratégicos nestes 12 anos, mas agora os recupera. Para mim é muito triste e, no entanto, qual é a outra opção? O PAN? O PRD?
HP: O PRI é esta hegemonia cultural que está por todos os lados. Durante muitos anos desenvolveu esse mecanismo. Como disse Prime, conjuga o que há de pior no mexicano, leva isso para o governo e o estende, por suas redes invisíveis, a todos os âmbitos, formando uma cultura, uma forma de vida. Eu posso apostar que se saímos à rua aqui, numa loja, nesse quarteirão, e observamos bem, poderemos encontrar muitos comportamentos que têm a ver com essa maneira de entender a vida que desenvolveu o PRI. E eles a continuam desenvolvendo, estão aí e custa muito trabalho tirá-los. O seu regresso significa que há a necessidade, creio eu, de uma transformação radical na sociedade mexicana. Não vou te dizer que isso vai acontecer, não sei, mas acredito que é necessário fazer um corte e dizer: basta!. Tudo isso é um tanto complicado, mas em termos gerais o que significa é o regresso – ou a presença constante – do PRI. Em termos do exercício da política, da cultura, é uma merda, é uma merda enorme. Assim, se pudermos construir vínculos latino-americanos, mandem-nos armas, por favor! O Brasil tem bom armamento, mandem-nos uns tanques ou algo, que possamos dessa maneira estreitar os vínculos…
L & L: Gostariam de dizer mais alguma coisa?
HP: Precisamos estreitar nossos laços na América Latina no que diz respeito aos movimentos sociais existentes em outros países. É importante buscar essa relação com os movimentos daqui, com as realidades daqui, para apagar, primeiro, essa imagem de movimento único, como a do #132 – isso é uma mentira, isso não existe, como tampouco existe mais o Movimento #132 como unidade – e sobretudo para entender que há aqui no México alguns processos muito interessantes, muito fortes, que têm a ver com o aprendizado de toda a América Latina. Fortalecer esses vínculos nos fornece um mecanismo de resistência, de luta, que vai contra a cultura do PRIismo.
Fotos da manifestação de 16 de dezembro pela libertação dos presos políticos de autoria de Luiza Mandetta.
Para mais informações sobre as últimas mobilizações ver aqui.
Atualização
Com uma modificação na legislação penal empreendida pela Assembleia Legislativa do Distrito Federal, que alterou a tipificação do crime de “ataques à paz pública”, os últimos 14 presos políticos dos protestos de 1º de dezembro foram liberados sob fiança e respondem a processo em liberdade.
Parabéns pela entrevista. Tomara que se animem a comparar o PRI com o PT e a sua capacidade de criar hegemonia. Uma crítica nao-liberal ao lulismo e ao PT seria muito bem-vinda. Salud!
Gostei da entrevista, interessante ler uma crítica ao #132 e ler um relato sobre a situação mexicana. Mas tropecei em duas partes:
“pois se trata de presos políticos e não delinquentes” ????
Espero que não seja reflexo do movimento defender ou, simplesmente, usar de maneira corriqueira as noções repressoras de atitudes prisionais…
“e gritando à polícia que deixasse de defender a classe política mexicana e passasse para este lado.” ????
Chamar a polícia?! JAMAIS! Explodam-se todxs.