Na madrugada de hoje cerca de 1500 famílias de trabalhadores rurais sem-terra iniciaram jornada de luta culminando com a ocupação de 12 latifúndios improdutivos no estado de São Paulo.

A jornada intitulada “INVERNO QUENTE” é promovida pelos movimentos: MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, CUT – Central Única dos Trabalhadores, LSOC – Liga Sindical Operaria e Camponesa, MAST – Movimento dos Agricultores Sem Terra, MTST – Movimentos dos Trabalhadores Sem Terra, MLST – Movimento de Libertação dos Sem Terra, UNITERRA – União dos Trabalhadores da Terra, SINTRAF – Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura Familiar, STR – Sindicato dos Trabalhadores Rurais, e UTST – União dos Trabalhadores Sem Terra.

Em comunicado a imprensa os movimentos unificados exigem

1) Assentamento imediato das famílias acampadas.

2) Regularização das áreas arrecadadas pelo Estado.

3) Retirada do Projeto de lei que presenteia os grileiros de terras do Pontal.

4) Investir em assentamentos e na reforma agrária ao invés de obras de Presídio.

Segue nota a imprensa.

Nota a imprensa

Levamos ao conhecimento do público em geral que estamos mobilizados com 1.500 famílias de trabalhadores rurais sem terra ocupando 12 fazendas, improdutivas e devolutas, em vários municípios do Pontal do Paranapanema, Alta Paulista e Rancharia.

Nesta mesma época do ano, Junho “INVERNO QUENTE” do ano passado, executamos ocupações pacíficas de terras com a finalidade única de despertar o Governo de José Serra do seu marasmo, da sua apatia moral e de sua insensibilidade para com os milhares de trabalhadores acampados que vivem na miséria no Pontal.

Nada foi feito para os trabalhadores.

Fez para os fazendeiros. Pois, o Governador tucano insiste em privatizar 325 mil hectares de terras públicas para beneficiar 200 deles. Área que é suficiente para assentar 15 mil famílias de trabalhadores.

Já desistimos de exigir honestidade de políticos como o Governador. Se não conseguem ser honestos que sejam justos, ao menos isto, para honra da nação brasileira.

O assentamento de trabalhadores rurais no Pontal é uma questão de direito e de justiça.

Já se encontra em poder do Governo do estado a arrecadação de 9 áreas, algumas já há 3 anos, e o cadastramento de 3.774 famílias aptas para serem assentadas.

Pouco se fez para assentar as famílias, as que foram assentadas foi feito um pregão eletrônico, para beneficiar os cabos eleitorais, deixando as famílias acampadas sem o direito da terra que lutaram e conquistaram.

É evidente o desinteresse de José Serra com o projeto de assentamentos que tem como resultado a re-inclusão social e assim, atropela o direito e a justiça.

Pedimos terra, o governador apresenta-nos o projeto de privatização das terras do Pontal.

Pedimos para assentar as famílias em estado de miséria, o governador manda-nos a construção de Presídios e Febem.

Pedimos que use os recursos federais para assentar famílias, e o governador decide devolver aos cofres da União.

Pedimos que se faça justiça e sejam honestos com os trabalhadores, mas recebemos em troca a máfia das casinhas.

O estado de São Paulo termina em Bauru, diz o povo com sabedoria. Somos esquecidos pelo governo tucano assim como é a região de Iguape, com a qual formamos as duas regiões mais atrasadas do Estado.

Se o trabalhador rural quiser viver tem que se unir e lutar por seus direitos – é isto que o governador tucano José Serra quer nos dizer.

É isto que estamos fazendo com força e determinação até cumprir nossa tarefa.

Desejamos que o público em geral nos entenda e que culpe o dissabor ao Governador como na frase:

“Desculpe-nos o transtorno. Estamos trabalhando para o progresso da região”

EXIGIMOS:

1) Assentamento imediato das famílias acampadas.

2) Regularização das áreas arrecadadas pelo Estado.

3) Retirada do Projeto de lei que presenteia os grileiros de terras do Pontal.

4) Investir em assentamentos e na reforma agrária ao invés de obras de Presídio.

MST, CUT, LSOC, MAST, MTST, MLST, UNITERRA, SINTRAF E SINDICATO DOS TRABALHANDORES RURAIS, SINDICATOS DOS EMPREGADOS RURAIS, UTST.

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