Casa da Achada: exposição José Júlio – pintura e gravura

 

O 25 de Abril na Casa da Achada INAUGURAÇÃO DA EXPOSIÇÃO JOSÉ JÚLIO – PINTURA E GRAVURA

Quinta-feira, 25 de Abril, 18h30

A Casa da Achada – Centro Mário Dionísio apresenta esta nova exposição de pintura e gravura de José Júlio.

José Júlio Andrade dos Santos (que assinava José Júlio) iniciou a sua actividade de pintor em 1949. Expôs pela primeira vez individualmente em 1951, na Sociedade Nacional de Belas-Artes. A partir desse ano, participou em numerosas exposições colectivas, incluindo as Exposições Gerais de Artes Plásticas (até 1956) e as 2 primeiras Exposições de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian (1957 e 1961). Participou na criação da Gravura – Sociedade Cooperativa de Gravadores Portugueses e foi membro dos corpos directivos da SNBA.

Foi muito importante a sua função de divulgador, montando exposição «didácticas» centradas em pintores e gravadores, sobretudo modernos (van Gogh, Cézanne, Klee…) em associações de estudantes, na SNBA, e outros locais, e fazendo também palestras sobre pintura e gravura.  Licenciado em Matemática e Ciência Geofísica pela Faculdade de Ciências de Lisboa, foi professor de Matemática e de Desenho no Liceu Charles Lepierre. Filho de um trombonista, José Júlio também se dedicou à música, chegando a realizar uma pequena composição de canto popularizada por Maria de Lourdes Resende, com versos extraídos de um poema de António Nobre, «O Sono do João».

A exposição com cerca de 30 obras de José Júlio na Casa da Achada – Centro Mário Dionísio (entre 25 de Abril e 19 de Agosto) constitui uma homenagem a um grande pintor português, infelizmente bastante esquecido, amigo de Mário Dionísio e sobre o qual este escreveu vários textos, chamando a atenção para a importância e originalidade da sua obra.

Não é por acaso que escolhemos o 25 de Abril para inaugurar a exposição de obras de um grande pintor que se opôs à ditadura e que gostaria de ter visto este dia chegar. Sobre este dia e os que se seguiram, Mário Dionísio escreveu o seguinte:

«Dias impossíveis de contar. Não há tempo para isso. A multidão misturada com os soldados e marinheiros. Cravos (onde nasceram tantos cravos?) nas espingardas e nas mãos de toda a gente. Telefonemas, abraços, o “viva Portugal” por toda a parte. Um país diferente. Toda a gente fala com toda a gente, esfusiante, sem medo! A caça aos Pides. A libertação dos presos de Caxias, o regresso dos emigrados (Mário Soares, primeiro, Álvaro Cunhal depois, Piteira Santos virá depois, tantos mais). Começam as reuniões por todo o lado. No Liceu Camões realizamos a primeira reunião de apoio ao Movimento. Vamos entregar à Junta de Salvação Nacional o nosso documento. Começamos a organizar-nos. Não paro mais. (30.4.74)» Mário Dionísio, Passageiro clandestino

Neste final de tarde o Coro da Achada canta várias canções do seu repertório e há convívio – tragam um farnel para ajudar – como apetecer, que em cada esquina há um amigo.

Para além deste encontro no dia 25, há também outras actividades durante o mês sobre esta data: a oficina «O 25 de Abril que tenho na cabeça» e a sessão «histórias da História» sobre os derrotados no 25 de Abril (ver mais abaixo).

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