A Horta do Monte foi destruída com máquinas e bastonadas. Às 9 horas a horta já estava completamente destruída. Houve gente agredida, outra detida. Ficou a tristeza e desolação de quem passou anos a intervir no espaço, a recuperar algo que estava abandonado e degradado e o transformou num espaço de construção, de aprendizagem, de partilha, de comunidade.
A prepotência da Câmara de Lisboa é notória e prova que o slogan da participação é um marketing com muito pouca substância. Participe! … mas quando nós queremos, da forma como nós queremos, dizendo o que nós queremos… De outra forma, é desprezado, é cilindrado, é bastonado.
A participação é também o uso e apropriação do espaço público, é a capacidade de construir projectos e de contribuir para a melhoria da cidade. O projecto da Horta do Monte era um exemplo destes. Ficam registadas a falta de respeito e de diálogo, a prepotência e violência. Estas não podem, nem ficarão, impunes.
As ideias não se despejam, cultivam-se!
Habita: Coletivo pelo Direito à Habitação e à Cidade
Mas que ideias, estas?
http://www.freewebs.com/inesclematis/medicinanatural.htm
A página web da coordenadora desse centro de propaganda de obscurantismo com aparência de horta. Ainda bem que essas ideias vão ter mais dificuldade em cultivar-se em Lisboa.
A MORTA DO HONTE
Se o phuturo lhe pesava, que a terra a enleve. Ou não, que para isso deve servir a liberdade…
No que me diz respeito, tenho escrito bastante e com veemência contra o obscurantismo ecológico e as mezinhas, portanto não me caem lágrimas pelo sucedido. Mas não creio que as medidas tomadas neste caso pela Câmara de Lisboa contribuam para fazer recuar tal obscurantismo, sobretudo quando vejo a mesma Câmara subsidiar, noutros lados, hortas votadas à agricultura orgânica.