Por Passa Palavra
Já noutros artigos tratámos da greve com ocupação na fábrica de automóveis coreana Ssangyong Motors. Vejam aqui e aqui.
Segundo novas informações que acabámos de receber directamente dos grevistas, nos dias 26 e 27 de Junho houve confrontos entre, por um lado, os trabalhadores ocupantes da fábrica de Ssangyong e, por outro lado, trabalhadores não despedidos [não demitidos] que tomaram posição contra a greve, apoiados pela polícia e por capangas ao serviço de quem lhes paga. Depois de combates muito violentos, que deixaram vários feridos, os fura-greves [pelegos] e a polícia conseguiram ocupar o edifício principal da fábrica, enquanto os grevistas se barricaram nas oficinas de pintura.
No dia seguinte a administração retirou-se da fábrica, com o pretexto de que não queria que houvesse mais vítimas entre o pessoal, e apelou para que o governo interviesse na disputa.
No final de Junho a polícia cortou o fornecimento de água à fábrica e no dia 11 de Julho, com autorização dos tribunais, a polícia de choque ocupou toda a fábrica, exceptuando as oficinas de pintura, que continuam na posse dos grevistas. O alto da chaminé da fábrica continua também ocupado por três trabalhadores.
Os grevistas estão a lançar uma campanha de solidariedade e de esclarecimento entre a população trabalhadora, mas temem que as direcções dos sindicatos adoptem uma postura hesitante, que seria muito nociva nas circunstâncias actuais.
O texto foi feito a partir de informações enviadas por um dos grevistas da Ssangyong .