Por Passa Palavra

Desde 31 de agosto, cerca de 150 famílias ocupam duas áreas contíguas num terreno de 48 mil m² no bairro Bela Vista, município de Itapevi (estado de São Paulo).

A área da Ocupação Padre João Carlos Pacchin fica a cerca de 2km da Comuna Urbana Dom Helder Câmara, no município vizinho de Jandira – e que é uma proposta política de congregação de moradia e convivência coletiva, tendo contado com a assessoria de planejamento arquitetônico e construção do Coletivo Usina.

A experiência de comuna urbana foi inspirada no modelo do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), o que ocorreu no próprio processo de organização. Em maio desse ano as famílias, que vinham ocupando de modo espontâneo o terreno, sofreram violento despejo. Militantes do MST passaram então a organizá-las nessa nova ocupação.

Em decorrência disso, a Prefeitura de Itapevi tem utilizado sistematicamente de efetivos policiais, municipais e militares, para intimidar as famílias. Chegou-se a disponibilizar um telefone para que a população denunciasse as ocupações.

Numa das duas áreas, após receber solicitação de reintegração de posse, a Justiça de São Paulo suspendeu a reintegração, por reconhecer que não é cumprida a função social da terra e pela existência atualmente de famílias na área. No entanto, nessa segunda-feira, 23 de setembro, os integrantes do acampamento receberam a ordem de reintegração para a outra área. Apesar de terem entrado com agravo e estarem na expectativa do parecer, a situação é tensa, pois o despejo pode ocorrer já nesta terça-feira, já que o processo ainda estava tramitando no fórum de Itapevi.

Ainda assim, o MST em conjunto com outros grupos aliados têm impulsionado diversas atividades políticas e culturais. Nesse final de semana ocorreu o primeiro sábado cultural e de formação política, com direito a samba, interpretação de canções de protesto latino-americanas, declamação de poesias e debates aberto a todos os presentes  sobre a questão de gênero. A ideia é que esses eventos possam ocorrer de quinze em quinze dias. Além disso, também há a perspectiva de uma vez por semana ocorrer o Cine Comuna, com a exibição de filmes e documentários seguidos de um debate.

Contudo, para que essas experiências possam florescer é fundamental que a Comuna continue resistindo, e para isso necessita também de nossas solidariedades.

Telefones para contato

Michel (11)9-8706-3371
Erika (11) 9-9632-0523
Patrícia (11) 9-8163-9616

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