Por Passa Palavra
Na terça-feira, dia 01 de outubro, as famílias da Comuna Urbana II “Padre João Carlos Pacchin”, organizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), saíram em marcha da ocupação até o Paço Municipal de Itapevi. O objetivo era fazer um ato político para denunciar o descaso e a truculência da Prefeitura em relação ao povo em luta daquela Comuna, bem como tentar apresentar e debater junto ao poder executivo a sua proposta de criação de moradia popular para os terrenos ocupados.
No dia 31 de agosto deste ano mais de 150 famílias ocuparam terreno em Itapevi e em menos de um mês já sofreram duas tentativas de reintegração de posse. Graças à resistência e luta dos acampados, foi possível mostrar ao desembargador a ausência de documentação comprobatória que assegure a titularidade dos terrenos. Assim, as famílias derrubaram as liminares e seguem no local.
As cerca de 250 famílias sem terra, que há um mês estão ocupando um terreno no bairro Bela Vista, logo cedo se concentraram no terreiro da ocupação e, após reunião, marcharam 3 km pelas ruas do bairro entregando panfletos aos moradores e gritando palavras de ordem, rumo ao centro da cidade. A partir de certa altura, a marcha foi acompanhada pela Base Comunitária (Guarda Municipal) até chegar ao Paço Municipal, no centro da cidade.
Ao chegar no local de destino, a marcha encontrou a entrada do Paço interditada por homens e mulheres fardados. Mesmo assim, os marchantes não se intimidaram e, diante da notícia de que o prefeito não estava por lá, continuaram o ato político, agora decididos a permanecer no local até conseguirem uma conversa com o poder executivo. As autoridades tentaram enviar os secretários e o vice-prefeito para dialogar com as famílias, porém elas exigiram uma conversa diretamente com o prefeito.
Ao permanecerem no local, os Sem Terra receberam uma ligação do prefeito Jaci Tadeu da Silva (PV), confirmando uma audiência para o mesmo dia, às 16h, após seu retorno à cidade. Um pouco mais das 16h, o prefeito recebeu os representantes dos Sem Terra e firmou o compromisso de estabelecer uma agenda de negociações entre o poder público e as famílias acampadas.
Ao longo deste um mês, a ocupação recebeu mais famílias munícipes que sofreram despejo, contando, atualmente, com um número superior a 250. O que as famílias já sabem é que o projeto de moradia popular só será possível através da mobilização e da luta.
Fotografias do Passa Palavra