Por Ocupação William Rosa
No dia 12 de outubro de 2013, cerca de 300 família ocuparam um terreno que estava desocupado há cerca de 40 anos em Contagem – MG. Dias depois, a ocupação, batizada de “William Rosa”, já contava com mais ou menos 4000 famílias cadastradas. Este número, além de ser mais uma prova da gravidade do déficit habitacional na Grande Belo Horizonte também mostra como a população tem cada vez mais disposição para se organizar e conquistar coletivamente o que nunca conseguiria através do Estado.
Os moradores da ocupação realizaram varias manifestações ao longo do mês de outubro para exigir a retirada da ordem de reintegração de posse – solicitada pelo CEASA, Central de Abastecimento de Minas Gerais, e autorizada pela Justiça.
No dia primeiro de novembro, centenas de manifestantes caminharam até a prefeitura de Contagem para se juntar aos ex-ocupantes da ocupação Tupã, violentamente despejados nos dias anteriores, e exigir de ser recebidos pela prefeitura de Contagem. Diante da negação da prefeitura, os moradores da ocupação fecharam a BR 040 próxima ao terreno ocupado, queimando pneus para obstruir a via. Em resposta cerca de 300 policias atacaram os manifestantes e a própria comunidade. Bombas de efeito moral e balas de borracha foram jogadas, alguns barracos foram incendiados pelos policiais. Os ocupantes resistiram e os confrontos contra a Policia Militar duraram até 02h da madrugada. Muitos moradores ficaram feridos e 5 foram presos.
Integrantes da comunidade William Rosa e das outras ocupações urbanas de Belo Horizonte fizeram uma manifestação no dia 4 e ocuparam as dependências do Centro Administrativo do Estado para exigir o fim das ameaças e das ações policiais nas ocupações, que estão ocorrendo em várias partes da capital e da região metropolitana.
A ocupação William Rosa continua sob ameaça iminente de despejo, assim como as ocupações Rosa Leão, Vitória e Esperança localizadas na região do Isodoro, no extremo norte do município de Belo Horizonte.