Por Passa Palavra

O ato de protesto contra o aumento do preço das passagens no Rio de Janeiro estava marcado para as 17h de sexta-feira, dia 20 de dezembro, praticamente véspera de Natal. A ideia era de um primeiro movimento para mostrar que se a passagem dos ônibus aumentar em 2014, conforme anúncio do prefeito Eduardo Paes, a cidade vai parar.

Inicialmente, na concentração na Candelária, a quantidade de policiais e repórteres era maior do que o número de manifestantes. Mas isso não intimidou e lá mesmo cartazes eram pintados, palavras de ordem entoadas e músicas cantadas acompanhadas por batuques, que, embora improvisados, deram ânimo aos manifestantes.

Muito dos repórteres presentes eram mídia-livristas, que se dispuseram a acompanhar o ato. Outros representavam países diversos, como Venezuela, França e México. Aliás, os jornalistas mexicanos tentavam a todo custo uma declaração de que o Movimento Passe Livre tinha enviado pessoas para conduzir as manifestações contra o aumento das passagens que acontecem naquele país, buscando criminalizar o movimento de lá. Não podemos deixar de relatar que a grande mídia brasileira se fez presente, mas nem cogitou pedir entrevistas ou se identificar no meio da manifestação.

Quando o sol baixou um pouco, por volta das 18h30, a manifestação começou a andar em direção à avenida Rio Branco. Diversas faixas, bandeiras e cartazes podiam ser vistos, mas a faixa da frente deixava clara a pauta imediata que unia os diversos grupos participantes da manifestação: contra o aumento.

Durante a caminhada o número de manifestantes aumentou, e se a polícia afirma que foram apenas 500 pessoas, as fotos tiradas nos dizem algo diferente. Alguns chegam a calcular 3000 pessoas, mas certamente podemos afirmar que atingimos um número considerável de manifestantes, principalmente se levarmos em consideração que nesta época do ano as escolas e faculdades já estão de férias e muitas pessoas já saíram em viagem para comemorar as festas de final de ano.

Quando chegamos na esquina da Fetranspor (porque a frente já estava tomada pela tropa de choque) encerramos a manifestação com a tradicional queima da catraca e uma performance artística. Neste momento já estávamos cercados pela polícia, com poucas vias desobstruídas, e como este será o primeiro de muitos, iniciamos ali nossa dispersão. Já era por volta das 20h30 e com o anoitecer a possibilidade de confusão iniciada pela polícia aumentava.

Os manifestantes declararam que este primeiro ato cumpriu seu objetivo, um prenúncio do que está por vir. Foi um recado para o prefeito Eduardo Paes e para os empresários que controlam o sistema de transporte coletivo do Rio de Janeiro: se a passagem aumentar, a cidade vai parar!

Os leitores portugueses que não percebam certas expressões usadas no Brasil
e os leitores brasileiros que não entendam algumas expressões correntes em Portugal
dispõem aqui de um Glossário de gíria e termos idiomáticos.

Fotografias de MPL-Rio e Demétrio Martins

2 COMENTÁRIOS

  1. Eduardo Paes anunciou o aumento. O tribunal de contas anunciou que o aumento não poderia acontecer antes de ser feita uma auditoria. Ocorreu uma manifestação. Eduardo Paes anuncia que irá acatar a recomendação do tribunal de contas. Não acredito que tenha acabado aqui, ainda há muitas peças para movimentar, mas demos o recado. Se a passagem aumentar, o Rio vai parar!

    http://moglobo.globo.com/integra.asp?txtUrl=/rio/paes-diz-que-acatara-decisao-do-tribunal-de-contas-sobre-aumento-da-passagem-de-onibus-11136082

  2. ANÚNCIOS [a escolher]
    Eduardo Paes anunciou o aumento.
    O tribunal de contas anunciou que o aumento não poderia acontecer antes de ser feita uma auditoria.
    ANAnunciou:”demos o recado. Se a passagem aumentar, o Rio vai parar!”

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