Após a realização do debate “Quando a dor vira resistência: Encontro das lutas”, em Goiânia e no qual participaram Mães de Maio (SP), Comitê Goiano contra a Violência a Policial e Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência (RJ) [pode ver aqui], os apoiadores e debatedores se deslocaram a um bar para se alimentarem e trocarem suas impressões sobre o debate e suas vidas.

Tudo correu tranquilo até o momento da carona aos debatedores para seu alojamento. Ao pararem na esquina da Casa da Juventude (Caju), onde iriam descansar, foram abordados abruptamente por dois policiais armados. A alegação era que três pessoas em um carro na madrugada eram consideradas suspeitas, o que legitimava a abordagem.

Mesmo percebendo que os militantes não representavam perigo, os policiais prosseguiram com a ação, chamando inclusive reforço. Quando o suposto reforço chegou, a fala dos policiais mostrou o real interesse da abordagem. A primeira pergunta feita dizia respeito aos motivos daquelas pessoas estarem em Goiânia. Frente a resposta que estavam participando de um congresso sobre direitos humanos, o policial começou a expor os motivos que os levaram à abordar os militantes ao afirmar que defensores de direitos humanos não conheciam a realidade das ruas, e que jamais havia visto um defensor dos direitos humanos num funeral policial.

Utilizando de truculência e intimidação para desestabilizar os militantes e assim ter respaldo para uma agressão, os policiais mantiveram durante 40 minutos na esquina do alojamento em busca de uma incriminação. Como nada de errado foi encontrado na busca feita no veículo, nem nos documentos do carro e dos passageiros, o policial inventou que a placa do carro estava ilegível, e com isso justificou a aplicação de uma multa. Só assim liberaram os abordados, reafirmando ainda que a luta por direitos humanos não contribui com a ordem social.

Ficou claro para as pessoas presentes que a ação foi deliberadamente planejada, buscando intimidar militantes que buscam a responsabilização e o julgamento de policiais militares por crimes cometidos contra a população. No estado de Goiás é notória as execuções de pessoas, tendo como expoente as denúncias da Operação Sexto Mandamento da Polícia Federal, que resultou na prisão de 19 policiais militares, em 2011.

É pela violência deliberada e pela denúncia de intimidação dos lutadores contra a violência policial que foi redigido este relato.

3 COMENTÁRIOS

  1. Quem conhece o verdadeiro fundamento e sentido dos Direitos Humanos nao compactuam com as ideias desses policiais. Goias e um estado criado para matar aqueles que vivem para o crime ou nao, e o fazem com o consentimento dos Administradores e Empresarios. Sou vitima da impunidade contra os maleficios de alguns militares malvados, malfeitores e distorcedores da propria funcao exercida. A informacao sobre Os DIREITOS HUMANOS nao e dada em sua forma plena nos cursos para ser agente publico. Por isso o descaso e a imundicie.

  2. Gente que vao a luta nãe tem medo, parabens! Pena que o desrespeito pela vida por causa dos intrusos” policia” nem considerado, pois isso a mídia nem fala. Veja situação do nosso querido D. Cassaldálica.

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