"Estupro", de Pablo Picasso

Polêmico artigo de militante neomaoísta indiana sobre o caráter do estupro, dividido em 7 partes e traduzido para o português por Pablo Polese. Por Maya John

Maya John é militante de um grupo neomaoísta chamado Organização da Juventude Revolucionária (KYS), facção ligada à Liga Comunista da Índia (CLI). Além disso, faz parte do Centre for Struggling Women (CSW) e pesquisa as leis laborais no Departamento de História da Universidade de Nova Délhi. Sua análise sobre a violência sexual, “Class Societies and Sexual Violence: Towards a Marxist Understanding of Rape”, publicada em 8 de maio de 2013 e traduzida agora por Pablo Polese, se insere no contexto das mobilizações anti-estupro de 2012-2013 na Índia, em resposta a um caso de estupro coletivo ocorrido em Nova Délhi. Passa Palavra.

1) Rumo a um entendimento marxista do estupro

O fato de que todo tipo de gente podia se unir, e de fato se unira, nessa frente anti-estupro, não significa nem podia significar que a questão da libertação da mulher havia se convertido subitamente em uma preocupação geral. Por Maya John

2) Uma história do estupro

À medida que o capitalismo, o direito e a ética burguesa se reforçavam as mulheres adquiriram “liberdade” para consentir ou rechaçar o sexo. Por Maya John

3) Capitalismo e opressão da mulher

O sistema capitalista (ab)usou de diferenças biológicas entre homens e mulheres, gerando crise na classe operária conforme se apropriava de seu tempo. Por Maya John

4) O Direito burguês, o estupro e a importância das reivindicações intermediárias

Embora feministas reconheçam noções de bom e mau sexo, despojam-nas de toda sua complexidade social. Por Maya John

5) Indo além das contendas feministas

Muitas teorias feministas colapsam ao tratar de introduzir estratificações, sobretudo a de classe, dentro de seu discurso da opressão da mulher e o estupro. Por que e de que forma sucede isso? Por Maya John

6) A classe e sua insatisfação

Mas por que as condições peculiares que criam a própria economia capitalista são tão importantes na hora de perpetuar a violência sexual e outras formas de opressão da mulher? Por Maya John

7) Para além da noção feminista de liberdade

Embora a estratificação de gênero pareça uma divisão social global e predominante, ela tende a se diluir em outras divisões sociais. Por Maya John

2 COMENTÁRIOS

  1. Enquanto lia os textos, só me lembrava desse documentário aqui, “Do Communists Have Better Sex?/Comunistas transam melhor?”: http://www.dailymotion.com/video/x222wl0_do-communists-have-better-sex_shortfilms. Fora todas as polêmicas que este texto deveria suscitar se tivesse sido lido (ou suscitou em outros espaços ou momentos), a sua maior contribuição me parece ser o conceito de “mau sexo” e como ele está intimamente ligado a uma sociedade dividida em classes (ou uma classe trabalhadora altamente estratificada). Obviamente as classes persistiram na URSS e consequentemente na Alemanha Oriental enquanto perdurou a experiência socialista (ou Capitalismo de Estado, termo mais apropriado). Mas se a tese sustentada neste documentário é verdadeira, se de fato havia maior liberdade sexual para as mulheres e o sexo era de melhor qualidade na Alemanha Oriental em relação à Ocidental, e se esta liberdade e qualidade do sexo eram creditadas a uma maior igualdade (não só formal) entre homens e mulheres, então temos um exemplo concreto do que Maya John defende.

  2. Cara, deve ser um sexo muito ruim mesmo. Se pra essa autora a mulher não pode se sentir gostosa e quer implantar a moral e bons costumes na pervertida classe operária.

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